O prolongado impasse orçamentário em Washington levou a Scope Ratings a reduzir a nota de crédito dos EUA em um nível. A agência europeia, que já havia alertado para os riscos de um impasse nos gastos, atribuiu aos EUA uma classificação AA-, três níveis abaixo de sua pontuação máxima.
Scope comentou: “A deterioração sustentada das finanças públicas e o enfraquecimento dos padrões de governança impulsionam o rebaixamento”.
A empresa sediada em Berlim observou que a queda nos padrões de governança está apenas reduzindo a consistência da formulação de políticas dos EUA e tornando mais difícil para o Congresso enfrentar problemas de dívida de longo prazo.
Sua nota é dois níveis inferior à atribuída pelas maiores agências de classificação, como Fitch, Moody's e S&P Global. É uma das poucas cinco agências que o Banco Central Europeu utiliza como pontos de avaliação de garantias e a única sediada na Europa.
Mesmo antes da paralisação do governo, os EUA já lutavam para manter sua alta classificação de crédito. O rebaixamento da Moody's em maio deste ano significou que o país perdeu sua última pontuação de crédito máxima entre as três grandes agências de classificação.
A Moody's rebaixou a avaliação de crédito dos EUA de Aaa para Aa1, igualando-se à Fitch e à S&P Global, colocando-a abaixo da categoria AAA, a mais alta do mercado. Na época, a Moody's atribuiu a mudança à sua crescente preocupação com a crescente dívida e defido país.
Ele explicou: “Embora reconheçamos os pontos fortes econômicos e financeiros significativos dos EUA, acreditamos que eles não compensam mais totalmente o declínio nas métricas fiscais”.
Em sua última previsão, o Fundo Monetário Internacional estimou que a dívida bruta dos EUA atingirá 140% do PIB até 2029, acima dos 125% em 2025, superando até mesmo os níveis dos países mais endividados da Europa, incluindo Itália e Grécia.
A Scope sinalizou pela primeira vez uma potencial pressão sobre a classificação dos EUA em 2023, mantendo uma perspectiva negativa desde então. Eiko Sievert, analista-chefe da agência para os EUA, alertou no início de outubro que o impasse fiscal estava prejudicando o sentimento de crédito e que a probabilidade de um calote induzido politicamente, embora pequena, estava aumentando.
A decisão da Scope recebeu até agora a aprovação de Moritz Kraemer, que já foi o principal responsável pela classificação de risco soberano da S&P Global e liderou o rebaixamento da classificação dos EUA pela agência em 2011. Ele disse que isso refletiu coragem e justiça ao destacar a erosão da governança americana.
A Casa Branca ainda não emitiu uma resposta formal direta à avaliação da classificação. Embora, com o corte da Moody's em maio, o governo Trump tenha sugerido que a medida tinha motivações políticas. Steven Cheung, falando em nome da Casa Branca, criticou particularmente Mark Zandi, da Moody's Analytics, sobre a X, afirmando que ele era um crítico de longa data das políticas de Trump.
Cheung argumentou que o trabalho de Zandi foi amplamente desconsiderado, visto que ele já havia sido repetidamente provado errado no passado. Isso apesar de o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, ter reconhecido anteriormente que os números da dívida americana estavam se aproximando de níveis perigosos, alertando que uma crise paralisaria a economia e levaria à perda de crédito. Não há como prever como o governo responderá à recente avaliação da Scope, embora, a julgar por ações passadas, ele possa optar por tranquilizar o público sobre a economia do país, apontando para dados econômicos positivos.
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