ETFs de Ethereum registram saída de quase US$ 200 milhões e fila de “desestake” atinge recorde

Os fundos de índice (ETFs) de Ether (ETH) à vista iniciaram a semana com uma forte onda de vendas, registrando saídas de quase US$ 200 milhões na segunda-feira (18/8), dando continuidade a uma tendência de retirada que começou na semana anterior.
O movimento de aversão ao risco ocorre em um momento em que a fila para retirada de ETH travado em staking na rede Ethereum atinge um novo recorde histórico, levantando preocupações sobre uma possível pressão vendedora sobre o ativo nos próximos dias.
Fonte: Farside.co.uk
As saídas de US$ 196,7 milhões na segunda-feira representaram a segunda maior retirada diária da história dos ETFs de Ether desde seu lançamento, superada apenas pelos US$ 465 milhões registrados no dia 4 de agosto. Somando com as saídas de US$ 59 milhões da última sexta-feira, o total de retiradas em apenas dois pregões chegou a US$ 256 milhões.
BlackRock e Fidelity lideram as saídas dos ETFs
Os dados de mercado mostram que as gestoras BlackRock e Fidelity foram as que registraram as maiores saídas entre os emissores de ETFs de Ethereum na segunda-feira, com retiradas de US$ 87 milhões e US$ 79 milhões de seus respectivos fundos. O movimento reflete uma mudança de sentimento no curto prazo, especialmente quando se considera a forte entrada de capital vista nas semanas anteriores.
Apesar de expressivas, as saídas recentes ainda são consideradas modestas em comparação com o volume de entradas que os mesmos fundos registraram anteriormente. Nos oito pregões que antecederam essa onda de vendas, os ETFs de Ether acumularam um fluxo de entrada recorde de US$ 3,7 bilhões, com alguns dias registrando captações que ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão.
A BlackRock, por exemplo, tornou-se uma das maiores detentoras institucionais de Ether. Na última sexta-feira, seu fundo iShares Ethereum Trust (ETHA) detinha cerca de 3,6 milhões de ETH, avaliados em US$ 15,8 bilhões. Com a queda de preço e as saídas, o patrimônio do fundo recuou para US$ 15,6 bilhões na segunda-feira.
Fila para retirada de ETH em staking atinge novo recorde
Paralelamente à saída de capital dos ETFs, outra métrica tem chamado a atenção do mercado: a fila de "desestake" de Ether.
Este termo se refere à quantidade de ETH que está aguardando para ser retirada dos contratos de staking, onde validadores da rede travam seus ativos para ajudar a proteger a rede em troca de recompensas.
Na terça-feira, a fila de saída atingiu um recorde histórico de 910.000 ETH, uma quantia avaliada em aproximadamente US$ 3,9 bilhões.
O aumento da fila tem como consequência direta um maior tempo de espera para os validadores que desejam reaver a liquidez de seus ativos. Atualmente, o tempo de espera para conseguir realizar o "desestake" já ultrapassa 15 dias.
Alguns observadores do mercado alertaram para as possíveis consequências negativas desse movimento, com o temor de que um "desestake em massa" possa acontecer, o que aumentaria a oferta de ETH disponível para venda no mercado e poderia pressionar ainda mais os preços.
Defensores do Bitcoin (BTC) têm usado esse dado para argumentar que o preço do ETH em relação ao BTC pode voltar a cair para patamares de 0,03 ou menos.
A disputa de longo prazo entre os ETFs de Ether e Bitcoin
Apesar do cenário de curto prazo mais desafiador, com as saídas dos ETFs e o aumento da fila de "desestake", a tendência de médio prazo ainda mostra que os ETFs de Ether vinham ganhando terreno em relação aos de Bitcoin. Nas últimas semanas, os fundos de ETH superaram os de BTC em termos de novas entradas de capital, refletindo um apetite crescente dos investidores pelo segundo maior criptoativo do mercado.
Segundo uma análise de dados da Dragonfly, a proporção da oferta total de Bitcoin que está contida em ETFs era de 6,4% na segunda-feira, enquanto a mesma métrica para o Ether era de 5%.
O analista responsável pelo levantamento previu que, se a taxa de crescimento recente for mantida, os ETFs de Ether podem superar os de Bitcoin em termos de porcentagem da oferta total contida já no próximo mês, em setembro. Esse dado sugere que, apesar da volatilidade atual, a tese de investimento institucional no Ethereum continua a se fortalecer.
Número de “baleias” cai, mas “tubarões” e instituições acumulam ETH
Dados on-chain recentes mostram uma mudança expressiva na distribuição de Ethereum entre as carteiras de grandes investidores.
O número de endereços com mais de 100 mil ETH, frequentemente chamados de "baleias", caiu de mais de 200 em 2020 para cerca de 70 em 2025, atingindo seu nível mais baixo em quase uma década. Embora a venda por grandes detentores seja normalmente vista como um sinal de baixa, uma análise mais detalhada indica um cenário diferente.
Fonte: CryptoQuant
Ao mesmo tempo em que o número de "baleias" diminuiu, o número de carteiras "tubarão", com saldo entre 10 mil e 100 mil ETH, aumentou de cerca de 900 para mais de 1 mil em agosto.
Analistas explicam que a queda no número de baleias não tem impactado os preços de forma significativa, e que os verdadeiros motores do mercado são, muitas vezes, esses investidores de médio porte, os "tubarões", um padrão também observado no Bitcoin. Algumas das carteiras de baleias mais antigas podem pertencer a corretoras ou a primeiros investidores que podem ter perdido o acesso aos seus fundos.
A tendência de fundo que os dados revelam é uma clara mudança na estrutura de propriedade do Ethereum. Dados da CryptoQuant mostram que as carteiras de varejo (pequenos investidores) vêm diminuindo constantemente, atingindo uma mínima de vários anos com 8,5 milhões de ETH. Em contrapartida, as carteiras de grandes detentores (instituições e "tubarões") subiram para um recorde histórico de 19,1 milhões de ETH.
Essa crescente demanda institucional, vinda de ETFs e tesourarias corporativas, parece estar agindo como um "buraco negro", atraindo a oferta de ETH que estava tanto em posse do varejo quanto das baleias mais antigas.
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