BofA: Prêmio de risco para o real é excessivo - veja projeções para moedas da AL
Investing.com – O prêmio de risco do real parece excessivo, avalia o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA), que tem expectativa de apreciação da moeda brasileira em relação do dólar. Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco disse que suas perspectivas construtivas para o cenário fiscal e inflação apoiam um câmbio mais forte e taxas de juros mais baixas, ao estimar dólar a R$5,25 até o final de 2024.
“Embora os últimos meses tenham sido marcados por ruídos em meio a questões em torno da credibilidade do Banco Central e da meta fiscal, a incerteza diminuiu um pouco após os recentes sinais de compromisso com a inflação e as metas fiscais”, entende o banco.
O BofA diz ser “relativamente construtivo” sobre o cenário inflacionário, ao estimar um indicador de 3,9% até o final de 2024 e 3,6% até o final de 2025, e esperar Selic mantida em 10,5% até o final do ano, ainda que a autoridade monetária deva manter um tom hawkish.
“À medida que os riscos ascendentes para a inflação diminuam, acreditamos que o BCB conseguirá cortar as taxas para 9% até o final de 2025”, destacam Christian Gonzalez Rojas, Ezequiel Aguirre e David Hauner.
Medidas anunciadas pelo governo, como congelamento de gastos de R$15 bilhões, também motivam a visão bullish para a moeda, ainda que o banco entenda ser preciso uma restrição adicional entre R$5 bilhões e R$10 bilhões. A perspectiva é de um déficit primário de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e 0,6% do PIB em 2025.
Moedas de países da América Latina
O BofA disse estar cauteloso em relação ao câmbio latino-americano, na expectativa de continuidade da volatilidade global nos próximos meses. “Isto reduz o apelo de carry do FX na América Latina, que não esperamos que deve ser superado. A incerteza interna em alguns países também pode causar pressão”, ressalta o banco.
Confira a visão do BofA para outras moedas latino-americanas:
Peso argentino: O banco possui uma visão bearish, pois entende que os pagamentos de dívidas e preços baixos de grãos pressionarão as reservas cambiais. A projeção é de que o par USD/ARS atinja 1.200 até o fim do ano.
Peso chilelo: O BofA possui visão neutra para o peso chileno, com apoio de preços das commodities e uma pausa no ciclo de flexibilização, ainda que esta possa continuar. A estimativa é de que o par USD/CLP alcance 925 até o final do ano.
Peso colombiano: A perspectiva é neutra com tendência esperada de diminuição dos juros pela autoridade monetária local diante de um impacto negativo no hiato do produto. Assim, o par USD/COP é estimado em 4.100 no término de dezembro.
Peso mexicano: O entendimento do BofA é bearish, com a perspectiva de continuidade na volatilidade na moeda. O alvo até fim do ano para o par USD/MXN é 19,5.
Sol peruano: Os estrategistas possuem visão bearish para a moeda. A estimativa para o USD/PEN é de 3,82 até o fim do ano.
Peso uruguaio: Para o peso uruguaio, a perspectiva é de alta. O panorama bullish é referente ao progresso da reforma estrutural, dinâmica externa e cenário macroeconômico, segundo os especialistas, que esperam USD/UYU em 40,8 no término do último mês do ano.
Colón costarriquenho e peso dominicano: O BofA tem visão bullish para o a moeda da Costa Rica diante da alta produtividade, enxergando o par USD/CRC em 515, e neutra para o peso dominicano, com juros altos, mas cenário macro positivo, com estimativa para o par USD/DOP em 60,0 até o final de 2024.
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