Dólar salta para máxima de 1 ano no exterior; discurso de Powell em foco

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Investing.com – O dólar avançava contra as principais moedas nesta quinta-feira, 14, atingindo o maior nível em um ano, após dados de inflação ao consumidor (IPC) levantarem dúvidas sobre o alcance dos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed). Simultaneamente, Donald Trump iniciou as nomeações para cargos-chave em seu novo governo.

Às 8h15 de Brasília, o Índice Dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de outras seis divisas, subia 0,51%, alcançando 106,925, o maior patamar desde o início de novembro de 2023.

Dados divulgados na quarta-feira mostraram que a inflação ao consumidor nos EUA ficou próxima das expectativas em outubro. No entanto, a taxa geral de inflação acelerou em relação ao mês anterior, enquanto o núcleo da inflação permaneceu bem acima da meta anual de 2% estabelecida pelo Fed.

Embora os números reforcem as apostas de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros em dezembro, a perspectiva de longo prazo para os juros se tornou mais incerta, o que favoreceu o dólar.

Essa incerteza foi ampliada pela vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais na semana passada, uma vez que suas prováveis políticas de redução de impostos e aplicação de tarifas comerciais são vistas como potencialmente inflacionárias.

Trump prossegue com a nomeação de aliados para cargos estratégicos, incluindo Marco Rubio como secretário de Estado. O senador da Flórida é amplamente considerado inclinado a adotar uma postura mais rígida em relação ao Irã e à China.

“Os movimentos desta semana nos dão um panorama do que esperar nos mercados de câmbio durante este segundo mandato de Trump: correções pontuais no dólar sendo aproveitadas para posicionamentos estruturais de compra em níveis mais atrativos”, afirmaram analistas do ING em nota.

CONFIRA: Cotação das principais taxas de câmbio

Um discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, previsto para mais tarde, poderá oferecer novas sinalizações aos mercados sobre a trajetória das taxas de juros, após a redução de 25 pontos-base anunciada pela instituição na semana passada.

Na Europa, o euro (EUR/USD) recuava 0,53%, negociado a 1,0507, atingindo o nível mais baixo em um ano, antes da divulgação dos últimos dados de crescimento da zona do euro.

Os números preliminares de outubro indicaram que a região cresceu mais rapidamente do que o esperado no terceiro trimestre, mas o avanço trimestral de 0,4% evidencia a fragilidade econômica, especialmente com a economia alemã – maior da região – apresentando fraqueza acentuada.

O Conselho Alemão de Especialistas Econômicos revisou para baixo as projeções de crescimento do país para 2024 e 2025. A previsão para 2023 passou de uma expansão de 0,2% para uma contração de 0,1%, enquanto a estimativa para 2025 caiu de 0,9% para 0,4%.

O euro também enfrenta pressão devido à instabilidade política na Alemanha e à possibilidade de novas tarifas comerciais impostas pela administração Trump.

“Acreditamos firmemente que, desde 5 de novembro, entramos em uma fase onde o risco negativo para o euro se tornou a norma, dada a agenda comercial e externa de Trump, que representa ameaças à zona do euro”, destacaram os analistas do ING.

A libra esterlina (GBP/USD) caía 0,55%, sendo negociado a 1,2633, após atingir o menor nível em três meses a US$1,2683, em meio à força do dólar.

Apesar de o Banco da Inglaterra ter cortado os juros na semana passada pela segunda vez no ano, a autoridade Catherine Mann indicou que novos cortes podem ser adiados.

Ela destacou, em discurso na quarta-feira, que a inflação elevada no Reino Unido ainda não foi totalmente controlada e que há maior probabilidade de superar as projeções do banco central do que de ficar abaixo delas no médio prazo.

Mann foi a única voz dissidente contra o corte dos juros na última reunião de política monetária e também havia se oposto a uma redução inicial em agosto.

O iene (USD/JPY) caía 0,4%, alcançando 156,00, o menor nível em mais de três meses, próximo a patamares que anteriormente motivaram intervenções no mercado de câmbio pelo governo japonês.

Já o iuane (USD/CNY) perdia 0,3%, cotado a 7,2428, também em um mínima de três meses. O sentimento em relação à China continua prejudicado pelas perspectivas de tarifas comerciais elevadas por parte do governo Trump.

O dólar australiano (AUD/USD) recuava 0,3%, negociado a 0,6466, atingindo o menor nível em três meses, após dados apontarem que o mercado de trabalho australiano desacelerou em outubro, quebrando uma sequência de seis meses de crescimento robusto.

A governadora do Reserve Bank da Austrália, Michele Bullock, afirmou que os juros não devem subir mais no curto prazo, permanecendo estáveis até que o banco tenha maior confiança na desaceleração da inflação.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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