Acordos comerciais e lucros corporativos impulsionam bolsas da Ásia e dólar australiano

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

As bolsas asiáticas subiram nesta quinta-feira (24/07), impulsionadas pelo entusiasmo com os lucros das empresas americanas e por novos avanços nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros estratégicos.

O índice Topix, da Bolsa de Tóquio, renovou sua máxima histórica, acompanhando os recordes registrados em Wall Street na sessão anterior.

A moeda australiana, frequentemente usada como termômetro de apetite ao risco, também se valorizou, atingindo seu maior patamar em oito meses — reflexo direto do otimismo dos investidores com ativos de maior rendimento.

O ambiente positivo foi reforçado pelo anúncio de um acordo comercial entre Japão e Estados Unidos, que despertou expectativas de novos pactos semelhantes capazes de frear a implementação de tarifas generalizadas.

Enquanto isso, futuros dos índices Nasdaq e S&P 500 subiam na esteira dos bons resultados trimestrais da Alphabet, controladora do Google.

Além do pacto com o Japão, os Estados Unidos também fecharam acordos com Filipinas e Indonésia, e negociam com a União Europeia um tratado que prevê a imposição de tarifas de 15% sobre alguns produtos europeus, ao mesmo tempo em que isenta outros de tributações.

Alphabet lidera temporada de balanços; Tesla decepciona e acende alerta

Nos Estados Unidos, a temporada de balanços do segundo trimestre continua surpreendendo positivamente. Segundo dados da LSEG, até o momento, 23% das empresas que compõem o S&P 500 divulgaram seus resultados — e 85% delas superaram as expectativas de Wall Street. Esse desempenho tem sustentado o rali recente dos índices acionários americanos.

Entre os destaques, a Alphabet (GOOGL), controladora do Google, anunciou números robustos, impulsionados pela forte demanda por seus serviços de computação em nuvem.

A empresa também anunciou que irá ampliar seus investimentos em capital (capex), sinalizando confiança na expansão futura — principalmente em áreas relacionadas à inteligência artificial (IA).

Em contrapartida, a Tesla apresentou o pior desempenho trimestral em vendas em mais de uma década. Os lucros também vieram abaixo do esperado, o que gerou cautela nos investidores.

Ainda assim, as expectativas seguem altas para as demais integrantes do chamado “Magnificent Seven”, grupo que inclui empresas como Apple, Amazon, Meta, Microsoft e Nvidia — todas com forte peso nos índices e envolvidas com IA.

A empolgação com os lucros ajudou a empurrar os futuros do S&P 500 e do Nasdaq para cima nas negociações da madrugada, sinalizando abertura positiva em Nova York.

Dólar australiano sobe, ouro e petróleo avançam e Europa acompanha otimismo global

No mercado de câmbio, o dólar australiano (AUD) — tradicionalmente usado como termômetro do apetite por risco — subiu para US$ 0,6604, atingindo seu maior nível desde novembro de 2024.

O movimento reflete a crescente confiança dos investidores diante da temporada de balanços e do avanço nas negociações comerciais. Já o dólar americano recuou 0,1% frente ao iene, sendo cotado a 146,38 ienes.

O ouro, considerado um ativo de proteção em momentos de incerteza, teve leve alta de 0,1%, sendo negociado a US$ 3.390,84 por onça. Já o petróleo tipo WTI subiu 0,4%, para US$ 65,50 o barril, com traders reagindo à possibilidade de maior crescimento global caso as tensões comerciais sigam perdendo força.

Na Europa, o clima também é de otimismo. Os contratos futuros do Euro Stoxx 50 e do DAX alemão subiram 1,3% nas negociações iniciais, acompanhando o movimento positivo dos índices asiáticos e americanos.

O MSCI Asia-Pacific (ex-Japão) avançou 0,3%, enquanto o índice japonês Topix saltou mais 1,4% e atingiu um novo recorde — impulsionado por acordos comerciais com os EUA e por expectativas de novas rodadas de cooperação econômica.

Mega-caps elevam risco de concentração no S&P 500: o que isso significa para os traders

Enquanto as bolsas globais comemoravam os bons resultados corporativos e avanços em acordos comerciais, um dado chamou atenção no mercado norte-americano no dia 23 de julho.

As chamadas Magnificent Seven passaram a representar mais de 37% do S&P 500, segundo dados compilados pela AP e Reuters.

Esse nível de concentração é o mais alto já registrado desde o início da década e reforça o crescente peso dessas gigantes de tecnologia sobre o desempenho dos principais índices dos EUA.

Para se ter uma ideia, apenas a Nvidia agora responde por quase 8% do índice, superando setores inteiros como energia ou consumo discricionário.

Esse movimento reforça a tese de que o atual ciclo de mercado é menos amplo e mais seletivo — uma característica típica de fases maduras de bull market.

Composíção do S&P 500.
Fonte: StatusInvest

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