Vale e Usiminas disparam; Ibovespa renova recorde histórico acima de 161 mil pontos

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As ações da mineradora Vale (VALE3) registraram uma forte valorização nesta quarta-feira (3), impulsionando o Ibovespa a novos recordes. Os papéis da companhia encerraram o pregão cotados a R$ 70,69, uma alta de 3,23%.

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O movimento de compra foi motivado por uma combinação de sentimento positivo em relação ao mercado de minério de ferro e pela boa repercussão das mensagens transmitidas pela nova diretoria durante o evento anual "Vale Day", em Londres.

O otimismo com a Vale contagiou todo o setor de siderurgia e mineração na bolsa brasileira. A CSN (CSNA3) teve uma alta expressiva de 5,01%, fechando a R$ 9,01.

A Usiminas (USIM5) foi ainda mais longe, liderando os ganhos do setor com um salto de 7,59%, cotada a R$ 5,81. O desempenho em bloco sugere uma rotação de investidores para papéis de commodities metálicas.

Vale Day traz corte bilionário em investimentos

No lado corporativo, o foco total esteve na repercussão do "Vale Day". O Itaú BBA classificou o conjunto de informações divulgado como "levemente positivo". Foi o primeiro evento do tipo com a nova diretoria completa.

Para os analistas do banco, a atualização das projeções reforça o compromisso da companhia com a disciplina de capital. O destaque foi o corte expressivo nas estimativas de investimento (capex) para os próximos anos.

A Vale agora estima investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026. Esse valor é bem inferior aos US$ 6,5 bilhões previstos anteriormente e ficou abaixo até mesmo da projeção do próprio Itaú BBA.

O capex de crescimento foi reduzido quase pela metade, para US$ 1,1 bilhão, enquanto o capex de manutenção ficou em US$ 4,5 bilhões. Essa redução libera mais fluxo de caixa livre para a empresa.

Visão de longo prazo e dividendos

A partir de 2027, a mineradora projeta um capex anual abaixo de US$ 6 bilhões. Essa sinalização de gastos controlados foi muito bem recebida, pois sugere maior capacidade de pagamento de dividendos no futuro.

Para a Genial Investimentos, o cenário desenhado é promissor. Uma curva futura de minério mais favorável, maior previsibilidade na normalização de custos e volumes de produção mais críveis compõem um quadro positivo.

Somado a um capex estruturalmente mais leve, esses fatores reforçam a perspectiva de lucratividade da Vale no médio prazo, justificando a reavaliação das ações por parte dos investidores.

Futuros mistos e a espera por Pequim

No mercado internacional, os contratos futuros de minério de ferro mostraram movimentos mistos, refletindo a incerteza sobre a economia chinesa. Na Bolsa de Dalian, o contrato de janeiro recuou 0,19%, para 799,5 iuanes a tonelada.

Já o equivalente negociado em Cingapura avançou 0,24%, para US$ 104,15. Segundo analistas da Navigate Commodities, a especulação nos futuros está sendo alimentada por um "comércio macro mais amplo".

Investidores aguardam definições cruciais da Conferência Central de Trabalho Econômico e da reunião do Politburo na China. Esses eventos podem trazer indicações sobre as metas de crescimento para 2025.

Ainda assim, a expectativa de anúncios de programas de "estímulo intensivo" voltados especificamente para o aço é considerada baixa pelo mercado no momento.

Mercado físico pressionado e projeções

No curto prazo, o mercado físico na China segue pressionado. Em Tangshan, principal polo siderúrgico, os preços do concentrado tendem a permanecer estáveis.

A produção de metal quente segue em queda, um reflexo de fundamentos mais fracos. Além disso, inspeções ambientais mais rígidas devem manter a produção de ferro-gusa sob pressão, segundo a corretora Galaxy Futures.

Apesar desses desafios imediatos, a consultoria Mysteel avalia que os preços do aço na China devem subir em dezembro. Essa alta seria apoiada pela melhora do ambiente macroeconômico e por sinais incipientes de recuperação nos fundamentos.

Ibovespa atinge 161 mil pontos com dividendos e exterior; Braskem salta com rumor de venda

O impulso das siderúrgicas e da Vale foi decisivo para o mercado geral, ajudando o Ibovespa a manter seu forte ritmo de valorização e a renovar sua marca recorde pela segunda sessão consecutiva.

Nesta quarta-feira, o principal índice da bolsa brasileira terminou as negociações com alta de 0,41%, aos 161.755,18 pontos, estabelecendo uma nova máxima histórica de fechamento.

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Fonte: Google Finance

Durante a sessão, o otimismo foi ainda maior, com o índice encostando nos 162 mil pontos pela primeira vez, atingindo a máxima intradiária de 161.963,49 pontos. O dólar à vista acompanhou o bom humor e recuou 0,32%, fechando a R$ 5,3133.

No cenário político, o presidente Lula afirmou esperar novas revogações de tarifas comerciais pelos EUA. A declaração veio após conversa telefônica com Donald Trump, visando avançar nas negociações sobre a sobretaxa de 40%.

Analistas também citam a forte distribuição de dividendos e o nível recorde de recompras de ações como combustíveis para a alta. Empresas buscam antecipar repasses antes das mudanças tributárias previstas para janeiro.

Destaques: Braskem sobe e GPA cai com investigação

Entre os destaques corporativos fora do setor de mineração, a Braskem (BRKM5) roubou a cena. Os papéis subiram 4% com notícias de que a IG4 Capital e a Novonor devem assinar um acordo de transferência de ações na próxima semana.

Na ponta negativa, o GPA (PCAR3) caiu 1,76%. O mercado repercutiu uma operação do Ministério Público de MG contra fraude fiscal que citou o Grupo Coelho Diniz, maior acionista do GPA. O grupo negou irregularidades.

O Bradesco (BBDC4) também recuou quase 3% em um movimento de rotação setorial, enquanto a Direcional (DIRR3) liderou as perdas do índice no dia.

Dados de emprego nos EUA reforçam aposta no Fed

No exterior, o relatório ADP surpreendeu ao mostrar o fechamento de 32.000 postos de trabalho no setor privado dos EUA em novembro. A expectativa era de criação de 10.000 vagas.

Esse dado fraco de emprego consolidou as apostas de um novo corte de juros pelo Federal Reserve na próxima semana. A ferramenta FedWatch mostra agora 89% de chance de redução de 0,25 ponto percentual.

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