Ibovespa fecha acima dos 133 mil pontos; BRF aprova fusão com Marfrig e Klabin anuncia dividendos
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- Com uma oferta submersa inferior a 30%, a movimentação do preço Bitcoin agora se assemelha assustadoramente ao início de 2022.
- O ouro recupera o impulso positivo em meio a perspectivas dovish do Fed e dólar americano mais fraco
- Ouro recua da máxima de seis semanas em meio a clima positivo em relação ao risco; queda continua amortecida
- Ethereum (ETH) perde US$ 3.000 e testa suporte crítico de US$ 2.800; medo de juros no Japão pressiona
- O ouro mantém-se estável acima da marca dos US$ 4.200; aguarda-se o Índice de Preços PCE dos EUA para obter algum impulso significativo

O Ibovespa encerrou a terça-feira (5/8) com leve alta de 0,14%, aos 133.151,30 pontos, voltando a superar o patamar dos 133 mil pontos após oscilar entre 132.681,92 e 134.232,83 ao longo do dia.
Foi o segundo pregão consecutivo de ganhos, com volume financeiro de R$ 18,9 bilhões. No acumulado da semana, o índice sobe 0,54%, enquanto no mês o avanço é tímido, de 0,06%.
Entre os destaques do dia, a Petrobras sustentou ganhos mesmo com a quarta queda seguida no preço do petróleo, enquanto o Itaú PN contribuiu com alta de 1,10%. Por outro lado, a Vale (VALE3) virou para queda no fechamento, limitando o avanço do índice.
Na liderança das maiores altas do dia estiveram Brava (+5,74%), Hapvida (+4,65%) e Petz (+3,72%). Entre as maiores quedas, figuraram CSN (-2,82%), Klabin (-2,56%) e Assaí (-2,54%).
Do ponto de vista político, a decretação de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro foi considerada um "não evento" pelo mercado no curto prazo. Especialistas alertam, no entanto, para possíveis desdobramentos envolvendo relações comerciais com os Estados Unidos, sobretudo se houver reação do ex-presidente Donald Trump ao recente aumento de tarifas.
A entrada de fluxo estrangeiro no Brasil segue sendo favorecida pelo carry trade — estratégia em que investidores aproveitam os juros elevados da Selic para buscar retorno, reduzindo a sensibilidade do Ibovespa às turbulências políticas internas.
Fonte: Suno
Lucro da Pague Menos cresce 36% no 2T25, mas ações recuam com cautela do mercado
Apesar de um resultado financeiro acima das expectativas, as ações da Pague Menos (PGMN3) recuaram 2,05% nesta terça-feira, cotadas a R$ 3,82. A queda veio mesmo após a companhia reportar um lucro líquido ajustado de R$ 60,2 milhões no 2T25, alta de 36,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O EBITDA ajustado também subiu 37,9%, atingindo R$ 244,1 milhões.
Segundo a empresa, os bons números refletem o sucesso de campanhas promocionais, ações de CRM e marketing, além da maior eficiência nos canais digitais. Isso se traduziu em aumento do ticket médio, maior frequência de compra e vendas por loja de R$ 800 mil, uma expansão de 17,8% na comparação anual. A participação de mercado da companhia chegou a 6,6%, novo recorde.
Mesmo com esses resultados sólidos, o desempenho das ações decepcionou. Segundo o BTG Pactual, o relatório foi “sólido e acima da expectativa”, mas o setor de varejo farmacêutico ainda sofre com o tom avesso ao risco por parte dos investidores. O banco destacou ainda a melhora na alavancagem operacional, mas reforçou que o momento macroeconômico exige cautela.
Fonte: Google Finance
Já o BB Investimentos manteve a recomendação neutra para PGMN3, com preço-alvo de R$ 3,40 até o fim de 2025. Para os analistas da casa, o alto nível de endividamento da empresa segue como um limitador para a valorização das ações no curto prazo, apesar da boa performance nas vendas e margens.
Klabin (KLBN11) cresce 86% no lucro e mantém status de defensiva, aponta BTG
A Klabin (KLBN11) divulgou nesta terça-feira um lucro líquido de R$ 585 milhões no segundo trimestre de 2025, representando uma alta expressiva de 86% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, o Ebitda ajustado recuou 1% e ficou em R$ 2,041 bilhões, com margem de 39%, dois pontos abaixo da registrada no 2T24.
A receita líquida cresceu 6%, atingindo R$ 5,247 bilhões, impulsionada pelo aumento no volume de vendas e por preços mais altos de celulose, especialmente de fibras longas e fluff. A produção de celulose teve destaque, com avanço de 14% na base trimestral, enquanto o volume de embalagens cresceu 9%. A receita por tonelada também subiu 4%, reforçando a boa performance comercial da empresa.
Após a divulgação dos números, o BTG Pactual reafirmou sua recomendação de compra para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 26,00 — o que representa um potencial de valorização de mais de 40% frente à cotação atual de R$ 18,35. O banco destacou que a Klabin continua sendo uma opção defensiva no setor de commodities, com geração consistente de caixa e bom posicionamento estratégico.
Fonte: Google Finance
A geração de caixa livre no trimestre foi de aproximadamente R$ 500 milhões, mesmo com consumo de capital de giro de R$ 124 milhões. A alavancagem financeira caiu de 4,0x para 3,7x Ebitda ajustado, refletindo uma trajetória saudável de endividamento, segundo os analistas.
Para o restante do ano, o BTG projeta que a companhia continuará reduzindo o passivo, beneficiada pela maturação dos projetos Puma II e Figueira, além da monetização de ativos florestais.
A Klabin também aprovou a distribuição de R$ 306 milhões em dividendos, equivalentes a R$ 0,05 por ação ordinária ou preferencial e R$ 0,25 por unit (KLBN11). O pagamento será feito em 19 de agosto, com data de corte em 8 de agosto e papéis passando a ser negociados ex-dividendos a partir de 11 de agosto.
BRF e Marfrig aprovam fusão: BRFS3 será incorporada e deixará a bolsa
A BRF (BRFS3) anunciou que seus acionistas aprovaram, em assembleia geral, a fusão com a Marfrig (MRFG3). O movimento marca um passo definitivo rumo à consolidação total entre as companhias, após um longo processo de negociações e revisões regulatórias.
Segundo comunicado ao mercado, a BRF será incorporada pela Marfrig, que já detém 58,87% do seu capital social. Com isso, a BRF se tornará uma subsidiária integral, e suas ações deixarão de ser negociadas na B3, consolidando o controle sob a estrutura da Marfrig.
O processo, no entanto, ainda depende da aprovação formal pelos acionistas da Marfrig, em assembleia também convocada para o mesmo dia. A expectativa é de que a operação seja concluída nas próximas semanas, após os trâmites legais e regulatórios.
Cade aprovou sem restrições
Um dos marcos importantes para a efetivação da fusão foi a aprovação prévia do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), sem qualquer tipo de restrição. Segundo parecer da autarquia, não há risco de concentração indevida nos mercados em que as empresas atuam.
De acordo com a análise do Cade, mesmo após a união, a participação combinada das empresas em mercados horizontais permanece abaixo de 50%, e, na maioria dos segmentos, fica inferior a 20%, abaixo do limite considerado como dominante. Em mercados com integração vertical, a concentração também foi considerada baixa, com índices abaixo de 30%.
O que muda com a fusão
Com a fusão aprovada, a Marfrig consolida o controle da BRF e deverá gerar sinergias estimadas em R$ 485 milhões por ano, especialmente por meio de aumento de receitas e cortes de custos. A expectativa é de que a nova estrutura otimize operações e ganhe competitividade tanto no mercado doméstico quanto internacional.
No entanto, a proposta enfrentou críticas quanto à relação de troca das ações. Segundo análise da Genial Investimentos, os acionistas minoritários da BRF podem estar assumindo um deságio de até 15%, além de não receberem prêmio de controle, algo tradicional em fusões desse porte.
A operação também foi marcada por polêmicas e adiamentos das assembleias, após a CVM solicitar esclarecimentos sobre os critérios usados para definir os termos da incorporação. Houve acusações de falta de transparência por parte de alguns investidores da BRF, o que exigiu revisões e novos documentos antes da aprovação final.
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