Um dos maiores bancos da Rússia agora oferece tokens lastreados em gasolina comum sem chumbo, do tipo vendido em postos de gasolina em todo o país.
Quando o instrumento vencer, os investidores podem optar por receber seu dinheiro com os juros acumulados ou receber um cartão de combustível para abastecer seus veículos.
O Alfa-Bank, a maior instituição bancária privada da Rússia, anunciou o lançamento de um ativo financeiro digital (DFA, na sigla em inglês) que oferece a opção de obter lucro com o investimento ou receber um produto físico em troca.
A EuroTrans, uma importante operadora russa de combustíveis que controla a rede de postos de gasolina Trassa, é a empresa por trás da iniciativa, que utiliza a plataforma proprietária A-Token desenvolvida pelo Alfa-Bank.
O instrumento híbrido certifica uma reivindicação monetária ou o direito de receber uma quantidade específica de combustível, observou o veículo de notícias de negócios RBC em uma reportagem.
No vencimento, entre 1 e 15 de março do próximo ano, os detentores terão que escolher: receber o valor nominal de volta, juntamente com a parte devida do rendimento anual fixo de 20%, ou receber um vale-combustível para 100 litros de gasolina comum 95.
Os investidores poderão comparar o preço atual da gasolina mais comum com as demais opções do produto de investimento e selecionar a alternativa mais vantajosa. A informação foi divulgada em um comunicado à imprensa
“Os ativos financeiros digitais para combustíveis combinam as características de um instrumento financeiro e de um ativo de consumo real. Os investidores têm a oportunidade de investir em um ativo líquido e transparente com potencial de proteção, além da opção de usar a renda para pagar o combustível, que é uma despesa essencial.”
O valor nominal de um token é de 6.650 rublos (um pouco menos de US$ 85), equivalente ao preço fixo do combustível que o lastreia.
A emissão piloto é limitada a 50 milhões de rublos (quase US$ 635.000) e está disponível, no momento, apenas na capital russa e na região adjacente de Moscou.
O DFA pode ser adquirido entre 23 e 26 de dezembro por qualquer pessoa que deseje investir nele, sem restrições, enfatizou um porta-voz do Alfa-Bank.
Segundo o representante, o produto é voltado para um público amplo e demonstra a aplicação prática de ativos digitais, inclusive como fonte de financiamento e ferramenta de marketing, como é o caso do token da Trassa.
Conforme defipela lei “Sobre Ativos Financeiros Digitais” de 2021, os DFAs russos representam ativos reais tokenizados usando tecnologia de registro distribuído.
Ao contrário dos ativos digitais descentralizados, eles são baseados em blockchains privadas, e não públicas, diferenciando-se das criptomoedas e dos tokens digitais negociados em corretoras de criptomoedas.
Atualmente, também são emitidos apenas por meio de plataformas licenciadas pelo Banco Central da Rússia (CBR), como A-Token, Atomize, Masterchain e Sber, entre outras.
Com exceção de um “regime jurídico experimental” que oferece acesso limitado de investidores a criptomoedas, a Lei de Financiamento de Ativos Digitais (DFA) é a única legislação russa que regula parcialmente o investimento em ativos digitais.
No entanto, é provável que isso mude nos próximos meses. Na terça-feira, o Banco da Rússia divulgou os principais pontos de um plano para legalizar e regulamentar de forma abrangente todas as transações envolvendo moedas digitais e produtos relacionados em 2026.
O novo conceito regulatório da autoridade monetária reconhece as criptomoedas e stablecoins como "ativos monetários" e visa ampliar o acesso dos investidores a elas, conforme relatado pela Cryptopolitan.
O novo quadro legal também afetará o mercado russo de ativos financeiros digitais, que atualmente oferece instrumentos como títulos tokenizados e direitos digitais.
O banco central pretende permitir que os DFAs russos circulem também em redes abertas, com o objetivo de ajudar as empresas russas atracinvestimento estrangeiro.
O Alfa-Bank esteve entre as instituições financeiras que lançaram derivativos financeiros (DFAs) baseados em criptomoedas importantes como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), após o Banco Central da Rússia (CBR) autorizar a oferta de derivativos de criptomoedas em maio.
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