Bradesco (BBDC4) lucra R$ 6,2 bilhões no 3º trimestre, com alta de 18,8%; rentabilidade melhora, mas inadimplência segue sob controle
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O Bradesco (BBDC4) reportou um lucro recorrente de R$ 6,2 bilhões no terceiro trimestre de 2025, uma alta de 18,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O número veio em linha com o consenso do mercado, que aguardava um lucro de R$ 6,1 bilhões no período.
O resultado marca uma continuação da trajetória de recuperação do banco, que nos últimos trimestres vinha sofrendo com uma rentabilidade bem abaixo de seus pares privados e com uma deterioração nos índices de inadimplência.

Fonte: Google Finance
A estratégia da gestão, focada em melhorar a qualidade dos ativos, parece estar dando certo, mesmo que isso implique em um crescimento mais moderado da carteira de crédito em 2025. O mercado reagiu positivamente ao balanço, com as ações do banco figurando entre as maiores altas do Ibovespa, com uma valorização de mais de 3% durante a sessão.
No entanto, no after market de Nova York, os recibos de ações (ADRs) afundaram 4,82%, indicando uma reação mais cautelosa de investidores estrangeiros.
Rentabilidade (ROE) apresenta mais um passo na recuperação
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), principal indicador de rentabilidade de um banco, mostrou uma nova evolução e subiu 2,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior, atingindo 14,7%.
Embora o número represente uma melhora significativa e esteja em linha com a estratégia "step by step" (passo a passo) do CEO, Marcelo Noronha, o Bradesco ainda não conseguiu superar a rentabilidade de seu rival espanhol, o Santander Brasil (SANB11), que encerrou o mesmo período com um ROE de 17%.
"A nova safra de crédito mantém boa qualidade. O Bradesco segue adiante, com cautela. Nossa inadimplência permanece sob controle.
A qualidade dos nossos ativos é inegociável, cláusula pétrea", reforçou Noronha no comunicado que acompanhou o balanço, sinalizando que a prioridade continua sendo a solidez da carteira, e não o crescimento a qualquer custo.
Crescimento da carteira de crédito e aumento na provisão para devedores duvidosos
Apesar de um cenário de economia mais morna, com o PIB crescendo apenas 0,4% no trimestre, o Bradesco conseguiu expandir sua carteira de crédito.
Houve uma alta de 9,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, com a carteira total atingindo a marca de R$ 1 trilhão. A expansão foi puxada principalmente pela carteira de pessoas físicas, que cresceu 13,8%, e pelos segmentos de micro, pequenas e médias empresas (MPME).
Para suportar esse crescimento e se precaver contra eventuais calotes, o banco elevou sua despesa com Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) em 20% na comparação anual, para R$ 8,5 bilhões.
O aumento nas provisões também foi visto no resultado do Santander, o que pode indicar uma maior cautela geral dos grandes bancos em meio a um cenário de juros ainda elevados.
O Bradesco justificou o aumento das despesas no trimestre, afirmando que ele está relacionado principalmente a operações específicas do segmento de atacado (grandes empresas).
"O desempenho das despesas de PDD reflete o crescimento da carteira, a eficiência do processo de cobrança e a melhora da qualidade da carteira", afirmou o banco.
Inadimplência permanece sob controle
Apesar do aumento na provisão, o principal indicador de saúde da carteira de crédito do banco, a inadimplência, seguiu controlado. O índice de atrasos acima de 90 dias manteve-se estável em relação ao trimestre anterior e apresentou uma redução de 0,1 ponto percentual em 12 meses, fechando setembro em 5,4%.
Isso indica que o banco conseguiu crescer sua carteira de crédito, especialmente em segmentos de maior risco como pessoas físicas e PMEs, sem que isso gerasse uma deterioração na qualidade dos ativos, um dos principais temores do mercado em relação ao banco.
Análise das receitas e despesas
As receitas totais do Bradesco atingiram R$ 35,0 bilhões no trimestre, um avanço de 3% em relação ao trimestre anterior e de 13,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O desempenho foi impulsionado por um forte desempenho em todas as linhas de negócio, incluindo a margem financeira, as receitas com serviços e as operações de seguros.
A margem financeira, que mede o ganho do banco com operações de crédito, somou R$ 18,7 bilhões, uma alta de 16,9% em um ano. A margem com clientes foi o grande destaque, crescendo 19% no ano, refletindo o aumento da carteira de crédito e a melhora no spread médio.
Em contrapartida, a margem com o mercado, que é mais volátil, teve uma forte queda de 72% em relação ao ano anterior.
As receitas de prestação de serviços também cresceram de forma sólida, com uma alta de 6,9% no ano, para R$ 10,5 bilhões, com destaques para as linhas de consórcios, cartões, operações de crédito e administração de fundos.
Já as despesas operacionais somaram R$ 16 bilhões, uma alta de 9,6% em um ano, refletindo os investimentos em tecnologia. "Sabemos que a nossa rentabilidade poderia aumentar mais rápido se cortássemos investimentos, mas decidimos privilegiar a nossa competitividade de longo prazo", disse Noronha, destacando que o banco contratou milhares de profissionais para a área de tecnologia desde o início do plano de reestruturação.
Desempenho em relação ao 'guidance' de 2025
Ao analisar as projeções do banco para o ano (guidance) em comparação com o resultado acumulado nos nove primeiros meses de 2025, o Bradesco apresentou um desempenho misto.
A carteira de crédito expandida cresceu 9,6%, superando o teto da faixa projetada, que era de 4% a 8%. As receitas de prestação de serviços e as despesas operacionais também vieram ligeiramente acima do topo das estimativas.
O grande destaque positivo foi o resultado das operações de seguros, previdência e capitalização, que teve uma alta de 21,7% no acumulado do ano, muito acima do teto da projeção, que era de 9% a 13%.
O desempenho foi impulsionado pela expansão das carteiras e pela melhora nas margens. Por outro lado, a margem financeira líquida (já descontada a PDD) somou R$ 29,6 bilhões nos nove meses, ainda abaixo do piso da faixa esperada para o ano, que é de R$ 37 bilhões a R$ 41 bilhões, indicando que a alta nas provisões ainda consome uma parte relevante dos ganhos com crédito.
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