A Comissão de Serviços Financeiros (FSC) da Coreia do Sul encaminhou dois casos de manipulação do mercado de criptomoedas às autoridades investigativas locais. Os suspeitos acumularam previamente criptomoedas no valor de dezenas de bilhões de won coreanos e, em seguida, enviaram repetidamente ordens de compra com preços elevados, mobilizando centenas de bilhões de won coreanos.
A Comissão teria explicado que os suspeitos no primeiro caso supostamente mobilizaram centenas de bilhões de won coreanos para inflar artificialmente os preços das criptomoedas a níveis específicos por meio de compras a preços elevados. Eles enviaram ordens de venda a preços superiores aos de compra e, em seguida, manipularam as negociações para garantir que os preços das criptomoedas atingissem o preço da ordem de venda. O Serviço de Supervisão Financeira detectou o caso durante um exercício de monitoramento de rotina de criptomoedas.
Usuários desavisados presumiram que o preço estava subindo naturalmente e caíram no golpe, comprando mais da moeda à medida que o preço disparava até atingir as ordens de venda pré-enviadas. Eles teriam obtido dezenas de bilhões de won coreanos em lucros ilícitos por meio desse golpe.
No segundo caso, os suspeitos usaram APIs (programas de negociação automatizados) para inflar os volumes de negociação. Eles executaram repetidamente ordens de compra e venda a preço de mercado para criptomoedas específicas várias vezes por segundo durante um período não divulgado. Os suspeitos também enviaram manualmente ordens de compra com preços elevados para criar a ilusão de alta nos preços.
A FSC destacou que os suspeitos no segundo caso supostamente exploraram o efeito visual da tela da corretora, aproveitando-se da percepção comum dos usuários de que a linha vermelha piscando frequentemente indica negociações ativas. A borda do preço atual muda para uma linha vermelha para indicar aumentos de preço sempre que o preço de uma criptomoeda específica flutua.
A Comissão de Serviços Financeiros alertou os investidores para que tenham cautela quando o preço de uma criptomoeda com baixa liquidez subir ou o volume de negociação aumentar repentinamente, pois uma correção pode causar uma queda acentuada no preço. A Comissão também advertiu que qualquer pessoa que utilize meios inescrupulosos paratracartificialmente o interesse de compra e venda, ou manipular preços por meio de ordens de compra e venda de alto valor, estará sujeita a multas e penalidades de acordo com a Lei de Proteção ao Usuário de Ativos Virtuais (VAUP).
A FSC anunciou em 4 de novembro que o governo aprovou um projeto de lei de revisão do Decreto de Execução da Lei Especial sobre o Reembolso de Perdas. A revisão visa fortalecer a responsabilidade das instituições financeiras na prevenção de perdas decorrentes de fraudes financeiras.
A FSC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) divulgou recentemente que congelou quase US$ 61,4 milhões em ativos digitais em diversas plataformas de negociação de criptomoedas nos últimos seis anos, em seus esforços para combater fraudes com criptomoedas. O valor acumulado foi revelado em um relatório enviado ao gabinete do parlamentar Wi Seong-gon, destacando os esforços contínuos da comissão para combater crimes relacionados a criptomoedas. A maior parte dos congelamentos decorre de suspeitas de fraude e violações da Lei VAUP (Lei de Uso Indevido de Criptomoedas).
O relatório apresentado confirmou que os criptoativos congelados incluem US$ 37,4 milhões em ativos afetados pela suspensão de saques imposta pela Bithumb em 2020. A suspensão foi relacionada a 8.666 casos de fraude.
A FSC também congelou criptoativos no valor de US$ 18,9 milhões em 30.106 casos entre 2020 e setembro deste ano. O órgão regulador congelou outros US$ 4,4 milhões em criptomoedas, bloqueados na exchange Coinone em conexão com 755 casos. Quase US$ 296.000, envolvendo 529 casos, também foram congelados na Korbit, enquanto outros US$ 222.000, envolvendo cerca de 280 casos de descumprimento das regulamentações da região, foram congelados na exchange Gopax.
A Coreia do Sul atualizou recentemente suas regulamentações sobre criptomoedas para abranger stablecoins, proteção ao investidor, mineração, taxas de juros e empréstimos, além da regra de viagens, criando uma estrutura regulatória robusta para o setor de criptomoedas no país.
Entretanto, a Lei sobre a Divulgação e Utilização de Informações Específicas sobre Transações Financeiras agora exige medidas rigorosas de AML (combate à lavagem de dinheiro), registro em corretoras e uma conta em plataforma de criptomoedas com nome real vinculada a uma conta bancária verificada.
Os registros da FSC dos últimos seis anos revelam que o governo da Coreia do Sul intensificou seus esforços para regularizar o setor de criptomoedas. As ações tomadas contra empresas como Korbit, Bithumb, Coinone e Gopax demonstram a atuação constante dos órgãos reguladores do país. O revisado entrará em vigor seis meses após sua promulgação.
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