Conflitos No Oriente Médio Causam Volatilidade Nos Mercados De Ouro e Petróleo

Desde que Israel atacou vários alvos militares no Irã em 13 de junho, o conflito entre os dois países se intensificou. Ambos os lados afirmaram que continuarão as operações militares pelo tempo que for necessário. As zonas de ataque foram ampliadas, o que resultou em um aumento significativo no número de vítimas.
Os Estados Unidos enviaram o porta-aviões USS Nimitz ao Oriente Médio e mobilizaram um grande número de aviões-tanque para a Europa — ações vistas como uma possível preparação para a escalada do conflito.
Como Israel e Irã não compartilham fronteiras diretas, estando separados por Iraque e Síria, a maioria dos confrontos militares ocorre por meio de mísseis e drones, com eficácia limitada. A intervenção militar dos EUA pode forçar uma desaceleração temporária do conflito.
Dada a profundidade da hostilidade entre os países e a sensibilidade geopolítica da região, a escalada atual pode desencadear uma série de efeitos em cadeia nos mercados financeiros — principalmente nos mercados de ouro e petróleo bruto.
Ouro (XAU/USD)
Fonte: TradingView
Se as tensões entre Irã e Israel diminuírem rapidamente, a demanda por ativos de proteção pode recuar. O ouro pode devolver todos os ganhos impulsionados pelo conflito e retestar o suporte em US$ 3.360. No entanto, uma ação militar direta dos EUA contra o Irã pode desencadear a participação de países como Paquistão, Turquia e Rússia — que, segundo relatos, possui um pacto de defesa mútua com Teerã. Essa escalada pode intensificar a busca por ativos seguros, levando o ouro além de sua máxima histórica de US$ 3.500.
UKOIL (BRENT)
Fonte: TradingView
Responsável por 1,6% da produção global de petróleo, o Irã é o terceiro maior produtor do Oriente Médio — atrás apenas da Arábia Saudita e do Iraque — apesar das sanções internacionais. Se o conflito danificar as instalações de produção iranianas, os preços do petróleo podem disparar. Um bloqueio no Estreito de Hormuz — um dos principais gargalos marítimos do mundo — pode elevar os preços para mais de US$ 120 por barril. Por outro lado, se as tensões se dissiparem rapidamente, o Brent pode recuar e fechar o gap em US$ 70,49.
US500
Fonte: TradingView
Tensões no Oriente Médio ameaçam elevar os preços do petróleo — um fator-chave que contribui com aproximadamente 20% da inflação dos EUA. Se o preço do barril de petróleo superar substancialmente US$ 100, pode facilmente empurrar a inflação para 5%, potencialmente levando o Federal Reserve a manter juros altos por um período prolongado. Simultaneamente, o aumento dos riscos de estagflação pode agravar a crise da dívida americana, desencadeando volatilidade nos mercados de ações, títulos e moedas. A estrategista da RBC Capital Markets, Lori Calvasina, alerta que, considerando as sobrevalorizações e ganhos anteriores do mercado, um conflito prolongado que eleve preços do petróleo e inflação pode derrubar o S&P 500 em 20% no pior cenário. Contudo, se a situação no Oriente Médio for contida e o preço do petróleo estabilizar em níveis moderadamente elevados, a trajetória das ações americanas dependerá do desenrolar da política tarifária futura.
USDJPY
Fonte: TradingView
O Japão adquire a maior parte de seu suprimento de petróleo bruto dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita, dependendo inteiramente dos carregamentos pelo Estreito de Ormuz. Se uma escalada no Oriente Médio desencadear alta nos preços do petróleo, o iene pode enfraquecer — importando inflação e agravando o dilema de estagflação japonês. Por outro lado, se as tensões forem contidas, o iene pode continuar a se fortalecer em meio à pressão de alta de juros em curso pelo Banco do Japão (BoJ).
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