A Índia juntou-se a um pequeno grupo de países que exigem a instalação prévia de aplicativos governamentais em smartphones.
As operações de fabricação da Apple na Índia representam atualmente mais de 14% da produção global de iPhones da empresa, mas a nova diretriz do governo pode expulsar a empresa do mercado, resultando na perda de uma importante base de clientes e de um polo de produção fundamental.
O governo da Índia agora exige que todos os fabricantes de smartphones pré-instalem um aplicativo de segurança cibernética estatal em novos aparelhos. A ordem foi emitida em 28 de novembro e dá às empresas 90 dias para garantir que o aplicativo Sanchar Saathi venha pré-instalado em todos os novos celulares, sem opção para os usuários o removerem.
os principais fabricantes de smartphones, incluindo Apple, Samsung, Vivo, Oppo e Xiaomi, que juntos representam a maior parte do mercado de smartphones da Índia, com mais de 1,2 bilhão de assinantes, cumpram a exigência.
Para dispositivos que já estão na cadeia de suprimentos, os fabricantes devem disponibilizar o aplicativo nos telefones por meio de atualizações de software.
O governo insiste no aplicativo porque o considera necessário para combater o que descreve como sérias ameaças à segurança cibernética das telecomunicações. Essas ameaças incluem números IMEI duplicados ou falsificados que possibilitam golpes e uso indevido da rede. O IMEI é um número de identificação único dent a cada celular, que pode ser usado para bloquear o acesso de dispositivos roubados às redes.
A diretiva tem enfrentado resistência por parte de defensores da privacidade e empresas de tecnologia. A advogada especializada em tecnologia, Mishi Choudhary, afirmou que a decisão do governo, na prática, elimina o consentimento do usuário como uma escolha significativa.
Choudhary salientou que preocupações semelhantes foram levantadas quando a Rússia tornou obrigatória a pré-instalação do aplicativo de mensagens Max, em agosto.
As políticas internas da Apple proíbem explicitamente a instalação de quaisquer aplicativos governamentais ou de terceiros antes que um smartphone chegue aos consumidores. A empresa é responsável por aproximadamente 4,5% dos 735 milhões de smartphones da Índia, sendo o restante composto por dispositivos Android.
A Apple também entrou em conflito com os reguladores indianos em 2017 em relação a aplicativos governamentais, quando atrasou a implementação de um aplicativo anti-spam devido a preocupações com o envio de dados de registro de chamadas às autoridades indianas.
O aplicativo Sanchar Saathi foi lançado em janeiro e oferece diversas funções de segurança cibernética. Primeiramente, permite que os usuários trace bloqueiem smartphones perdidos ou roubados em todas as redes de telecomunicações, utilizando um registro central. Os usuários também podemdente desconectar conexões móveis fraudulentas por meio da plataforma.
Desde o seu lançamento, o aplicativo foi baixado mais de 5 milhões de vezes e ajudou a recuperar mais de 700 mil celulares perdidos, incluindo 50 mil somente em outubro. Dados do governo mostram que o aplicativo bloqueou mais de 3,7 milhões de celulares roubados ou perdidos e encerrou mais de 30 milhões de conexões fraudulentas.
Também em 28 de novembro, o Departamento de Telecomunicações emitiu ordens separadas exigindo que aplicativos de mensagens, incluindo WhatsApp, Telegram, Signal, Snapchat, ShareChat, JioChat e outros, mantenham vínculo contínuo com cartões SIM ativos.
O governo afirma que esse recurso está sendo usado indevidamente fora do país para cometer fraudes cibernéticas. O governo argumenta que exigir a verificação contínua do SIM dificultará a operação remota de contas falsas por criminosos, já que cada sessão exigirá um cartão SIM ativo e verificado.
A configuração do aplicativo de mensagens significa que esses serviços só funcionarão se o cartão SIM permanecer presente e ativo no dispositivo. Para as versões baseadas na web, os usuários serão desconectadosmatica cada seis horas e precisarão se autenticar novamente por meio do pareamento do código QR.
Essas plataformas foram classificadas como Entidades Usuáriasdentde Telecomunicações sob novas regulamentações e devem se adequar dentro de 90 dias.
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