RZTR11 mantém dividendo de R$ 1,00 por cota; CPTS11 aumenta lucro e projeta dividendos de até 16,8%

O fundo de investimento imobiliário Riza Terrax (RZTR11) divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de julho, informando um resultado de R$ 19,051 milhões, um valor em linha com o que foi registrado no mês de junho.
Com base nesse desempenho, o fundo anunciou a distribuição de R$ 1,00 por cota em dividendos, mantendo a consistência em sua política de remuneração aos acionistas.
Fonte: StatusInvest
O resultado estável, no entanto, contrastou com o desempenho das cotas do fundo no mercado secundário, que registraram uma queda no período.
A gestão destacou uma revisão em sua estratégia de alocação, com um foco crescente na modalidade de "land equity", que consiste na compra de participações em propriedades rurais com o objetivo de vendê-las futuramente para gerar ganho de capital. Em paralelo, o fundo segue acompanhando o avanço da colheita nas fazendas que compõem seu portfólio.
Análise do resultado de julho e da distribuição de dividendos
O resultado de R$ 19,051 milhões em julho foi sustentado por uma receita de R$ 21,341 milhões, enquanto as despesas do período totalizaram R$ 1,83 milhão. O dividendo distribuído, de R$ 1,00 por cota, corresponde a um dividend yield mensal de 1,10%, com base na cotação de fechamento de julho.
No acumulado dos últimos 12 meses, os proventos do RZTR11 somam um total de R$ 4,45 por cota.
A média mensal de dividendos dos últimos dois anos foi de R$ 0,372 por cota, um número que, ao ser anualizado, mostra que as distribuições recentes estão em um patamar consideravelmente superior à média histórica, refletindo a maturação e a rentabilidade dos contratos atuais do fundo.
Revisão estratégica e o foco em 'land equity'
Durante o mês de julho, a gestão do RZTR11 realizou uma revisão em sua alocação-alvo, alinhando a carteira às condições atuais do mercado e às perspectivas de médio prazo.
A principal mudança foi uma maior concentração de esforços e recursos na modalidade de "land equity", que é considerada pela gestão como a estratégia com maior potencial de gerar retornos superiores ao benchmark no cenário atual.
Dentro dessa tese, o fundo detém participações em duas propriedades relevantes. A primeira é a Fazenda Clarão da Lua, com aproximadamente 5 mil hectares úteis, e a segunda é o primeiro grupo da Fazenda San Francisco, com outros 4 mil hectares úteis. A gestão informou que ambas as propriedades estão em um processo ativo de busca por compradores.
O objetivo com a venda futura desses ativos é realizar um ganho de capital expressivo, o que, por sua vez, deve fortalecer a capacidade de distribuição de dividendos do fundo em um único pagamento, de forma não recorrente.
A importância das estratégias de arrendamento para o caixa
Apesar do novo foco em "land equity", as estratégias mais tradicionais do fundo, como o "sale & leaseback" (venda e arrendamento de volta) e o "buy to lease" (compra para arrendar), permanecem como pilares importantes do portfólio.
Essas operações são fundamentais para garantir a geração de caixa recorrente do fundo.
Além de preverem o recebimento anual de opções de compra, o que gera uma receita adicional, os contratos de arrendamento do fundo possuem taxas médias já contratadas de 15,26% ao ano.
Esse patamar de rentabilidade é considerado muito competitivo, especialmente quando comparado à taxa Selic atual, de 14,90% ao ano, o que demonstra a qualidade dos contratos fechados pela gestão no passado.
Fonte: Funds Explorer
Acompanhamento da safra e o desempenho operacional
O relatório do fundo também trouxe uma atualização sobre o andamento da colheita nas regiões onde possui ativos.
No médio-norte de Mato Grosso, especialmente nos municípios de Sorriso, Canarana e São José do Xingu, a colheita do milho safrinha avançou para sua fase final, registrando recordes de produtividade, um sinal positivo para a rentabilidade dos arrendatários.
Em outras regiões, o cenário foi misto. Em Guarapuava, no Paraná, o clima seco acelerou a colheita, mas uma chuva isolada prejudicou parte dos grãos que já haviam sido afetados por uma geada.
No sul de Goiás e no sul do Piauí, os trabalhos já estão praticamente concluídos, com resultados acima das expectativas e grãos de qualidade superior à de safras anteriores.
A cultura do algodão, por sua vez, avançou em condições climáticas favoráveis, com tempo seco e temperaturas amenas, fatores que ajudaram a preservar a qualidade da fibra produzida.
Desempenho negativo das cotas no mercado secundário
Apesar das notícias operacionais e financeiras positivas, as cotas do RZTR11 no mercado secundário tiveram um desempenho negativo em julho.
Os papéis oscilaram entre uma máxima de R$ 94,99 e uma mínima de R$ 91,19, o que resultou em um retorno bruto total negativo de 4,00% no mês.
O movimento pode refletir uma realização de lucros por parte de investidores ou a cautela do mercado em relação ao setor do agronegócio de forma geral, mas contrasta com a estabilidade e a alta rentabilidade apresentada pelos ativos que compõem o portfólio do fundo.
CPTS11 aumenta lucro e projeta dividendos de até 16,8% ao ano
Enquanto o RZTR11, focado no agronegócio, reajusta sua estratégia, outro fundo de "papel", o Capitânia Securities II (CPTS11), também divulgou seus resultados de julho, oferecendo projeções detalhadas sobre seus futuros dividendos. O CPTS11 apresentou um resultado de R$ 27,719 milhões em julho, um leve aumento em relação aos R$ 27,487 milhões registrados em junho.
O fundo distribuiu R$ 0,086 por cota aos seus investidores. A cota de mercado do fundo fechou o mês em R$ 7,28, o que representa um desconto de aproximadamente 17,9% em relação ao seu valor patrimonial, de R$ 8,87.
O desempenho da cota no mercado foi negativo em 1,39%, mas o retorno patrimonial foi positivo em 0,48%, superando as quedas do IFIX (-1,36%) e do IMA-B (-0,79%).
Fonte: StatusInvest
A gestão do fundo divulgou projeções de rendimentos para os próximos meses. Tomando como base a cotação de R$ 7,28 por cota, a estimativa média de distribuição é de R$ 0,085 por cota, o que corresponde a um dividend yield anualizado de 14,95%.
Em um cenário mais favorável, o patamar pode alcançar R$ 0,095 por cota, com um yield de 16,83% ao ano. Já em um cenário menos otimista, a distribuição pode ficar próxima de R$ 0,075 por cota, equivalente a um yield de 13,09% ao ano.
A carteira de recebíveis do fundo, composta por 18 CRIs que representam 33,2% dos ativos, sentiu o impacto da alta dos juros futuros em julho, com a taxa de marcação a mercado passando de IPCA + 8,32% para IPCA + 8,72%.
Já a carteira de fundos imobiliários, que responde por 58,8% do portfólio, teve uma rentabilidade positiva de 0,31%. A gestão destacou que a qualidade de crédito do fundo permanece em um patamar "high grade", com a totalidade da carteira de crédito adimplente e sem operações consideradas "problemáticas".
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