A China retomou os embarques de chips Nexperia destinados ao uso civil, conforme declarado pelo Ministério do Comércio em Pequim no domingo, de acordo com a Reuters.
A decisão foi tomada após a escassez de suprimentos afetar as montadoras e seus fornecedores, que dependem desses semicondutores básicos para os sistemas elétricos dos veículos.
O ministério afirmou que as isenções já estão em vigor, permitindo que os chips embalados na China voltem a ser entregues aos compradores. A Nexperia tem sede na Holanda, mas pertence à empresa chinesa Wingtech, que tem sido o centro das tensões entre Pequim e Haia.
O Ministério do Comércio não especificou o que se considera uso civil. No entanto, empresas na Alemanha e no Japão já confirmaram que os envios de chips embalados na China foram retomados.
Mesmo com a retomada do fluxo, a disputa sobre a propriedade da empresa e a direção da produção permanece sem solução.
O governo holandês assumiu o controle da Nexperia em 30 de setembro, alegando que a Wingtech pretendia transferir a produção europeia para a China, argumentando que isso representava uma ameaça à segurança econômica europeia.
Depois disso, a China interrompeu as exportações dos chips acabados. A permissão para isenções só começou depois que odent dos EUA, Donald Trump, e odent chinês, Xi Jinping, se encontraram em 30 de outubro e sinalizaram a disposição de reabrir certos canais comerciais.
O Ministério do Comércio da China afirmou esperar que a União Europeia pressione os Países Baixos a reverter o que chamou de "apreensão" da Nexperia, acrescentando que Pequim deseja que a UE "intensifique ainda mais os esforços" e incentive os Países Baixos a corrigir o que descreveu como ações incorretas.
Segundo a Reuters, o ministério também afirmou que a China tem trabalhado para proteger as cadeias de suprimentos globais de semicondutores, ao mesmo tempo que criticou a Holanda por causar transtornos ao não resolver a disputa mais cedo, e que a suspensão das exportações foi uma resposta à intervenção do governo holandês, e não um ato de escalada.
As relações comerciais entre a China e a Europa já se mostram frágeis. Autoridades europeias têm expressado crescente preocupação com o fato de a indústria manufatureira chinesa ser fortemente subsidiada, o que leva a um excesso de produção que inunda os mercados globais.
A indústria na Europa está sob pressão devido ao aumento da concorrência, bem como à dependência da cadeia de suprimentos, portanto, essa situação da Nexperia apenas intensificou essas preocupações.
Em Frankfurt, na sexta-feira, odent do Bundesbank, Joachim Nagel, afirmou que a Europa precisa considerar como reagir caso as relações comerciais com a China continuem a se deteriorar. Joachim disse que a região precisa deixar claro que suas indústrias serão protegidas, se necessário.
“A Europa precisa pensar em como retaliar, talvez, quando as coisas começarem a se agravar ainda mais”, disse ele.
Joachim acrescentou que o diálogo ainda é necessário para evitar que as disputas se agravem sem controle, dizendo: "Mas a minha impressão é que, antes de tudo, é importante que conversemos uns com os outros. Acho que precisamos entender melhor o que está acontecendo."
Desde então, a União Europeia manifestou as suas preocupações relativamente às restrições comerciais chinesas, especialmente no que diz respeito aos materiais necessários à produção.
Pequim impôs controles às exportações de ímãs de terras raras, utilizados em motores de veículos elétricos e equipamentos de defesa, exigindo que as empresas solicitem autorizações de importação.
Isso aumentou os obstáculos para os fabricantes que já enfrentam pressão de custos e instabilidade no fornecimento.
Joachim viajará à China este mês com o Ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil. Ele afirmou que a visita tem como objetivo melhorar a comunicação e reduzir as tensões.
Joachim disse que o objetivo é conversar diretamente e buscar maneiras de aliviar os pontos de tensão acumulados. "Discutir as coisas de forma cooperativa, acredito, é o melhor que podemos fazer para superar uma ou outra situação de estresse que tivemos no passado", afirmou.
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