Nubank (ROXO34) reporta lucro de US$ 637 milhões no 2º trimestre e ações sobem mais de 6%

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

O Nubank (ROXO34) divulgou na noite de quinta-feira (14/8) os resultados do segundo trimestre de 2025, reportando um lucro líquido de US$ 637 milhões, o que representa uma alta de 42% em relação ao mesmo período de 2024, em base neutra de câmbio.

A receita líquida do período somou US$ 3,7 bilhões, um crescimento de 40% na comparação anual. Os números foram bem recebidos pelo mercado e, nesta sexta-feira (15/8), os BDRs do banco na bolsa brasileira subiam mais de 6% por volta das 15h30.

Fonte: Google Finance

O desempenho foi sustentado por um forte crescimento no número de clientes, que atingiu a marca de 123 milhões somando as operações no Brasil, México e Colômbia. A análise do balanço mostra uma melhora em importantes métricas de rentabilidade e monetização, além de uma mudança na estratégia de crescimento da companhia para os próximos anos, com foco em aprofundar o relacionamento com sua base de clientes já existente.

A nova estratégia de crescimento no Brasil

Segundo o CFO do Nubank, Guilherme Lago, o avanço no lucro foi sustentado pela combinação de alavancagem operacional e aumento de receita. Ele destacou, no entanto, que a principal fonte de crescimento da receita no Brasil deve mudar nos próximos anos.

Se no passado recente grande parte do crescimento veio da aquisição de novos clientes, a estratégia agora é aumentar a profundidade do relacionamento com essa base já consolidada.

Isso significa que o foco do banco será em aumentar o número de produtos utilizados por seus 123 milhões de clientes. A estratégia é usar a base de baixo custo de aquisição para expandir a oferta de serviços como empréstimos pessoais, investimentos, seguros e outras soluções financeiras.

O sucesso dessa abordagem será medido pelo aumento da receita média por cliente ativo, que já tem mostrado uma evolução positiva.

Análise das métricas de rentabilidade e monetização

O segundo trimestre marcou um retorno da melhoria em diversas métricas de rentabilidade do Nubank. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) trimestral anualizado atingiu 28%, um patamar considerado muito forte para o setor bancário e que foi impulsionado pela forte expansão das receitas de crédito e de tarifas.

A monetização dos clientes também mostrou avanços significativos. A receita média mensal por cliente ativo (ARPAC) atingiu US$ 12,2, um aumento de 18% em um ano. Essa melhora na receita é ainda mais relevante quando se observa que o custo para servir cada cliente ativo se manteve estável em apenas US$ 0,8.

A diferença crescente entre o que o banco ganha por cliente e o que gasta para mantê-lo é o que caracteriza a alavancagem operacional citada pelo CFO. Além disso, a margem de juros (NIM) do banco se expandiu, revertendo a tendência de contração que havia sido observada nos últimos trimestres e que era um ponto de preocupação para o mercado.

Expansão da carteira de crédito e a qualidade dos ativos

A carteira de crédito expandida do Nubank atingiu US$ 27,3 bilhões, uma alta de 42% em um ano e de 8% em relação ao trimestre anterior, com destaque para o avanço dos empréstimos pessoais. O crescimento dos depósitos também se manteve em ritmo forte, fornecendo a base de recursos para a expansão do crédito.

Na análise da qualidade dos ativos, os sinais foram mistos. A inadimplência de curto prazo, que mede os atrasos entre 15 e 90 dias, apresentou uma queda, fechando o trimestre em 4,4%, o que é um indicador positivo de melhora na qualidade das novas safras de crédito.

Por outro lado, a inadimplência de longo prazo, com atrasos acima de 90 dias, subiu para 6,6%. A gestão do banco atribuiu esse aumento a fatores sazonais e à maturação de empréstimos concedidos no início do ano, em um período de maior deterioração do cenário de crédito.

Visão dos analistas e as perspectivas para a ação

A reação dos analistas ao resultado foi, no geral, positiva, embora as recomendações se mantenham divididas. Uma casa de análise avaliou o desempenho como positivo e manteve a recomendação de compra, com um preço-alvo para o BDR de R$ 13,70 para o final de 2026. 

O relatório destacou os avanços consistentes nas operações do México e da Colômbia, que já somam mais de 22 milhões de clientes, e o crescimento robusto das receitas e do lucro.

Outra casa de análise, que viu o lucro ficar 6% acima de suas estimativas, manteve uma recomendação neutra para as ações listadas nos EUA, com preço-alvo de US$ 14,00, mas indicou um viés positivo após a divulgação do balanço. Essa avaliação considera 2025 como um "ano de transição" para o Nubank.

Para os analistas, a capacidade de "reacender o crescimento da receita — particularmente em cartões de crédito no Brasil — e ‘vencer’ no México são fundamentais para reconstruir a confiança dos investidores".

Petrobras atinge produção recorde no campo de Búzios

Enquanto o setor de tecnologia e finanças reagia aos números do Nubank, a Petrobras (PETR4) também esteve no foco dos investidores ao anunciar um novo recorde de produção diária de petróleo com a plataforma FPSO Almirante Tamandaré, que atingiu a marca de 225 mil barris no dia 14 de agosto.

O recorde, que representa a maior produção da história da companhia em uma única plataforma, foi estabelecido no campo de Búzios, localizado no pré-sal da bacia de Santos. A unidade alcançou esse patamar em apenas 179 dias de operação, superando as expectativas e se consolidando como uma das mais eficientes da empresa.

Fonte: SBM

O campo de Búzios é atualmente o segundo maior produtor de petróleo do Brasil, atrás apenas de Tupi, e é uma das principais apostas de crescimento da Petrobras. A companhia projeta que Búzios se torne em breve o maior campo de produção da estatal, com planos de alcançar 1,5 milhão de barris por dia até 2030. Segundo a diretora de Engenharia e Inovação, Renata Baruzzi, a unidade combina alta capacidade com tecnologias de descarbonização, alinhando produtividade e sustentabilidade.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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