Rede D'Or (RDOR3) dispara com lucro acima do esperado; Minerva (BEEF3) cai 12% apesar de "trimestre para pendurar na parede"
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As ações da Rede D'Or (RDOR3) lideraram os ganhos do Ibovespa desde o início do pregão desta quinta-feira (6), em forte reação positiva ao balanço do terceiro trimestre de 2025 (3T25).
No fechamento, os papéis registraram uma alta expressiva de 7,88%, cotados a R$ 47,23. O movimento de compra foi impulsionado por números que vieram bem acima das projeções do mercado, tanto em lucratividade quanto em desempenho operacional.

Fonte: Google Finance
A rede de hospitais reportou um lucro líquido de R$ 1,54 bilhão entre julho e o final de setembro, um crescimento de 32% em relação ao mesmo período de 2024. O número superou em mais de 28% a expectativa média do mercado, que indicava um lucro de R$ 1,2 bilhão, segundo a compilação da LSEG.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também surpreendeu, atingindo R$ 3,23 bilhões, uma alta de 24,6% na comparação anual e bem acima dos R$ 2,73 bilhões esperados pelos analistas.
Análise do resultado: desempenho sólido em hospitais e seguros
Os números da Rede D'Or foram classificados pelos analistas como "sólidos" e marcados por uma série de aspectos positivos.
O segmento hospitalar, principal negócio da companhia, registrou métricas recordes de ocupação, número de cirurgias e receita líquida. Além disso, a divisão de oncologia apresentou um desempenho classificado como "excelente", e o negócio de seguros, incorporado através da SulAmérica, mostrou resiliência e melhora na sinistralidade.
A margem Ebitda do segmento hospitalar ficou em 26,7%, cerca de 60 pontos-base acima do que era projetado por bancos de investimento, como o Bank of America.
Esse forte desempenho foi impulsionado por dois fatores principais: a sazonalidade, já que o terceiro trimestre teve cinco dias úteis a mais do que o segundo trimestre, e taxas de ocupação que atingiram 81,6%, um nível acima da média histórica para o período.
SulAmérica apresenta forte desempenho operacional
Os analistas do Santander também destacaram o desempenho da SulAmérica. A subsidiária de seguros apresentou um "forte desempenho operacional", em linha com as expectativas, mas com melhorias robustas na receita e no índice de sinistralidade (MLR).
A melhora na gestão dos custos assistenciais levou a uma expansão substancial da margem Ebitda da divisão de seguros.
A visão de consenso é de que a Rede D'Or continua a executar sua estratégia com sucesso, proporcionando uma expansão consistente da margem hospitalar e, ao mesmo tempo, um crescimento sustentado no número de beneficiários na SulAmérica, mantendo o índice de sinistralidade sob "rigoroso controle".
Para os analistas, essas tendências reforçam a visão de que a companhia "está no caminho certo para consolidar volume e participação de mercado dentro do ecossistema integrado" de saúde que ela se propõe a criar.
Otimismo do mercado e recomendação de compra
Para os analistas do Itaú BBA, os fortes resultados do terceiro trimestre devem sustentar o forte momentum de lucros da empresa daqui para frente.
A visão é compartilhada por outros bancos, que acreditam que o momento positivo da Rede D'Or deve persistir, impulsionado pelo forte desempenho operacional nos hospitais e pela dinâmica "sólida" no segmento de seguros.
O BTG Pactual reiterou sua recomendação de compra e sua preferência pela Rede D'Or dentro do setor de saúde. A visão otimista é justificada pelas perspectivas robustas de crescimento e pela melhora de rentabilidade em todos os segmentos da companhia.
Além dos fundamentos operacionais, o banco considera outros fatores como catalisadores para as ações. A companhia deve se beneficiar da alavancagem à queda das taxas de juros, dado seu perfil intensivo em capital e de "long duration" (maior sensibilidade a juros futuros).
O banco também vê como positivas as opcionalidades de crescimento em oncologia, a expansão de joint ventures e o potencial de novas fusões e aquisições (M&A), com notícias recentes indicando uma possível fusão com o Fleury.
Ações da Minerva (BEEF3) desabam 11% apesar de forte geração de caixa
Enquanto a Rede D'Or comemorava resultados que superaram as expectativas, as ações do frigorífico Minerva (BEEF3), que acumulam alta de 70% no ano, foram vítimas das próprias expectativas do mercado e desabaram nesta quinta-feira, mesmo após reportar números considerados sólidos.

Fonte: Google Finance
No fechamento do pregão, os papéis caíram 12,80%, cotados a R$ 6,47. A reação negativa ocorreu apesar de a XP Investimentos classificar o trimestre como um resultado "para pendurar na parede", com um fluxo de caixa livre (FCF) de R$ 2,5 bilhões, bem acima das expectativas.
Esse forte fluxo de caixa foi impulsionado principalmente por uma maior liberação de estoques (R$ 1,6 bilhão) e pela antecipação da venda de estoques de carne bovina nos Estados Unidos, uma transação que o Itaú BBA previa apenas para o quarto trimestre. A liberação de capital de giro também foi atribuída a avanços nas operações de trading de energia.
Dúvidas sobre margens e sustentabilidade do caixa pressionam o papel
Apesar da forte geração de caixa, o Ebitda de R$ 1,4 bilhão veio em linha com as estimativas, mas a margem Ebitda foi considerada mais fraca que o esperado.
Segundo o Itaú BBA, o desempenho foi impactado pela pressão dos custos do gado em grande parte dos países da América do Sul, o que "reacendeu o debate sobre a tendência das margens recorrentes" da companhia.
A principal dúvida do mercado, que levou à reação negativa das ações, é sobre a sustentabilidade dessa geração de caixa no futuro. Analistas do Bradesco BBI e do BTG Pactual questionaram se a liberação de estoques e o financiamento via clientes e fornecedores são eventos pontuais ou se podem se reverter nos próximos trimestres.
Por essa falta de visibilidade sobre a recorrência, ambos os bancos mantiveram suas recomendações "Neutra" para a ação.
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