Donald Trump disse no domingo no Oval que está pronto para seguir em frente com uma segunda fase de sanções à Rússia, uma medida que teria como alvo direto Moscou ou os países que ainda compram petróleo russo, embora esta seja a 20ª vez que ele ameaça o Kremlin dessa forma.
Mas o líder do mundo livre parece nunca conseguir cumprir sua promessa.
Quando perguntado diretamente por um repórter se ele estava preparado para passar para a "segunda fase", Trump respondeu: "Sim, estou", mas não deu mais explicações.
Segundo a Reuters, essa nova postura ocorre após meses de advertências de Trump, sem nenhuma ação, enquanto ele tentava manter as negociações com Vladimir Putin abertas.
Desde que retornou ao poder em janeiro, Trump tem afirmado publicamente que poderia encerrar a guerra rapidamente. Mas, sem progresso em um cessar-fogo e com a Rússia lançando seu maior ataque aéreo até o momento durante a noite, matando quatro pessoas e incendiando um prédio do governo de Kiev, o tom de Trump endureceu.
Tudo isso aconteceu depois que Trump já havia defendido suas sanções anteriores na semana passada, especificamente sobre sua decisão de impor tarifas de 50% sobre as exportações da Índia para os EUA, citando o contínuo comércio de petróleo de Nova Déli com a Rússia.
"Isso custou centenas de bilhões de dólares à Rússia", disse Trump na quarta-feira passada. "Você chama isso de nenhuma ação? E eu ainda não concluí a fase dois nem a fase três."
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, também veio a público no domingo, pressionando a União Europeia a apoiar os esforços dos EUA com penalidades secundárias. Em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC, Bessent disse que o governo está pronto para atacar países que continuem comprando petróleo russo, alertando que isso poderia forçar Putin a negociar se feito em coordenação com aliados europeus.
“Estamos preparados para aumentar a pressão sobre a Rússia, mas precisamos que nossos parceiros europeus nos sigam”, disse Bessent. Ele ignorou as preocupações econômicas, incluindo o medo de uma recessão nos EUA, e se concentrou na capacidade da Ucrânia de resistir.
"Estamos em uma corrida agora entre quanto tempo os militares ucranianos conseguirão resistir versus quanto tempo a economia russa conseguirá resistir", acrescentou. Ele deixou claro que um esforço conjunto entre Washington e Bruxelas poderia esmagar a economia russa e forçar Putin a se sentar à mesa de negociações.
“Se os EUA e a UE conseguirem intervir, impor mais sanções e tarifas secundárias aos países que compram petróleo russo, a economia russa entrará em colapso total”, disse Bessent.
Ele ressaltou que a China continua sendo um dos maiores clientes de energia da Rússia. Essa realidade complica as coisas, especialmente porque a Índia, outro grande comprador, já está enfrentando penalidades severas dos EUA. A tarifa de 50% sobre produtos indianos, imposta no mês passado, continua sendo uma das medidas econômicas mais drásticas adotadas pelo governo Trump neste mandato.
Odent ucraniano Volodymyr Zelenskyy também abordou a estratégia de sanções durante uma aparição no programa This Week, da ABC. Zelenskyy apoiou abertamente a ideia de Trump de punir os países que continuarem a fazer negócios com a Rússia.
“Acho que essa é a ideia certa”, disse ele. “Alguns deles, quero dizer, continuam comprando petróleo e gás russo, e isso não é justo.” Zelenskyy acrescentou: “Acho que a ideia de impor tarifas aos países que continuam fazendo acordos com a Rússia… essa é a ideia certa.”
Os compromissos internacionais de Trump também se intensificaram. Ele viajou ao Alasca no mês passado para se encontrar com Putin pela primeira vez desde que recuperou a presidência.
Poucos dias depois, Trump recebeu Zelensky e vários líderes europeus na Casa Branca para discutir o fim da guerra. Mas, apesar dessas discussões de alto nível, nada mudou em campo. Os ataques aéreos russos continuam. As negociações estão paralisadas.
E o Kremlin não deu sinais de recuar.
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