Vale (VALE3) sobe com produção recorde; Ibovespa ignora exterior e avança com início da temporada de balanços
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A mineradora Vale (VALE3) divulgou seus dados operacionais referentes ao terceiro trimestre de 2025, reportando uma produção de 94 milhões de toneladas (Mt) de minério de ferro.
O volume representa o maior nível de produção trimestral da companhia desde 2018 e superou em 5% o consenso das estimativas de mercado.
Em reação aos números positivos e ao avanço dos preços do minério de ferro na sessão desta quarta-feira (22/10), as ações da Vale fecharam em alta de 1,78%, cotadas a R$ 61,88.
Fonte: Google Finance
Os resultados foram classificados como sólidos por analistas, impulsionados principalmente pela produção recorde no complexo S11D e pelo contínuo avanço de projetos-chave.
Embora a produção em Serra Norte ainda apresente desafios, o desempenho geral do trimestre reforçou a visão positiva do mercado sobre a capacidade operacional da mineradora e sua estratégia comercial, levando a revisões para cima nas estimativas de resultados financeiros.
Produção recorde impulsionada por S11D
O destaque do relatório de produção foi o volume de 94 milhões de toneladas de minério de ferro, o melhor trimestre da Vale em sete anos.
Esse forte desempenho foi sustentado, em grande parte, pela performance do complexo S11D, no Pará, que atingiu um novo recorde de produção.
Além disso, o avanço de outros projetos importantes em fase de "ramp-up" também contribuiu. Apesar do sucesso nessas frentes, a companhia ainda enfrenta desafios operacionais em Serra Norte, mas a força demonstrada em outras áreas compensou essas dificuldades.
Enquanto a produção superou as expectativas, as vendas de minério de ferro no trimestre ficaram em linha com o esperado pelo mercado. A diferença entre o volume produzido e o vendido resultou em um acúmulo de estoques de 4,5 milhões de toneladas.
Esse movimento é considerado sazonal pela companhia, ocorrendo após um forte aumento sequencial da produção e fazendo parte da estratégia de gestão logística.
Estratégia comercial eleva prêmios com foco em qualidade
A flexibilidade e a eficácia da estratégia comercial da Vale foram pontos elogiados.
A companhia conseguiu obter prêmios mais elevados por seu minério, refletindo uma mudança estratégica para aumentar a produção de produtos de maior qualidade e menor teor de alumina, como o BRBF, o minério de teor médio de Carajás e o IOCJ.
A capacidade de ajustar o mix de produtos de acordo com as demandas das siderúrgicas e as condições de preço contribuiu para a alta nos prêmios realizados.
A análise de instituições financeiras destacou a estratégia "altamente adaptável" da mineradora. Um exemplo foi o aumento do fornecimento de "pellet feed" para a China e o crescimento das vendas do BRBF em detrimento do IOCJ.
Esse movimento refletiu uma maior demanda por minérios de teor médio/padrão, num cenário onde os prêmios por minérios de altíssima qualidade estavam mais fracos. Como resultado, os prêmios consolidados da Vale subiram US$ 1 por tonelada na comparação trimestral, mesmo com a queda nos prêmios específicos das pelotas.
A melhora significativa no prêmio dos finos, retornando a território positivo, também evidenciou o sucesso da Vale em otimizar seu mix e reduzir a oferta de produtos de menor qualidade.
Metais básicos também apresentam desempenho positivo
A divisão de metais básicos da Vale, focada em cobre e níquel, também apresentou um trimestre positivo. As vendas de cobre registraram um forte aumento de 19,7% na comparação anual, enquanto as vendas de níquel subiram 5,4%.
Os preços realizados do cobre também tiveram um desempenho favorável, com aumento de 7,0% ano a ano.
A produção de níquel foi particularmente forte, ficando cerca de 16% acima das estimativas de algumas instituições, impulsionada pela reestruturação da produção na mina subterrânea de Voisey’s Bay.
A produção de cobre ficou em linha com as expectativas. De maneira geral, o mercado reagiu positivamente aos números da divisão de metais básicos.
Revisões positivas nas estimativas de Ebitda e otimismo do mercado
O bom desempenho operacional e comercial, combinado com um ambiente de preços mais favorável, levou a revisões positivas nas estimativas de resultados financeiros para o terceiro trimestre.
Diversas instituições financeiras ajustaram seus modelos, elevando suas projeções para o Ebitda da companhia para a faixa de US$ 4,1 bilhões a US$ 4,3 bilhões. A divulgação oficial dos resultados financeiros está prevista para 30 de outubro.
O sentimento do mercado em relação à Vale está entre os mais fortes dos últimos anos. O otimismo decorre da percepção de que o minério de ferro ficou para trás em relação à alta de outras commodities, de uma avaliação (valuation) considerada mais atrativa em comparação com seus pares globais, e de uma história de alocação de capital mais disciplinada.
Embora não haja um otimismo excessivo com os preços do minério de ferro no longo prazo, a percepção de resiliência no curto prazo, junto ao desempenho relativo mais fraco frente a cobre e ouro, pode incentivar uma maior exposição às ações.
Diante desse cenário, as principais instituições financeiras reiteraram suas recomendações de compra para as ações da Vale, com preços-alvo que indicam um potencial de valorização significativo.
A avaliação atual da ação, negociando a um múltiplo EV/EBITDA considerado baixo (cerca de 3,5 vezes para 2026), reforça a tese de que os papéis ainda estão descontados.
Ibovespa ignora pessimismo externo e sobe com balanços e Vale
O Ibovespa fechou os olhos para o pessimismo vindo do exterior e subiu 0,55% nesta quarta-feira, aos 144.872,79 pontos.
Em Wall Street, os principais índices mostraram baixas consistentes, pressionados por novas tensões na relação entre EUA e China e pela continuidade da paralisação do governo americano, mas não afetaram o movimento de alta no Brasil.
O dólar comercial subiu 0,14%, para R$ 5,397, enquanto os juros futuros seguiram em queda.
Fonte: Google Finance
O principal motor para o bom humor no mercado brasileiro foi o início da temporada de balanços do terceiro trimestre de 2025.
A WEG (WEGE3), que abriu os trabalhos, reportou uma alta no lucro e um conjunto de resultados que agradou aos analistas. A ação foi a mais negociada do dia e fechou com uma valorização de 0,88%.
A Petrobras (PETR4) ganhou 1,15%, com a alta do petróleo e notícias sobre o domínio da empresa no leilão do pré-sal da ANP. Os bancos também subiram, com Itaú Unibanco (ITUB4) avançando 0,82% e Banco do Brasil (BBAS3) ganhando 0,73%.
Ambev e Assaí lideram as quedas; Eletrobras muda de nome
No lado negativo, a Ambev (ABEV3) caiu 1,23%, repercutindo os números fracos da concorrente Heineken, que mostrou queda nos volumes.
O Assaí (ASAI3) desmoronou 7,08%, após analistas rebaixarem a recomendação para as ações, projetando um cenário "mais desafiador" para a empresa em 2026. A Fleury (FLRY3) caiu 2,69%, também com rebaixamento após o fracasso de um acordo com a Rede D'Or (RDOR3).
A CSN (CSNA3) caiu 0,46%, em dia que o CADE determinou o pagamento de uma multa milionária pela siderúrgica.
A Eletrobras (ELET3) também caiu, 1,49%, no dia em que anunciou que mudará seu nome para Axia Energia e seu ticker para AXIA3. Fora do índice, a Azul (AZUL4) caiu 2,56%, mesmo após anunciar um recorde no número de passageiros transportados até setembro.
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