BTG: Bloqueio adequado de gastos possibilitaria melhora do cenário local

Investing.com – Após volatilidade no mercado brasileiro nos últimos meses, a sinalização do governo de que pretende cumprir o arcabouço fiscal e está comprometido com o equilíbrio das contas amenizou a situação, mas um bloqueio adequado poderia levar a uma contínua melhoria do cenário local. Essa é a avaliação do banco BTG (BVMF:BPAC11), que tratou do tema em relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta terça-feira, 16.
Conforme equipe de economistas liderada por Mansueto Almeida, uma nova rodada de melhora dos ativos locais depende de ações concretas de diminuição de gastos, o que leva à expectativa para um bloqueio orçamentário no final do mês.
O patamar câmbio vai depender da magnitude do bloqueio de gastos, de um eventual compromisso do governo com um ajuste fiscal pelo lado das despesas e da divulgação do Orçamento de 2025, afirmou o banco no documento.
“Um bloqueio muito inferior a R$ 15 bilhões poderá ser interpretado por analistas como um valor aquém do necessário para dar uma mensagem clara por parte do governo federal do seu real compromisso com as metas fiscais”, destaca o BTG.
No início de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou o cumprimento do limite de gastos e a equipe econômica anunciou combinação de contingenciamento e bloqueio de parte do orçamento na próxima revisão bimestral de receitas e despesas, que deve ser divulgada em 22 de julho.
“Adicionalmente, o governo anunciou a revisão dos cadastros de programas sociais e previdência, com corte estimado de R$26 bilhões das despesas obrigatórias no próximo ano, o que facilitaria o cumprimento do teto de gastos em 2025”, recorda o BTG.
A declaração, segundo o BTG, teria sido o “suficiente para reverter parte da piora nos ativos domésticos”, mencionando a reversão da apreciação da moeda americana, que chegou a bater R$5,70.
O BTG considera que a “mensagem mais assertiva sobre o compromisso do governo com o cumprimento do teto de gastos, o resultado do IPCA de junho cerca de 10 pb abaixo do esperado, dados positivos de inflação nos EUA e indicadores mais evidentes de arrefecimento do crescimento da economia americana contribuíram para o fechamento da curva de juros local”.
As projeções do banco são de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,40% ao final deste ano, inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,3%, taxa Selic em 10,5% e câmbio em R$5,20 por dólar. Para o resultado primário, houve revisão de um déficit de R$66,9 bilhões para um de R$51,3 bilhões, diante de bom resultado da arrecadação no primeiro semestre, mesmo com as chuvas que assolaram o estado do Rio Grande do Sul.
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