A Qualcomm divulgou seus resultados do quarto trimestre na quarta-feira, superando as expectativas de Wall Street. A receita atingiu US$ 11,27 bilhões, bem acima da estimativa de US$ 10,79 bilhões.
O lucro ajustado por ação atingiu US$ 3,00, superando também os US$ 2,88 esperados pelos analistas, segundo a LSEG. Em comparação com os US$ 10,24 bilhões do ano passado, a receita aumentou 10%.
Mas nem tudo foram boas notícias; a Qualcomm sofreu um grande impacto fiscal e registrou um prejuízo líquido de US$ 3,12 bilhões, ou US$ 2,89 por ação, após ter registrado um lucro de US$ 2,92 bilhões no mesmo trimestre do ano passado.
Olhando para o futuro, a Qualcomm prevê uma receita entre US$ 11,8 bilhões e US$ 12,6 bilhões para o próximo trimestre. Esse valor médio (US$ 12,2 bilhões) supera em muito a previsão média dos analistas, de US$ 11,62 bilhões.
Em relação aos lucros, a fabricante de chips espera entregar entre US$ 3,30 e US$ 3,50 por ação, enquanto os analistas previam apenas US$ 3,31. Essas projeções vieram diretamente do comunicado da Qualcomm divulgado na noite de quarta-feira.
A Qualcomm sempre lucrou principalmente com chips para dispositivos móveis. Ela fabrica os processadores e modems que equipam os celulares topo de linha da Samsung e os modems para os iPhones da Apple.
Mas o CEO Cristiano Amon disse durante a teleconferência que a Qualcomm sabe que a Apple não ficará para sempre. "Esperamos reduzir gradualmente nosso fornecimento de modems para a Apple nos próximos anos", afirmou.
Por isso, a empresa vem se reinventando. Ela vem fabricando chips para PCs com Windows, os óculos de realidade aumentada da Meta e headsets de realidade virtual, tentando expandir para tudo que não seja smartphone.
A grande aposta da empresa agora? Hardware de IA. Na semana passada, a Qualcomm anunciou planos para lançar dois novos chips aceleradores de IA, o que fez com que as ações subissem 11% logo após a notícia. Os novos chips, o AI200 (previsto para 2026) e o AI250 (2027), não são componentes básicos.
A Qualcomm afirmou que ambos os chips estarão disponíveis em sistemas completos que ocupam um rack de servidores inteiro com refrigeração líquida. Isso a coloca no mesmo patamar de hardware que a Nvidia e a AMD, cujos racks podem acomodar até 72 GPUs para alimentar modelos de IA complexos.
Até o momento, as ações da Qualcomm subiram 17% este ano, ficando atrás dos 22% da Nasdaq, mas longe dos 45% da Nvidia ou dos 112% da AMD. Sem dúvida, a empresa está correndo atrás do prejuízo em inteligência artificial.
Em termos de segmento, a divisão de celulares da Qualcomm faturou US$ 6,96 bilhões, um aumento de 14% em relação ao ano anterior. Sua unidade automotiva alcançou US$ 1,05 bilhão, um aumento de 17%, e a divisão de IoT, onde a empresa agrupa as vendas da Meta, faturou US$ 1,81 bilhão, um aumento de 7%. O StreetAccount confirmou que todos os três grupos superaram as expectativas.
O único ponto fraco? A receita de licenciamento, que caiu 7%, para US$ 1,41 bilhão. Mesmo assim, esse valor superou as estimativas dos analistas. Mesmo com a iminente separação da Apple, a expansão da Qualcomm para outros mercados — IA, automóveis, dispositivos inteligentes — está se refletindo nos números.
“Estamos posicionando nosso roteiro em vários mercados finais, especialmente em IA”, disse Amon. “Este trimestre mostra que nossa estratégia de diversificação está dando frutos.”
Resumindo: a Qualcomm superou as expectativas de lucro, apresentou resultados conformetronprevisto, registrou ganhos em praticamente todas as unidades e está apostando seu futuro em chips de IA grandes o suficiente para preencher racks de servidores.
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