As exportações da Coreia do Sul continuaram a crescer no final do ano, já que a forte demanda por semicondutores ajudou a compensar o impacto negativo das medidas tarifárias ampliadas dos EUA, disseram dados oficiais e analistas comerciais nesta segunda-feira.
Dados alfandegários preliminares mostram que as exportações da Coreia do Sul subiram 6,8% em relação ao ano anterior nos primeiros 20 dias de dezembro, marcando um histórico para esse período. As exportações de semicondutores dispararam 41,8% , representando mais de um quarto do total das remessas para o exterior, um desempenho impressionante que ajudou a impulsionar os números gerais do comércio, apesar da fraqueza em outros setores.
No entanto, o impulso ascendente do crescimento não veio sem desafios. Outros setores, como as remessas de automóveis, produtos e bens manufaturados tradicionais, permaneceram fracos ou contraídos trac , com parte dessa fraqueza ligada às tarifas mais altas dos EUA sobre automóveis e metais.
Excluindo os dias úteis, as exportações durante os primeiros 20 dias de dezembro aumentaram ainda mais rapidamente, 3,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Serviço Alfandegário da Coreia. Esse crescimento foi bem mais lento do que o aumento revisado de 13% registrado para todo o mês de novembro.
Os números indicam que, embora as exportações ainda estejam crescendo, a recuperação está perdendo força.
Os semicondutores continuam sendo a espinha dorsal das exportações da Coreia do Sul. Os embarques nessa categoria aumentaram quase 42% em relação ao mesmo período do ano passado, dando continuidade à recuperação iniciada no começo deste ano. A rápida expansão da inteligência artificial, da computação em nuvem e dos grandes centros de dados impulsionou uma parcela significativa da demanda.
Fabricantes de chips têm recebido encomendas de de alta performance que alimentam servidores em data centers de inteligência artificial. Empresas de tecnologia em todo o mundo estão expandindo ainda mais suas redes de capacidade para acomodar novas aplicações, uma tendência que impulsiona a demanda por chips de alta performance.
Isso explica em parte por que mesmo economias voltadas para a exportação têm tido dificuldades em criar suas próprias indústrias de semicondutores, transferindo poder político e econômico para um dos produtores de semicondutores mais dominantes do mundo — a Coreia do Sul — mas não para muitos outros, que ainda são relativamente novos nesse setor.
O segmento de fornecimento de serviços sem fio também teve um trimestretron. Esse segmento apresentou um aumento de quase 18%, à medida que empresas em toda a região aumentaram seus investimentos em atualizações de rede e infraestrutura digital. Os aumentos ajudaram a compensar a falta de desempenho em algumas linhas de produtos mais tradicionais.
A recuperação foi desigual, afetando todos os setores igualmente. Apesar da melhora nos dados comerciais e das tensões comerciais globais ainda não resolvidas, as exportações de automóveis continuam 13% abaixo do ano anterior, já que a demanda permanece fraca nos principais mercados externos. Produtos petroquímicos sensíveis à umidade também foram substituídos no mercado internacional devido ao aumento do custo da matéria-prima, às restrições de venda impostas e à escassez de mercado.
A incerteza comercial continua a afetar os exportadores sul-coreanos. No final de outubro, Seul e Washington chegaram a um acordo tarifário histórico após três meses de negociações. Os coreanos ficaram parcialmente aliviados porque o acordo restringiu a aplicação de altas tarifas comerciais pelos Estados Unidos sobre produtos coreanos a um máximo de 15%, em vez de impor barreiras comerciais mais rigorosas à Coreia.
As tarifas sobre carros e peças coreanas também foram reduzidas para 15%, com efeito retroativo a 1º de novembro. A medida decorre de um aviso publicado no início deste mês no Registro Federal dos EUA. O acordo trouxe algum alívio, embora não tenha eliminado completamente as condições favoráveis oferecidas no acordo anterior.
Mesmo com as reduções, as tarifas ainda ficariam, em média, muito acima dos níveis pré-guerra. Os exportadores continuam a enfrentar custos mais elevados e margens reduzidas, particularmente em setores sensíveis a preços, como o automotivo e o químico. Grupos empresariais alertaram que a manutenção de tarifas elevadas a longo prazo pode prejudicar o investimento e a contratação de pessoal.
Embora a inflação geral e a inflação subjacente permaneçam acima da meta de 2% estabelecida Banco da Coreia as autoridades do país alertaram que, se a moeda continuar fraca, o custo das importações — principalmente de energia e matérias-primas — aumentará. Os formuladores de políticas estão monitorando de perto se o bom desempenho das exportações ajudará a compensar essas pressões inflacionárias.
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