A China concordou em retomar as exportações de chips da Nexperia a partir de instalações localizadas no país.
Os Países Baixos deverão renunciar ao controle emergencial sobre a Nexperia assim que as exportações de chips forem retomadas e sua cadeia de suprimentos for restabelecida.
Em uma cúpula climática em Belém, no Brasil, o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, anunciou que a China "possibilitará a retomada do fornecimento de Nexperia das fábricas chinesas". Aparentemente, o país já informou a Holanda sobre isso.
Schoof enfatizou a importância da medida, especialmente para a indústria automobilística alemã. Ele afirmou que a velocidade de entrega dos suprimentos ainda é incerta, mas a mensagem em si é uma "notícia importante" para o setor manufatureiro europeu.
Caso a China retome as exportações de chips da Nexperia, o governo holandês planeja encerrar seu controle temporário sobre a empresa. A Nexperia ainda pertence à chinesa Wingtech Technology, mas a Holanda havia assumido poderes especiais para supervisionar suas decisões. A Bloomberg informa que esse acordo pode ser encerrado já na próxima semana, caso as exportações de chips sejam retomadas e outras condições sejam atendidas.
Restrições às exportações da fábrica chinesa da Nexperia interromperam o fornecimento crucial de componentes semicondutores amplamente utilizados na fabricação de automóveis na Europa, o que desencadeou alertas de desaceleração da produção entre as principais montadoras.
O ministro da Economia holandês, Vincent Karremans, também comentou que as conversas com as autoridades chinesas têm sido construtivas. Ele expressou confiança de que o fornecimento de chips para a Europa e o mundo será retomado “nos próximos dias”.
No final de setembro de 2025, o governo holandês invocou a Lei de Disponibilidade de Bens, uma lei raramente usada e originalmente promulgada em 1952, para assumir o controle emergencial da Nexperia. A medida foi motivada por preocupações de que o fundador da Wingtech, Zhang Xuezheng, estivesse utilizando os recursos da Nexperia de forma inadequada e possivelmente transferindo tecnologias-chave para fora da Europa.
Em resposta, a China impôs restrições à exportação da unidade chinesa da Nexperia, responsável por uma parcela significativa da produção da empresa. Isso, por sua vez, desencadeou escassez de matérias-primas e chips para as montadoras europeias.
Para complicar ainda mais a situação, em 6 de novembro, a Nexperia alertou publicamente que não poderia mais garantir a qualidade ou autenticidade dos chips produzidos em sua fábrica na China após 13 de outubro, devido à perda de supervisão e controle daquela unidade.
A retomada bem-sucedida das exportações de chips da China representaria um alívio imediato para a cadeia de suprimentos automotiva da Europa, onde as linhas de produção têm enfrentado a ameaça de paralisações devido à falta de componentes semicondutores básicos. Por exemplo, montadoras como o Grupo Volkswagen e o Grupo BMW foram diretamente afetadas.
Com a Nexperia prestes a ser liberada das restrições impostas, a empresa pode precisar rever a forma como opera suas atividades na China e gerencia sua cadeia de suprimentos. A interrupção demonstrou o quanto a empresa depende de sua unidade chinesa, responsável por cerca de 70% de sua produção, e os riscos que surgem quando essa parte do negócio é interrompida.
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