HGBS11 tem alta no lucro; HGRE11 mostra gestão ativa de portfólio

O fundo de investimento imobiliário CSHG Brasil Shopping (HGBS11) reportou um lucro operacional de R$ 20,073 milhões no mês de julho, o que representa um crescimento de 19,39% em comparação com o resultado de R$ 16,813 milhões obtido em junho. O desempenho positivo permitiu a distribuição de R$ 0,15 por cota em dividendos aos seus investidores.
Fonte: StatusInvest
O resultado do fundo foi impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo uma receita imobiliária robusta, um evento não recorrente que beneficiou o caixa e, principalmente, a continuidade do bom desempenho operacional de seu portfólio de shopping centers, que registrou forte crescimento nas vendas e na geração de caixa no segundo trimestre de 2025.
Análise do resultado financeiro de julho
O balanço do HGBS11 em julho foi sustentado por uma receita imobiliária de R$ 23,439 milhões, complementada por outras receitas que somaram R$ 1,187 milhão. Após a dedução das despesas, que totalizaram R$ 4,554 milhões, o fundo apurou o resultado final de R$ 20,073 milhões. Com base nesse lucro, o fundo distribuiu aos seus cotistas um total de R$ 19,369 milhões em rendimentos.
Um fator pontual contribuiu para o bom resultado do mês. Houve a liberação de valores que estavam depositados em juízo pelo shopping West Plaza, referentes a processos judiciais. Esse evento acrescentou o equivalente a R$ 0,015 por cota ao resultado, dando um impulso adicional ao lucro e, consequentemente, à capacidade de distribuição de dividendos do fundo.
Vendas nos shoppings crescem 12,8% no segundo trimestre
A base para a geração de receita do fundo é o desempenho de seus shoppings, e os indicadores operacionais do segundo trimestre de 2025 foram positivos. As vendas por metro quadrado, uma métrica-chave para o setor, atingiram R$ 4.037, o que representa um avanço de 12,8% em relação ao mesmo período de 2024.
O desempenho do trimestre também foi superior ao dos três primeiros meses do ano. A performance foi beneficiada por datas comemorativas importantes para o varejo, como a Páscoa, em abril, e o Dia das Mães, em maio, que tradicionalmente impulsionam o consumo e o fluxo de pessoas nos centros de compras, refletindo positivamente nas vendas dos lojistas e, por consequência, na receita de aluguel do fundo.
Destaques operacionais no portfólio do fundo
Analisando os ativos individualmente, o grande destaque do portfólio no primeiro semestre de 2025 foi o shopping Floripa. O empreendimento registrou um impressionante crescimento de 51% nas vendas em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Esse avanço é atribuído principalmente ao forte crescimento do turismo estrangeiro na região, que aumentou o fluxo de consumidores com maior poder de compra.
O bom desempenho não se restringiu à capital catarinense. Os shoppings localizados no interior de São Paulo também apresentaram um crescimento robusto e contribuíram de forma positiva para os resultados do fundo.
Os centros comerciais de Araraquara, Franca e Bauru registraram altas nas vendas de 19%, 17% e 16%, respectivamente, mostrando a força do consumo nessas regiões.
Melhora na rentabilidade e na ocupação dos ativos
A rentabilidade dos ativos do HGBS11 também apresentou uma evolução positiva. O NOI (lucro operacional líquido) por metro quadrado, um indicador que mede a capacidade de geração de caixa operacional dos imóveis, alcançou R$ 243,55 no segundo trimestre.
Esse valor representa um crescimento de 8% em relação ao ano anterior. O ritmo de crescimento foi ainda mais forte nos meses de maio e junho, com avanços de 13,9% e 13,4%, respectivamente.
Outro ponto de destaque foi a receita de estacionamento, que ganhou relevância na composição dos resultados. No primeiro semestre, essa linha de receita cresceu 14,9% em comparação com 2024 e passou a representar cerca de 25% do NOI total do fundo.
Além da melhora na rentabilidade, o HGBS11 continua a apresentar uma taxa de vacância historicamente baixa. Após uma redução gradual ao longo de 2024, que levou a taxa para 4,7% da área bruta locável (ABL), o menor índice desde 2016, o patamar se manteve estável no primeiro semestre de 2025, encerrando junho em 4,9%, um nível considerado saudável para o setor.
HGRE11 detalha movimentações na carteira e queda na vacância
Outro fundo da mesma gestora, o CSHG Real Estate (HGRE11), focado no segmento de escritórios, também divulgou seu relatório de julho, detalhando uma gestão ativa para reduzir a vacância e otimizar sua carteira de imóveis.
O HGRE11 registrou um resultado líquido de R$ 9,282 milhões em julho, um desempenho inferior ao do mês anterior. O fundo distribuiu R$ 10,045 milhões em dividendos, o que equivale a R$ 0,85 por cota. O resultado do mês foi positivamente impactado por fatores não recorrentes, como o recebimento da última parcela da venda de um ativo e o pagamento de uma multa rescisória por um antigo locatário, que adicionaram cerca de R$ 0,05 por cota ao resultado.
O mês foi marcado por uma gestão ativa do portfólio de locatários. A entrada de novos inquilinos, como a Secretaria de Educação (SEDUC) no ativo Guaíba, ajudou a reduzir a vacância física do fundo para 10,0% e a vacância financeira para 6,7%. Além disso, a gestão já confirmou três novas locações para o mês de agosto, que somam mais de 2.000 m² nos ativos Guaíba, Torre Martiniano e Jatobá.
Apesar das novas locações, a gestão projeta que a vacância física deve subir para 10,6% em agosto. A alta é explicada pela saída já prevista da locatária Reply do ativo CENESP. No entanto, o fundo informou que já existem negociações em andamento para a ocupação integral do andar que foi devolvido, além de outras negociações para uma área de 2.200 m² na Torre Jatobá. A estrutura de capital do HGRE11 segue com baixa alavancagem, com a dívida representando apenas 2,6% do valor do portfólio.
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