Vivara salta 3,4% com novo CEO e Ibovespa retoma 160 mil pontos; bancos sobem com fim de sanções a Moraes
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A Vivara (VIVA3) protagonizou uma das principais movimentações corporativas da semana ao anunciar uma troca dupla no seu comando executivo. Thiago Lima Borges assume como novo CEO, substituindo Ícaro Borrello, enquanto Cassiano Lemos da Cunha ocupa a cadeira de COO no lugar de Bruno Kruel.

Fonte: Google Finance
A reação do mercado financeiro foi imediata e positiva. As ações da maior rede de joalherias do país operavam em alta de 3,45% na tarde desta sexta-feira (12), cotadas a R$ 35,38. O movimento reflete o alívio dos investidores com a definição de nomes experientes para liderar a nova fase da companhia.
Segundo o comunicado oficial, a decisão não foi abrupta, mas sim fruto de um planejamento conduzido pelo Conselho de Administração nos últimos meses, com apoio de consultoria especializada. O objetivo é pacificar a gestão após um período de turbulências na governança.
A "Escola Arezzo" chega à Vivara
O grande trunfo da nova diretoria é o currículo pesado no varejo de alta performance. Thiago Borges, o novo CEO, traz 20 anos de bagagem, com passagens estratégicas como CFO da SmartFit e posições de liderança na Azzas 2154 (a holding resultante da fusão Arezzo-Soma).
Já Cassiano Lemos, o novo diretor de operações (COO), também vem da "escola Arezzo", onde liderou projetos cruciais de eficiência de estoques. Esse ponto é nevrálgico para a Vivara hoje: gerir um inventário de ouro e pedras preciosas exige precisão cirúrgica para não queimar caixa nem perder vendas.
Para o JPMorgan, a escolha fortalece a capacidade de execução da companhia. O banco americano avalia que a chegada da dupla deve encerrar o ciclo de incertezas sobre a governança que pairava sobre a empresa desde as mudanças anteriores na família controladora.
O desafio do estoque e a expansão da Life
O Goldman Sachs destacou exatamente o know-how operacional da dupla como o diferencial. O banco aponta que o nível de estoques tem sido um ponto de atenção recorrente do mercado. Com a expertise de Lemos, espera-se um ganho de eficiência no giro dos produtos.
Além de arrumar a casa, a missão é acelerar. A marca Life (prata e colecionáveis) continua sendo o motor de crescimento orgânico, e a nova gestão terá o desafio de manter o ritmo de expansão física sem perder a rentabilidade das lojas maduras.
O Goldman reitera a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 38,00. A tese se apoia no fato de que a Vivara opera em um segmento de demanda resiliente e possui estoques antigos comprados a preços menores, o que ajuda a sustentar margens em um ambiente de ouro em alta.
Cansaço no C-Level ou nova fase?
Nem tudo são flores na visão dos analistas. O Bradesco BBI, embora tenha elogiado os nomes escolhidos, citou um certo "cansaço" com as trocas frequentes na alta administração (C-level). A estabilidade é um prêmio que o mercado cobra caro.
No entanto, o BBI interpreta o movimento como parte da estratégia de 2025 de realinhar a governança com os acionistas minoritários. A expectativa é que, com Borges e Lemos no comando, a família fundadora (Paulo e Marina Kaufman) possa focar no Conselho, reduzindo a intervenção no dia a dia.
Em termos de valuation, a Vivara negocia a um múltiplo de 9,7 vezes o lucro estimado para 2026. Para o JPMorgan, que tem recomendação de overweight (compra) e alvo em R$ 36, esse preço é atrativo dada a qualidade e a dominância da marca no setor.
Ibovespa descola de NY e bancos disparam
Enquanto o varejo celebrava a nova gestão da Vivara, o mercado geral foi impulsionado por um alívio geopolítico vindo de Washington, que destravou o setor financeiro e permitiu ao Ibovespa caminhar na contramão do pessimismo externo.

Fonte: Google Finance
O Ibovespa encerrou a sexta-feira (12) em alta de 0,99%, reconquistando o patamar psicológico dos 160.766 pontos. Na semana, o saldo foi positivo em 2,15%, sustentado principalmente pelos "pesos-pesados" da bolsa.
O grande gatilho do dia foi político. O governo dos Estados Unidos retirou oficialmente o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e sua esposa da lista de sancionados da Lei Magnitsky. A inclusão anterior gerava um risco de compliance severo para o sistema financeiro.
Havia um temor latente de que as sanções pudessem contaminar os bancos brasileiros que operam com o ministro ou suas empresas. Com a retirada dos nomes, esse risco de cauda foi eliminado, disparando ordens de compra no setor. O Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, subiu quase 2%.
Serviços batem recorde e mostram resiliência
Na economia real, os dados continuam surpreendendo. O setor de serviços cresceu 0,3% em outubro, segundo o IBGE. Embora pareça pouco, o resultado veio acima do esperado e renovou o patamar recorde da série histórica iniciada em 2011.
Este foi o nono resultado positivo consecutivo. O setor acumula ganho de 3,7% no período, superando a sequência de crescimento vista em 2022. Isso reforça a tese de que a atividade econômica brasileira segue aquecida, mesmo com juros restritivos.
Para o mercado, o dado é uma faca de dois gumes: mostra pujança das empresas listadas ligadas ao consumo interno, mas também sinaliza ao Banco Central que a demanda não está esfriando, o que justifica a manutenção da Selic em 15%.
Exterior: medo de 'bolha' assusta Wall Street
Lá fora, o clima foi o oposto. Wall Street devolveu os ganhos da véspera e fechou no vermelho, contaminada pelo temor de uma "bolha de IA". A Broadcom despencou 11% após alertar sobre margens menores, arrastando todo o setor de tecnologia.
Fonte: Google Finance
Essa aversão ao risco global valorizou ainda mais a performance do Ibovespa. Enquanto o mundo vendia tecnologia cara, o investidor local e estrangeiro buscou refúgio nos ativos descontados e bancarizados da bolsa brasileira.
O dólar à vista teve uma leve alta de 0,12%, a R$ 5,4108, mas acumulou queda na semana (-0,39%). O movimento mostra que, apesar do ruído externo, o diferencial de juros brasileiro continua atraindo fluxo e segurando a volatilidade cambial.
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