Mais de 200 empresas que alegaram estar migrando para uma estratégia de cripto-tesouro estão agora no radar dos reguladores dos EUA.
Tanto a Securities and Exchange Commission quanto a Financial Industry Regulatory Authority entraram em contato com essas empresas após detectar picos repentinos nos preços das ações e na atividade de negociação poucos dias antes de seus anúncios públicos de criptomoedas.
De acordo com o Wall Street Journal, os reguladores observaram um padrão: grandes negociações, altas vertiginosas de preços e, então — surpresa — uma empresa anunciava que estava investindo tudo em criptomoedas. A SEC e a FINRA agora estão investigando para descobrir quem sabia o quê e quando.
Nesses contatos, a SEC teria alertado as empresas sobre a violação do Regulamento Divulgação Justa, ou Reg FD, que proíbe as empresas de vazar notícias importantes e não públicas para pessoas que possam tentar negociar com base nelas.
As cartas da Finra não foram apenas um cumprimento. Segundo especialistas jurídicos, esse tipo de carta geralmente dá início a investigações sérias. "Quando essas cartas são enviadas, elas realmente agitam as coisas", disse David Chase, ex-advogado da SEC que agora defende clientes nesses casos. "Normalmente, é o primeiro passo de uma investigação. Se ela se estenderá até o fim, ninguém sabe."
No momento, não está claro se alguma ação efetiva de fiscalização está sendo tomada ou se alguma empresa ou investidor específico já está sendo alvo. Mas essas cartas por si só já são suficientes para deixar os executivos nervosos.
A situação surge em um momento em que a SEC tenta mudar seu tom com a indústria de criptomoedas. Em um discurso recente, o presidente da SEC, Paul Atkins, rejeitou as táticas antigas, acusando a agência de ter "transformado" sua divisão de fiscalização no passado para reprimir a indústria. Ele prometeu que a SEC agora se concentrará em estabelecer "regras claras e previsíveis".
Embora esse discurso possa ter soado como uma oferta de paz, essas novas investigações sugerem que a SEC não vai abandonar seu distintivo tão cedo.
A tendência dos cripto-tesourarias explodiu este ano. De acordo com a Architect Partners, empresa que trac o setor, 212 empresas anunciaram planos para levantar cerca de US$ 102 bilhões para comprar bitcoin e outros tokens.
O modelo que eles estão copiando? A Strategy, empresa anteriormente conhecida como MicroStrategy. Eles levantam fundos vendendo ações ou assumindo dívidas e, em seguida, usam o cash para investir em criptomoedas.
Antes de divulgar sua estratégia, essas empresas costumam conversar com alguns investidores cuidadosamente selecionados para ver quem está interessado em participar do negócio. Mas há um porém. Espera-se que esses investidores se mantenham em silêncio, assinando acordos de confidencialidade. O problema é que esses acordos de confidencialidade nem sempre são herméticos.
Várias empresas viram seus preços de ações dispararem antes mesmo de fazerem qualquer anúncio. Foi isso que chamou a atenção da SEC e da FINRA. Se alguém vazou informações e as pessoas negociaram com base nelas, isso cheira a insider trading.
E esse vazamento não apenas infringe as regras, como pode arruinar o negócio. Justin Platt, sócio do escritório de advocacia Goodwin, disse: "Se o preço das ações for altamente volátil nos dias que antecedem a precificação de uma transação, isso pode dificultar muito o acordo sobre o preço da transação e colocá-la em risco de execução."
Então, o que começou como uma corrida para as criptomoedas pode acabar como uma lição sobre como não atrapalhar sua estratégia de tesouraria enquanto todos estão observando.
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