Ibovespa sobe 1,72%, ultrapassa os 153 mil pontos e atinge nova máxima histórica; Copom mantém Selic a 15% ao ano
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O Ibovespa parece ter ignorado qualquer limite e estabeleceu uma nova marca histórica nesta quarta-feira (5). O principal índice da bolsa brasileira não apenas ultrapassou os 151 mil e 152 mil pontos, mas também superou os 153 mil pela primeira vez.
O fechamento foi em forte alta de 1,72%, aos 153.294,44 pontos, o maior patamar da história, pulverizando o recorde de 150.704,20 pontos alcançado na véspera. A máxima intradia também foi renovada, atingindo 153.583,19 pontos.

Fonte: Google Finance
Com a vitória de hoje, o índice acumula agora 11 pregões seguidos de ganhos, igualando a maior sequência do ano, vista em julho. O otimismo também se refletiu no câmbio: o dólar comercial recuou 0,70%, para R$ 5,361, e as taxas de juros futuros (DIs) caíram por toda a curva mais uma vez.
Copom mantém Selic em 15% e sinaliza juros altos por período "bastante prolongado"
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta quarta-feira manter a Selic, a taxa básica de juros da economia, em 15% ao ano. A decisão foi unânime e já era amplamente esperada pelo mercado financeiro.
No comunicado que acompanhou a decisão, o BC adotou um tom duro e sinalizou que a taxa deve permanecer nesse nível elevado por um longo período. "O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta", disse a nota.
A decisão do Copom reflete uma postura de cautela diante de um ambiente externo classificado como "incerto", principalmente devido à conjuntura e à política econômica nos Estados Unidos, que geram reflexos nas condições financeiras globais.
"Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica", ressaltou o comunicado.
Incerteza externa e inflação doméstica justificam cautela
No cenário doméstico, o Comitê apontou que, embora a atividade econômica mostre uma trajetória de moderação, o mercado de trabalho continua aquecido e com dinamismo.
Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e suas medidas subjacentes apresentaram algum arrefecimento, mas se mantiveram acima da meta. As projeções de inflação do mercado para 2025 (4,5%) e 2026 (4,2%) também permanecem acima do centro da meta.
Enquanto isso, a paralisação do governo americano chega ao seu 36º dia e se torna a mais longa da história do país, com um custo estimado de US$ 15 bilhões por semana para a economia.
No campo dos dados, o setor privado dos EUA criou 42 mil empregos em outubro, segundo o levantamento da ADP. Embora o número tenha vindo acima do esperado, analistas ainda enxergam um mercado de trabalho enfraquecido.
Riscos elevados e monitoramento do fiscal e tarifas
O Copom avaliou que os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, "seguem mais elevados do que o usual".
O comitê destacou o risco de as expectativas de inflação permanecerem "desancoradas" por mais tempo e de uma maior resiliência na inflação de serviços, pressionada pelo mercado de trabalho aquecido.
O BC também afirmou que segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos EUA ao Brasil e como os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetária.
Diante de um cenário de expectativas desancoradas, o Copom concluiu que se exige "uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado" e que "não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado".
Fiscal brasileiro: entre arrecadação positiva e déficit elevado
No cenário doméstico, os dados fiscais continuam a enviar sinais mistos. O Relatório de Acompanhamento Fiscal de outubro da Instituição Fiscal Independente (IFI) mostrou que o governo federal acumula um déficit primário de R$ 100,9 bilhões de janeiro a setembro.
Segundo o órgão, será necessário um esforço fiscal de R$ 27 bilhões para que o governo consiga cumprir o limite inferior da meta fiscal deste ano.
Em contrapartida, a arrecadação federal voltou a subir em setembro, com uma alta real de 1,43% sobre o mesmo mês do ano anterior. A economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, disse que o resultado "confirma tendência positiva e sustentada".
Ela ponderou, no entanto, que "o ritmo de expansão das despesas primárias continua muito acima da receita, o que anula parte do ganho estrutural", diminuindo o impacto positivo da arrecadação.
No campo político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o Executivo enviará ao Congresso dois projetos de lei para substituir a Medida Provisória 1303, que tratava da taxação de aplicações financeiras e que foi derrubada pelo Congresso.
O ministro assegurou que vai cumprir a meta fiscal este ano e que buscará um superávit primário no próximo.
Destaques do Ibovespa: Vale e Petrobras sobem; C&A dispara com balanço
O que realmente impulsionou o Ibovespa ao novo recorde foi o desempenho de suas ações de maior peso, em um dia movimentado pela temporada de balanços. A Vale (VALE3) avançou 1,72%, descolando-se do preço do minério de ferro, que teve um dia de queda.
A Petrobras (PETR4) ganhou 1,98%, também na contramão do petróleo internacional, que caiu após o anúncio de um novo recorde de produção nos EUA. As ações da petroleira foram ajudadas por uma vitória no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em uma ação contra a Paragon Offshore, com valor estimado de R$ 2,9 bilhões.
Balanços do dia: Itaú, CSN, GPA, C&A e Odontoprev
Quem também divulgou seus números do 3T25 foi o Itaú Unibanco (ITUB4). As ações do banco oscilaram bastante, ficando negativas na maior parte da sessão, mas conseguiram fechar em alta de 0,43%.
O presidente-executivo do banco, Milton Maluhy Filho, afirmou que o Itaú "continua confortável" com o nível de rentabilidade que vem entregando.

Fonte: Google Finance
A CSN (CSNA3) caiu 4,60% e a CSN Mineração (CMIN3) cedeu 0,17%, mesmo com os resultados vindo acima do esperado. O mercado reagiu ao anúncio de que a CSN planeja criar uma nova empresa para levantar bilhões e reduzir sua dívida.
O GPA (PCAR3) terminou estável; a empresa apresentou resultados em linha com o esperado, mas a alta alavancagem financeira continua sendo um ponto de preocupação para os analistas.
O grande destaque positivo da temporada de balanços do dia foi a C&A (CEAB3), que disparou amplos 8,51%, após divulgar um balanço considerado sólido pelo mercado.
Na ponta oposta, a Odontoprev (ODPV3) despencou 8,29%, com um desempenho no 3T25 que não repetiu os trimestres anteriores e frustrou as expectativas.
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