A aquisição da Ampere Computing pela SoftBank por US$ 6,5 bilhões superou um grande obstáculo após a Comissão Federal de Comércio (FTC) encerrar sua análise em 12 de novembro, conforme um aviso publicado no site da agência.
A decisão remove o único obstáculo que vinha atrasando o acordo anunciado pela SoftBank em março e dá à empresa um caminho direto para assumir o controle total de uma fabricante de chips que produz processadores de servidor usados nos mesmos data centers que alimentam modelos de IA e infraestrutura de criptomoedas.
A Bloomberg afirmou em julho que a FTC havia iniciado uma investigação aprofundada sobre a transação, que agora termina com o que a FTC chama de "rescisão antecipada".
Tanto a SoftBank quanto a Ampere se recusaram a comentar a decisão da FTC. O acordo se encaixa diretamente na estratégia mais ampla do fundador da SoftBank, Masayoshi Son, de investir em hardware relacionado à inteligência artificial.
A Ampere já projeta processadores para servidores de grande escala, e esses processadores são construídos com base na tecnologia fundamental da Arm.
A Arm já é controlada pelo SoftBank, e a Ampere é uma das clientes da Arm, o que torna este acordo mais um elo fundamental no plano de Son de controlar uma parcela maior da infraestrutura por trás da IA e da computação de alto desempenho.
A SoftBank detém uma participação majoritária na Arm Holdings e também é proprietária do grupo britânico de design de chips Graphcore, o que confere à empresa influência direta em três unidades tecnológicas distintas ligadas à fabricação de chips de IA.
Masa afirmou que essas participações colocam o SoftBank em posição de controlar componentes fundamentais para processadores de próxima geração.
Com a adição da Ampere à lista, o SoftBank passaria a deter mais componentes que moldam a infraestrutura de IA, incluindo o tipo de tecnologia usado por mineradores de criptomoedas, corretoras e empresas que constroem sistemas de computação em larga escala.
O SoftBank também revelou em seu último relatório de resultados que vendeu 32,1 milhões de ações da Nvidia em outubro e reduziu parte de sua participação na T-Mobile, arrecadando US$ 9,17 bilhões.
O diretor financeiro Yoshimitsu Goto disse aos investidores durante uma apresentação que a empresa deseja criar mais opções de investimento "enquanto ainda podemos manter a solidez financeira".
A Nvidia já tem um histórico com o SoftBank. Seu Vision Fund chegou a adquirir uma participação de US$ 4 bilhões na Nvidia em 2017, antes de se desfazer dela em janeiro de 2019. Mesmo após a venda mais recente, o SoftBank permanece ligado à Nvidia por meio de outras linhas de negócios.
O analista da Wedbush Securities, Dan Ives, afirmou que a venda para a Nvidia deve ser vista como uma demonstração de força do SoftBank, e não como um recuo, classificando-a como "um sinal otimista". Analistas dizem que o interesse do SoftBank na OpenAI continua, mas o hardware permanece no centro de seus planos.
O analista da New Street Research, Rolf Bulk, afirmou que o SoftBank está priorizando seu trabalho com a Arm, incluindo o desenvolvimento conjunto de novos produtos com a empresa britânica de design de chips.
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