Raízen (RAIZ4) reporta prejuízo de R$ 1,8 bilhão e dívida salta 56%; Petrobras (PETR4) tem que da nos lucros

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Fonte: DepositPhotos

As ações da Raízen (RAIZ4) registraram forte queda de mais de 14% nesta quinta-feira (14/8), após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre da safra 2025/26. A reação negativa do mercado foi uma resposta direta ao prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão reportado pela companhia, que reverteu o lucro de R$ 1,1 bilhão obtido no mesmo período do ciclo anterior.

O principal ponto de preocupação, no entanto, foi o aumento expressivo do endividamento, que pressionou a estrutura de capital da empresa e gerou incertezas sobre a sua capacidade de gerar valor para os acionistas no curto prazo.

Fonte: Google Finance

O resultado, embora em grande parte esperado por analistas que já previam um cenário desafiador, acendeu um alerta sobre a saúde financeira da companhia. A combinação de um resultado operacional fraco com uma dívida crescente levou a uma reavaliação do risco por parte dos investidores, resultando em uma das maiores quedas do dia na bolsa brasileira.

Endividamento e alavancagem são o principal ponto de atenção

O foco das análises após a divulgação do balanço está na escalada da dívida da Raízen. A dívida líquida da companhia atingiu R$ 49,2 bilhões, uma alta de 56% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. Como consequência, a alavancagem, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda, mais que dobrou em um ano, passando de 2,3 vezes para 4,5 vezes.

Um nível de alavancagem tão elevado aumenta a percepção de risco e o custo da dívida da empresa, que, segundo uma casa de análise, já representa um encargo anualizado de R$ 6,2 bilhões.

Segundo a própria empresa, parte dessa elevação ocorreu devido a uma reestruturação do passivo, com a substituição de dívidas de curto prazo por instrumentos de longo prazo com custo mais competitivo. Ainda assim, a gestão reconhece a necessidade de acelerar a desalavancagem.

O CFO da empresa, Rafael Bergman, destacou que há "uma conversa ativa" com os controladores, Shell e Cosan (CSAN3), para avaliar mecanismos de redução de risco, incluindo um possível aporte de capital.

Análise dos resultados e a visão do mercado

Os números do trimestre, segundo relatórios de mercado, confirmam o cenário desafiador já percebido nos meses anteriores, impactado por uma combinação de fatores climáticos, como as queimadas, e dificuldades competitivas no segmento de mobilidade.

Uma das casas de análise destacou que o prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão chegou a representar 14,8% do valor de mercado total da Raízen, e que a atual estrutura de capital está ineficiente para gerar valor ao acionista, com um processo de ajuste que deve levar mais tempo que o previsto.

Apesar da queda de 18% no Ebitda em relação ao ano anterior, o resultado de R$ 1,9 bilhão ficou 6% acima da estimativa de outra casa de análise. Essa avaliação, embora reconheça que o balanço patrimonial permanece pressionado, destacou pontos positivos, como um perfil de dívida "mais limpo, líquido e com menos riscos financeiros vindos do trading".

Além disso, foi observado que as margens no segmento de combustíveis no Brasil superaram as de concorrentes e ajudaram a compensar parte das dificuldades operacionais.

A gestão da Raízen sinalizou que o foco principal agora é na melhora da rentabilidade para reduzir a dívida. O CEO da companhia, Nelson Gomes, destacou que este ainda não será um ano em que a empresa vai "gerar caixa orgânico", e que a companhia precisa "continuar avançando na questão operacional e de portfólio". Isso indica que a empresa não deve conseguir pagar suas despesas e investimentos apenas com a sua geração de caixa.

Petrobras apresenta queda no lucro, mas com estratégia distinta

Enquanto a Raízen lida com as consequências de um balanço pressionado, a Petrobras (PETR4), outra gigante do setor, apresentou um resultado que, embora também com queda no lucro, foi interpretado pelo mercado sob uma ótica mais estratégica.

A estatal anunciou um lucro líquido de R$ 26,8 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 24% em relação ao trimestre anterior. O resultado, no entanto, não surpreendeu o mercado, pois a queda foi influenciada por fatores não recorrentes e pela baixa do preço do petróleo Brent.

Fonte: Sergio Moraes/Reuters

Segundo a visão de analistas, a comparação do lucro líquido do segundo trimestre com o do primeiro não é adequada sem uma análise mais profunda dos fatores que influenciaram o resultado. Diversos eventos não recorrentes tiveram um impacto significativo no balanço. Entre eles, destacam-se o custo de um acordo coletivo de trabalho, no valor de R$ 1,2 bilhão, e uma equalização de gastos de quase R$ 4 bilhões.

Além disso, a variação cambial teve um efeito menor neste trimestre. Como uma empresa que exporta petróleo e tem sua receita dolarizada, a Petrobras é diretamente impactada pelas flutuações do dólar. No segundo trimestre, a variação cambial positiva somou R$ 11,9 bilhões, um valor relevante, mas inferior aos R$ 18 bilhões registrados no período anterior, o que também contribuiu para a redução do lucro na comparação trimestral.

Excluindo esses efeitos pontuais, a análise de mercado indica que a queda real do lucro líquido da Petrobras teria sido de apenas 1,7%, mostrando uma performance operacional mais estável do que o número principal sugere.

A pressão do preço do petróleo no resultado operacional

Outro fator fundamental que pressionou o resultado da Petrobras foi o cenário do mercado internacional de petróleo. O preço do barril tipo Brent, que é a principal referência para a companhia, registrou uma queda de 10% em relação ao primeiro trimestre de 2025 e de 20% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Essa redução no preço afeta diretamente as principais fontes de receita da empresa. Com o petróleo mais barato, as margens de lucro tanto na exploração e produção quanto no refino de combustíveis são comprimidas.

Isso resulta em um lucro operacional menor, antes mesmo da contabilização de outros fatores, e foi um dos principais motivos para a retração no desempenho financeiro da estatal no período.

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