BTG Pactual (BPAC11) atinge lucro recorde de R$ 4,2 bilhões e ações disparam

O BTG Pactual (BPAC11) reportou um resultado excepcional no segundo trimestre de 2025, com um lucro líquido ajustado de R$ 4,2 bilhões, o que representa um crescimento de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As receitas totais também atingiram um recorde de R$ 8,3 bilhões, um aumento de 38,5% na comparação anual. O desempenho superou as expectativas do mercado, e os investidores reagiram de forma imediata, com as ações do banco liderando as altas do Ibovespa na segunda-feira (11), com um avanço de 12,95% que levou o papel a uma nova máxima histórica de R$ 45,36.
Fonte: Google Finance
O resultado foi impulsionado pelo forte desempenho em praticamente todas as suas linhas de negócio, mesmo em um ambiente de mercado descrito pela própria instituição como "desafiador e volátil". A capacidade do banco de entregar crescimento e rentabilidade acima de seus pares tem sido o principal fator por trás da forte valorização de suas ações.
Análise do resultado do segundo trimestre
O lucro do BTG Pactual superou o consenso de analistas da Bloomberg, que projetava um resultado de R$ 3,64 bilhões. Um dos indicadores mais observados pelo mercado, o retorno ajustado sobre o patrimônio líquido (ROAE), atingiu 27,1% no período, um aumento de quatro pontos percentuais em um ano.
Esse número não apenas é expressivo por si só, mas também coloca o BTG em uma posição de destaque no setor bancário brasileiro. A rentabilidade do banco superou a de concorrentes como Itaú, que reportou um ROE de 23,3% no mesmo trimestre, e abriu uma distância ainda maior de Bradesco (14,6%), Santander (16%) e Banco do Brasil (15,8%).
O patrimônio líquido da instituição cresceu 20% em um ano, chegando a R$ 63,7 bilhões. O banco também demonstrou manter indicadores de solidez robustos, com um índice de Basileia de 16,2% e um índice de cobertura de liquidez (LCR) de 170,1%, ambos em níveis confortáveis.
Desempenho recorde nas principais áreas de negócio
O crescimento das receitas foi generalizado entre as diferentes divisões do banco. A área de banco de investimentos (investment banking) teve um desempenho recorde, com receitas de R$ 782,1 milhões, um salto de 105,6% em relação ao trimestre anterior e de 40,2% na comparação anual. Esse avanço foi impulsionado por uma forte atividade em fusões e aquisições (M&A) e pela recuperação do mercado de dívida (DCM).
A divisão de crédito corporativo (corporate lending) também registrou um recorde, com receitas de R$ 2,1 bilhões, uma alta de 37,3% em um ano. A carteira de crédito total do banco cresceu 22,1% no período, alcançando R$ 237,9 bilhões, com a gestão destacando a manutenção de spreads saudáveis e a alta qualidade dos ativos.
A área de sales & trading reportou uma receita de R$ 1,9 bilhão, um aumento de 37,9% em relação ao ano anterior, beneficiada por um maior volume de operações de clientes.
Fonte: Facebook
Os segmentos de gestão de fortunas (wealth management & personal banking) e de gestão de ativos (asset management) também continuaram em trajetória de crescimento. A área de wealth management teve receita recorde de R$ 1,2 bilhão, um aumento de 33,5% no ano, apoiada por uma robusta captação orgânica de recursos.
Já a asset management atingiu a marca de R$ 1,1 trilhão em ativos sob gestão e administração, com uma captação líquida de R$ 28 bilhões no trimestre, mesmo em um cenário de resgates na indústria de fundos.
Reação do mercado e visão dos analistas
A forte alta das ações do BTG Pactual foi uma resposta direta aos números que superaram as projeções. Em relatório, a Monte Bravo destacou que o resultado "muito acima do que o mercado projetava explica a performance das ações do banco no pregão" e que isso deve levar a revisões nas estimativas para o papel.
O BB Investimentos também considerou o resultado positivo, recomendando a compra das ações com um preço-alvo de R$ 48 para dezembro de 2026. Os analistas do banco destacaram a diversificação das receitas e a eficiência recorde. Eles veem espaço para mais valorização, citando o potencial de crescimento orgânico e inorgânico, além das sinergias do modelo de negócios da instituição. Como ponto de atenção, o BB Investimentos mencionou o aumento das despesas operacionais e os possíveis riscos macroeconômicos que podem afetar o setor como um todo.
Estratégia de aquisições e expansão internacional
Reforçando a tese de crescimento inorgânico, o BTG Pactual manteve sua estratégia de aquisições ativa no trimestre. Duas transações relevantes foram anunciadas: a compra da JGP Wealth Management e a aquisição das operações do HSBC no Uruguai, por um valor de US$ 175 milhões. A transação com o HSBC é particularmente significativa, pois inclui cinco agências e marca a entrada do banco no mercado de varejo uruguaio, expandindo sua presença internacional.
Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.
Os Contratos por Diferença (CFDs) são produtos alavancados que podem resultar na perda de todo o seu capital. Esses produtos não são adequados para todos os clientes; por favor, invista com rigor. Consulte este arquivo para obter mais informações.