O responsável pela conta X pertencente a Sam Bankman-Fried (SBF), fundador e ex-CEO da problemática corretora de criptomoedas FTX, publicou na noite de quinta-feira um link na plataforma X para um documento de 14 páginas no Google Drive afirmando que a corretora nunca esteve insolvente.
De acordo com o documento compartilhado na conta SBF_FTX, a corretora de criptomoedas extinta não entrou em colapso devido a fraudes em larga escala ou má gestão, conforme a conclusão dos promotores e jurados.
“A FTX nunca esteve insolvente. Sempre houve ativos suficientes para reembolsar todos os clientes, integralmente e em espécie, tanto em novembro de 2022 quanto hoje”, dizia a nota conjunta.
O artigo insiste que, quando os advogados colocaram a empresa sob proteção contra falência em Delaware em 2022, conforme relatado pela Cryptopolitan, a FTX "estava no trac certo para resolver" seus problemas de liquidez antes de ser "interrompida por consultores externos".
[SBF diz:]
Foi para cá que o dinheiro foi. https://t.co/HVRwEw5Z1k https://t.co/5DrA13L5YE pic.twitter.com/O6q77DvmTn
-SBF (@SBF_FTX) 31 de outubro de 2025
Em seu auge, mais de sete milhões de clientes depositaram cerca de US$ 20 bilhões na plataforma. Quando os saques dispararam em novembro de 2022, a FTX congelou as contas e entrou com pedido de falência, com US$ 8 bilhões ainda devidos aos usuários. Por quase dois anos, os clientes viram pouco ou nenhum progresso na recuperação de seus ativos.
A equipe de Bankman-Fried afirma que cerca de 98% dos credores receberam 120% do valor de seus créditos na data do pedido de falência, enquanto a massa falida ainda detém US$ 8 bilhões após o pagamento de US$ 8 bilhões em indenizações e outros US$ 1 bilhão em honorários advocatícios. A massa falida espera receber entre 119% e 143% do valor total.
No entanto, os reembolsos da FTX estão sendo feitos em equivalentes a dólares americanos, em vez de criptoativos. Isso significa que um cliente que tinha direito a 1 Bitcoin no momento da falência recebeu cerca de US$ 17.000, o valor do ativo em 11 de novembro de 2022, em vez do próprio 1 BTC.
No momento desta publicação, Bitcoin estava sendo negociado a cerca de US$ 109.000, um valor aproximadamente 550% superior ao valor de reembolso, o que significa que muitos credores perderam ganhos potenciais.
O vice-procurador-geral Todd Blanche mencionou a disparidade em um memorando de política, explicando que os investidores em ativos digitais em falências como a da FTX “não puderam se beneficiar dos ganhos correspondentes que ocorreram durante ou após o período em que foram vitimados”.
O documento da Bankman-Fried afirma que, se a FTX não tivesse entrado em processo de falência, a dolarização dos créditos não teria feito diferença. Os clientes poderiam ter sacado seus ativos ou recomprado imediatamente, evitando assim a perda da valorização de dois anos das criptomoedas.
O documento também atribui a culpa à antiga assessoria jurídica da FTX, a Sullivan & Cromwell (S&C). A S&C tornou-se a principal assessoria jurídica externa da FTX em 2021 e "assumiu o controle" da empresa em novembro de 2022 com a ajuda de Ryne Miller, Conselheiro Geral da FTX US e ex-sócio da S&C, e Zach Dexter, CEO da FTX US Derivatives.
Após assumir o controle da empresa, a SBF alega que o advogado John J. Ray III, indicado pela S&C, colocou a FTX e a Alameda Research em processo de falência e contratou a S&C como sua própria assessoria jurídica para o processo. A petição acusa esses advogados de terem sido "fortemente incentivados" a iniciar processos de falência e a se pagarem diretamente com fundos da FTX.
O documento também criticou duramente a S&C por ter agido pelas costas de Bankman-Fried ao contatar procuradores federais enquanto ele ainda era seu cliente e CEO da FTX. Em 9 de novembro de 2022, advogados da S&C teriam informado o Gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York sobre preocupações com as finanças da FTX.
Segundo depoimento da SBF, a cooperação deles ajudou as autoridades a prendê-lo e a obter a confissão de culpa dos ex-executivos Caroline Ellison e Gary Wang. Depois de supostamente orquestrar a falência, a S&C lançou uma campanha para culpar a Bankman-Fried por uma implosão financeira que eles mesmos desencadearam.
Segundo o documento, a FTX gerava US$ 3 milhões por dia e US$ 1 bilhão por ano quando foi encerrada. A FTX também possuía participações na startup de inteligência artificial Anthropic e na corretora Robinhood.
O investimento na Anthropic, que Ray teria desdenhado como "apenas um grupo de pessoas com uma ideia", foi vendido com um lucro de US$ 0,9 bilhão, mas agora é estimado em US$ 14,3 bilhões. Também foram vendidas participações na Sui por menos de US$ 100 milhões, um ativo posteriormente avaliado em quase US$ 1 bilhão em sua estreia no mercado e em US$ 2,9 bilhões atualmente.
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