Ações da Azul (AZUL4) disparam com dados de julho; Latam mostra crescimento de 22% no semestre

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

As ações da companhia aérea Azul (AZUL4) operavam em forte alta na manhã desta segunda-feira (1º), chegando a disparar mais de 17%, com os papéis cotados a R$ 0,81 por volta das 10h40.

A reação positiva do mercado foi uma resposta direta à divulgação do relatório operacional mensal da empresa referente ao mês de julho, que mostrou indicadores sólidos, com destaque para uma forte geração de caixa e margens elevadas.

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Fonte: Google Finance

A divulgação dos dados faz parte das exigências do processo de recuperação judicial da companhia nos Estados Unidos (Chapter 11), que foi iniciado em maio deste ano.

Embora os números mostrem uma melhora operacional no curto prazo, as ações da empresa ainda acumulam uma queda expressiva no ano, refletindo as incertezas que ainda pairam sobre o processo de reestruturação da dívida.

Análise dos resultados operacionais de julho

Em seu relatório mensal, a Azul informou que sua receita líquida em julho totalizou R$ 2,016 bilhões, um crescimento significativo em relação ao R$ 1,64 bilhão registrado em junho.

O Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) ajustado somou R$ 708,9 milhões no período, o que resultou em uma margem Ebitda ajustada de 35,2%. O número representa uma melhora expressiva em relação à margem de 25,6% que havia sido apurada no mês anterior.

O resultado operacional da companhia ficou em R$ 467,9 milhões, com uma margem operacional de 23,2%. A empresa também mostrou uma posição de caixa robusta, encerrando o mês com R$ 2,320 bilhões em caixa, equivalentes de caixa e aplicações financeiras de curto prazo.

As contas a receber da empresa somaram R$ 1,923 bilhão. A companhia fez a ressalva de que as informações são preliminares e não foram auditadas, tendo sido elaboradas exclusivamente para o cumprimento das exigências do processo de recuperação judicial nos EUA.

O contexto do Chapter 11 e a visão do mercado

A divulgação mensal desses relatórios operacionais é uma das obrigações impostas pelo tribunal americano que supervisiona o processo de Chapter 11 da Azul.

O objetivo é dar maior visibilidade sobre a saúde financeira e operacional da empresa para a justiça e, principalmente, para os credores que negociam a reestruturação da dívida.

A análise de casas de investimento, como a Genial, é de que os números de julho reforçam a percepção de uma sólida geração de caixa da Azul no curto prazo, com margens operacionais elevadas.

A avaliação é de que a transparência exigida pelo processo de recuperação judicial, embora decorrente de uma situação difícil, acaba por beneficiar o mercado ao fornecer dados mais frequentes sobre o andamento da companhia.

Desempenho das ações reflete incerteza de longo prazo

A forte alta das ações nesta segunda-feira reflete o otimismo com os dados de curto prazo. No último mês, os papéis da Azul já acumulam uma valorização de mais de 11%. No entanto, ao se olhar para um horizonte mais longo, o cenário ainda é de grande cautela.

No acumulado do ano, as ações da companhia ainda registram uma queda de quase 80%, um reflexo direto das incertezas relacionadas à conclusão do processo de reestruturação da aérea.

O sucesso da recuperação judicial e a capacidade da empresa de equacionar sua dívida de longo prazo ainda são os principais fatores que irão determinar o futuro do preço dos papéis.

A Azul reafirmou em seu comunicado que continuará a emitir relatórios operacionais mensais e a comunicar o mercado sobre cada etapa, à medida que trabalha para concluir seu processo de reestruturação.

Latam amplia oferta de assentos em 22% no 1º semestre e supera níveis pré-pandemia

Enquanto a Azul divulga seus dados operacionais mensais como parte de seu processo de recuperação judicial, sua principal concorrente, a Latam, apresentou um balanço de suas operações no primeiro semestre de 2025.

A Latam encerrou o primeiro semestre de 2025 com um total de 26,9 milhões de assentos ofertados no mercado brasileiro, um volume 22% superior ao que foi registrado no mesmo período de 2019, antes da pandemia.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o crescimento foi puxado principalmente pelo mercado doméstico, que teve uma oferta de 22,6 milhões de assentos, alta de 27% na comparação. Já no segmento internacional, a oferta foi de 4,3 milhões de assentos, um avanço de 3%.

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(Foto: Divulgação/Latam)

A companhia também expandiu sua malha de voos. No mercado doméstico, a Latam passou a atender 56 aeroportos com voos diretos, contra 44 em 2019. Já no internacional, o número de aeroportos atendidos diretamente caiu de 26 para 23, mas o número de rotas cresceu de 35 para 38.

A empresa planeja continuar a expansão, com a inauguração de voos para Bonito (MS), Dourados (MS) e Parnaíba (PI) em setembro, elevando para 59 o número de aeroportos atendidos no Brasil.

Em agosto de 2025, a frota da Latam no Brasil chegou a 169 aeronaves, superando as 158 do final de 2019. A taxa de ocupação dos voos domésticos no mês atingiu 86%, acima dos 82% de agosto de 2019, enquanto no internacional, o índice foi de 87%. Ao todo, a companhia realizou uma média de 800 voos diários no Brasil em agosto, um aumento de 13,5% em relação ao período pré-pandemia.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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