A Jeep revelou seu novo SUV totalmente elétrico, o Recon, com preço inicial próximo a US$ 65.000, de acordo com um comunicado à imprensa divulgado na noite de terça-feira, durante a apresentação do veículo antes do Salão do Automóvel de Los Angeles.
O modelo de 2026 é a mais recente tentativa da Jeep de reconstruir sua linha de produtos após vários anos fracos de queda nas vendas e redução da participação no mercado americano.
A produção está prevista para começar no início do próximo ano na fábrica da Stellantis em Toluca, no México, que já produz o Wagoneer S, o Compass e o novo Cherokee, disponível apenas na versão híbrida.
A ideia do Recon surgiu pela primeira vez em 2021, quando a Jeep afirmou que queria criar um modelo totalmente elétrico inspirado no Wrangler.
O design final mantém o formato de caixa característico do Wrangler e uma configuração aberta com portas removíveis, um pneu sobressalente na traseira e um teto que pode ser retirado, preservando a mesma sensação de aventura ao ar livre que a Jeep sempre priorizou.
Bob Broderdorf, CEO da Jeep, que assumiu o comando da marca em fevereiro, disse no comunicado:
“Com o Jeep Recon, estamos provando que a eletrificação não é apenas compatível com a excelência off-road, mas pode elevá-la, oferecendo torque instantâneo, controle preciso e uma experiência de direção mais silenciosa e conectada, que é exclusivamente Jeep.”
O Recon é o último dos quatro veículos que a Jeep prometeu revelar em um curto período de quatro meses. Os outros três foram o Grand Cherokee atualizado, o Grand Wagoneer redesenhado e o novo Cherokee híbrido.
Durante uma teleconferência com a imprensa, Bob disse: "Estamos finalizando a saga dos 4x4 – quatro carros em quatro meses. O Recon é o último carro a completar esse ciclo. Isso concluirá a história."
A Jeep está impulsionando esses lançamentos em sua luta para reverter uma longa queda nas vendas. A marca atingiu seu recorde em 2018, com mais de 973.000 SUVs vendidos nos EUA, mas desde então as vendas caíram 40%, chegando a menos de 590.000 unidades no ano passado.
Até o momento, neste ano, as vendas da Jeep no terceiro trimestre aumentaram menos de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A participação da marca no mercado caiu de 5,4% em 2019 para 3,7% desde 2024. Bob afirmou que o foco agora não é buscar grandes volumes, explicando durante a teleconferência:
“Não vou ficar só atrás de volume por volume. Quero garantir que todos que querem um [veículo elétrico a bateria], um Recon, estejam disponíveis. Depois disso, não importa mais para mim.”
O Recon utiliza dois motores elétricos que geram 650 cavalos de potência e 840 Nm de torque, aproximando-se em desempenho de alguns modelos a gasolina com motores V6 e V8. Essa potência, porém, tem um preço: uma autonomia de cerca de 400 quilômetros por carga.
Esse valor é inferior ao de muitos veículos elétricos mais baratos já disponíveis no mercado. O preço também coloca o Recon bem acima de outros modelos da Jeep. Ele custa cerca de US$ 14.000 a mais do que o Wrangler híbrido plug-in básico de 2025 e quase US$ 27.000 a mais do que um Wrangler quatro portas básico de 2026.
Seu preço é semelhante ao do SUV elétrico Wagoneer S, em torno de US$ 65.200, que pode percorrer 473 quilômetros com uma carga completa.
A Stellantis, empresa controladora da Jeep, está reduzindo os investimentos em veículos elétricos após grandes mudanças no mercado e uma reformulação na diretoria executiva no ano passado. As vendas de veículos elétricos em geral caíram desde que o incentivo federal de US$ 7.500 para veículos terminou em setembro, e Bob afirmou que a remoção do crédito afetará as vendas em todo o setor, incluindo o Recon.
Ele descreveu o Recon como um "complemento" elétrico ao lado do Wagoneer S, mais esportivo, dizendo que os dois modelos complementam as opções elétricas da Jeep para compradores que ainda desejam a identidade off-roaddentda marca, mas em uma versão movida a bateria.
O Recon será produzido na mesma fábrica no México que o Wagoneer S, o Compass e o Cherokee híbrido. Bob afirmou que a fábrica pode facilmente redirecionar a produção para o Compass e o Cherokee caso a demanda por veículos elétricos diminua.
Ele também afirmou que os modelos Compass e Cherokee movidos a gasolina deverão ser fabricados nos EUA nos próximos anos, para oferecer mais flexibilidade a concessionárias e compradores.
Bob disse à CNBC no início deste ano: “Vamos crescer, crescer e crescer. Essa é a missão. E faremos isso de forma saudável.” Se o Recon de US$ 65.000 fará parte dessa recuperação ou será apenas mais um lembrete de um mercado de veículos elétricos difícil, só saberemos quando a produção começar e os pedidos chegarem.
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