Nasdaq vira para queda de 2% e ofusca brilho da Nvidia; dados de emprego fortes reduzem aposta em corte de juros
- Bitcoin (BTC) cai para US$ 92 mil e apaga ganhos do ano; investidores mais novos vendem 148 mil BTC com prejuízo
- Ouro retoma os US$ 4.200 à medida que o dólar enfraquece diante de preocupações econômicas e sentimento de aversão ao risco impulsiona demanda
- O ouro permanece perto da mínima de uma semana em meio à redução nas apostas de corte de juros pelo Fed
- O ouro permanece em modo defensivo em meio a um modesto avanço do dólar; queda parece limitada
- Ethereum (ETH) cai para US$ 3.200 com venda de "holders" e ETFs de BTC registram saídas de US$ 866 milhões
- O ouro se mantém estável em torno da área de US$ 4.070 enquanto os traders aguardam a ata do FOMC em busca de sinais sobre corte de juros

Os principais índices acionários dos Estados Unidos protagonizaram uma reversão negativa drástica nesta quinta-feira (20). Após um início de pregão otimista, com altas que chegaram a 2,3% no índice Nasdaq, o mercado perdeu força ao longo da tarde e encerrou o dia com perdas significativas.
Fonte: Google Finance
A euforia inicial, provocada pelo balanço surpreendente da Nvidia, foi suplantada por preocupações macroeconômicas. O temor de que o Federal Reserve (Fed) mantenha os juros elevados por mais tempo voltou a dominar a narrativa nas mesas de operação.
O índice Nasdaq Composite, que concentra as empresas de tecnologia, foi o mais penalizado, fechando em queda de 2,16%, aos 22.078 pontos. O S&P 500 recuou 1,56%, para 6.538 pontos, enquanto o Dow Jones teve uma baixa de 0,84%, encerrando aos 45.752 pontos.
Dados de emprego fortes pressionam o Fed
O gatilho para a mudança de humor foi a divulgação de novos dados sobre o mercado de trabalho americano. O Departamento do Trabalho informou que o setor privado criou 119 mil postos de trabalho em setembro.
O número veio muito acima das expectativas dos economistas consultados pela Reuters, que projetavam a criação de apenas 50 mil vagas. A robustez inesperada do mercado de trabalho foi interpretada pelos investidores como um sinal de que a economia americana continua aquecida.
Essa leitura levou a uma reprecificação imediata nas curvas de juros. O mercado passou a precificar uma chance menor de que o Federal Reserve realize um corte na taxa de juros em sua reunião de dezembro.
A lógica é que, com o emprego forte, o banco central tem menos urgência em afrouxar a política monetária para estimular a economia, podendo manter o foco no combate à inflação por mais tempo.
Nvidia: Balanço forte, reação negativa
A notícia macroeconômica ofuscou completamente o otimismo gerado pelos resultados da Nvidia. A fabricante de chips, que é o principal motor da atual alta do mercado, superou as expectativas de lucro e receita de Wall Street no terceiro trimestre.
As ações da companhia chegaram a subir mais de 5% na abertura, reagindo aos números e às declarações do CEO Jensen Huang. O executivo afirmou que a demanda pelos chips Blackwell de última geração está "fora de série" e rejeitou a ideia de que o setor de IA esteja vivendo uma bolha.
Fonte: Google Finance
No entanto, a aversão ao risco generalizada arrastou o papel para baixo. As ações da Nvidia fecharam em queda de 3,15%, em um movimento clássico de "venda no fato" (sell the news) exacerbado pelo cenário macro.
A empresa também apresentou uma previsão de vendas para o quarto trimestre mais forte do que o esperado, mas nem isso foi suficiente para sustentar os ganhos diante do medo de juros altos.
Setor de tecnologia sofre correção ampla
A queda não se restringiu à Nvidia. Outras ações ligadas à inteligência artificial sofreram duras perdas no pregão. Os papéis da Oracle caíram 6,58%, enquanto as ações da AMD despencaram 7,84%.
Apesar da visão otimista de alguns especialistas, como Daniel Newman, CEO do The Futurum Group, que afirmou à CNBC que "a tese pessimista está se desfazendo e o setor de IA está muito sólido", o mercado optou pela cautela.
Newman destacou que as margens das empresas de tecnologia continuam fortes e que as preocupações com a China podem estar exageradas. Contudo, o comportamento dos preços mostrou que os investidores preferiram reduzir a exposição ao risco.
O mês de novembro tem se mostrado relativamente fraco para o setor de tecnologia e para os mercados em geral. A Nvidia, por exemplo, caminha para fechar o mês com uma queda superior a 8%, sinalizando uma pausa no rali que marcou o ano.
Walmart salta 7% com consumidor forte
Enquanto o setor de tecnologia sofria uma dura reversão devido aos temores sobre os juros, o varejo tradicional trouxe um destaque positivo com o balanço do Walmart, ao passo que o mercado de criptoativos não escapou da aversão ao risco.
O Walmart (WMT) elevou suas previsões para o ano todo após superar as expectativas de lucro e vendas no terceiro trimestre. As ações da varejista saltaram quase 7% com a notícia.
Fonte: Google Finance
Investidores avaliaram o relatório da gigante como um sinal positivo sobre a força do consumidor americano rumo à temporada de festas. O desempenho contrastou com o restante do mercado, que foi penalizado pelos dados macroeconômicos.
O relatório de empregos (payroll), que mostrou a criação de 119 mil vagas (muito acima das 51 mil esperadas), alterou as apostas para o Fed. Traders de opções passaram a precificar apenas cerca de 38% de chance de um corte de juros em dezembro.
Criptomoedas sofrem liquidação conjunta
A virada abrupta para baixo nas bolsas de valores veio acompanhada de uma queda acentuada nos mercados de criptomoedas. Bitcoin e Ether caíram fortemente, somando-se às perdas recentes.
O Bitcoin estava sendo negociado abaixo de US$ 87.000 no fechamento do mercado de ações na quinta-feira. Esse patamar representa um dos níveis mais baixos para o ativo desde abril, evidenciando a correlação do criptoativo com o sentimento de risco global.
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