Forex hoje: dólar perde força enquanto euro e iene sobem com otimismo comercial

O mercado de câmbio global operou em ritmo cauteloso nesta quinta-feira, 24 de julho de 2025, com o dólar americano perdendo terreno frente a diversas moedas importantes.
O movimento reflete uma combinação de fatores macroeconômicos e geopolíticos, incluindo a aproximação da próxima reunião do Federal Reserve, dados econômicos mistos nos Estados Unidos e sinais de avanço nas negociações comerciais entre Washington e Bruxelas.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu para a região dos 97,36 pontos, o menor nível em duas semanas.
Investidores ajustaram posições diante da crescente expectativa de que o Fed possa começar a cortar os juros em breve, em resposta à desaceleração da inflação e a projeções de crescimento mais fracas para o segundo semestre.
O ambiente global também contribuiu para a pressão sobre o dólar, com o euro e o iene apresentando desempenho firme diante de expectativas mais positivas para a economia europeia e sinais de normalização monetária no Japão.
Fonte: Investing.com
Euro se aproxima de máximas de quatro anos frente ao dólar
O par EUR/USD foi um dos destaques do pregão, com o euro se valorizando em relação ao dólar e se aproximando de níveis não vistos desde 2021. A cotação chegou a tocar 1,1776, refletindo uma combinação de fundamentos econômicos positivos na zona do euro e o enfraquecimento do dólar americano.
Entre os fatores que favoreceram a moeda europeia estão os sinais de progresso nas negociações comerciais com os Estados Unidos, que podem resultar em um acordo para reduzir tarifas sobre bens industriais entre os dois blocos.
A proposta inclui uma tarifa base de 15% com isenções para setores estratégicos, o que animou os mercados e reduziu a demanda por dólar como ativo de proteção.
Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) manteve os juros em 2% na reunião mais recente, como esperado, mas indicou que o ciclo de aperto monetário pode ter atingido o pico. Apesar da decisão neutra, o BCE ressaltou a resiliência da economia da zona do euro, em especial da Alemanha, onde os dados do PMI e da produção industrial surpreenderam positivamente.
Do ponto de vista técnico, o par enfrenta resistência relevante na faixa de 1,1800, enquanto o suporte imediato está em torno de 1,1720. Caso consiga romper a resistência com volume consistente, o EUR/USD pode mirar níveis como 1,1830 e até 1,1875 nas próximas sessões.
Cotação do EUR/USD dos últimos 5 dias.
Fonte: Google Finance
Iene sustenta valorização e pressiona o USD/JPY
O par USD/JPY apresentou comportamento misto ao longo do dia, recuando inicialmente até a mínima de 145,86, mas encerrando o pregão próximo a 146,88, com leve recuperação técnica.
A força do iene continua sendo sustentada por expectativas crescentes de que o Banco do Japão (BoJ) poderá revisar sua política monetária ainda este ano, diante da persistência da inflação doméstica e de pressões salariais em alta.
A moeda japonesa também se beneficiou do maior apetite por ativos asiáticos e de uma redução da aversão ao risco, em meio à possibilidade de novos acordos comerciais entre o Japão e os Estados Unidos, além do alívio nas tensões políticas internas após as eleições parlamentares.
No entanto, tecnicamente, o par segue dentro de um canal de correção. O suporte imediato está localizado em 145,25, e a resistência principal aparece na faixa de 148,05 a 149,35.
Um rompimento convincente acima dessa última região pode sinalizar a retomada da tendência de alta iniciada no início de junho. Até lá, o cenário técnico segue indefinido, e o par pode continuar oscilando lateralmente.
Libra recua com dados fracos e cenário fiscal britânico
A libra esterlina teve um dia de correção após registrar três sessões consecutivas de alta. O par GBP/USD caiu para cerca de 1,3544, influenciado por indicadores macroeconômicos negativos e preocupações com o equilíbrio fiscal do Reino Unido.
O índice de gerentes de compras (PMI) do setor industrial britânico mostrou desaceleração, enquanto dados do Tesouro revelaram aumento significativo da dívida pública no mês anterior.
Esses elementos reforçaram as expectativas de que o Banco da Inglaterra (BoE) poderá reduzir os juros na próxima reunião, marcada para agosto. De acordo com as projeções mais recentes do mercado, a chance de corte já supera os 80%.
Com a libra pressionada por fatores internos, o par perdeu o suporte técnico de curto prazo em 1,3588, e os próximos níveis a serem monitorados estão em 1,3500 e 1,3445. A manutenção da fraqueza nos dados econômicos pode abrir espaço para quedas adicionais nos próximos dias.
Dólar canadense reage ao petróleo e à estabilidade econômica
O par USD/CAD registrou leve recuo no dia, encerrando a sessão na faixa de 1,3550–1,3600, refletindo a recuperação dos preços do petróleo bruto — principal commodity de exportação do Canadá — e dados internos que continuam sinalizando resiliência econômica.
Os preços do petróleo WTI oscilaram perto de US$ 65,50 o barril, ajudando a sustentar o dólar canadense, já que a moeda tende a se valorizar quando os preços da commodity sobem.
Além disso, indicadores domésticos como vendas no varejo e produção manufatureira mantiveram-se estáveis, reduzindo a probabilidade de cortes de juros agressivos pelo Banco do Canadá (BoC) nos próximos meses.
Tecnicamente, o par encontra resistência imediata em 1,3650, enquanto o suporte mais próximo está em 1,3530. A quebra abaixo dessa faixa pode abrir espaço para um recuo em direção a 1,3470, especialmente se o petróleo mantiver seu desempenho positivo.
Fonte: Investing.com
Dólar australiano ganha tração com otimismo global
O par AUD/USD teve leve valorização, sendo negociado acima de 0,6600, sustentado por uma combinação de maior apetite por risco global, dados robustos na China e expectativa de estímulos adicionais em economias emergentes da Ásia.
Esses fatores geralmente favorecem moedas de perfil mais arriscado, como o dólar australiano e o dólar neozelandês.
O sentimento positivo no mercado asiático, motivado por resultados corporativos fortes e projeções otimistas de crescimento para o terceiro trimestre, ajudou a impulsionar a demanda pelo AUD.
Além disso, a perspectiva de que a Austrália manterá sua taxa de juros inalterada nos próximos trimestres reforça a atratividade da moeda para operações de carry trade.
No gráfico, o par encontra suporte técnico em 0,6560, enquanto a próxima resistência relevante está em 0,6660. Um fechamento acima desse nível poderia indicar uma mudança estrutural de tendência, atraindo novos compradores de médio prazo.
Pares secundários: NZD/USD, EUR/JPY e USD/ILS
Outras moedas também mostraram movimentações relevantes no dia:
O NZD/USD seguiu os passos do AUD, sendo negociado próximo a 0,6120, com apoio do otimismo regional e expectativa de estabilidade da taxa básica de juros na Nova Zelândia.
O par EUR/JPY continuou sua trajetória altista, testando a região de 173,75, com o euro ganhando força diante do iene, impulsionado pelo bom humor do mercado europeu.
Já o USD/ILS (dólar americano vs. shekel israelense) seguiu com baixa volatilidade, operando lateralmente entre 1,3380 e 1,3430. A moeda israelense tem oscilado com pouca liquidez nos últimos dias, em meio à cautela com tensões regionais e às políticas fiscais do governo.
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