A Polícia Federal Australiana (AFP) desmantelou uma carteira de criptomoedas com US$ 6,4 milhões, supostamente provenientes de uma organização criminosa. A operação, denominada Kraken, faz parte de uma ação mais ampla contra redes de comunicação criptografadas que se acredita serem utilizadas por organizações criminosas.
A Polícia Federal Australiana (AFP) revelou ter decifrado a frase-semente da carteira do criminoso e apreendido um total de US$ 6,4 milhões. A AFP também prendeu Jay Je Yoon Jung, umdent de Sydney de 32 anos, acusado de desenvolver o Ghost. Essa plataforma de mensagens altamente criptografada, segundo a polícia, foi criada exclusivamente para organizações criminosas.
Segundo a declaração da AFP, o Ghost estava sendo vendido por aproximadamente US$ 1.600 para modificar smartphones, o que incluía seis meses de acesso e suporte técnico. Jung enfrenta atualmente várias acusações, incluindo auxílio a organizações criminosas, lavagem de dinheiro e crimes relacionados a drogas.
Krissy Barret, cientista de dados da Força-Tarefa de Confisco de Ativos Criminais (CACT, na sigla em inglês), identificou um padrão semelhante ao humano no que parecia ser um código de segurança gerado por máquina. Barrett afirmou, durante seu discurso no National Press Club na semana passada, que sabiam que, se a carteira não pudesse ser aberta, o suposto criminoso sairia da prisão multimilionário, tudo proveniente dos lucros do crime organizado.
Barrett recebeu uma imagem contendo grupos de números e palavras com mais de 50 variações no total. Ela descobriu que o padrão havia sido alterado manualmente, extraiu o primeiro dígito de cada sequência e decodificou o restante em uma frase de recuperação de 24 palavras que lhes concedeu acesso à carteira digital.
Segundo a analista policial, o poder computacional bruto tem seus limites. Ela enfatizou o papel da intuição humana nas investigações cibernéticas modernas. Os fundos apreendidos já foram transferidos para um depósito seguro da polícia. Caso o tribunal determine o confisco, os fundos serão redirecionados para uma conta do governo federal administrada pelo Ministério do Interior para financiar futuras iniciativas de prevenção ao crime.
Essa é a segunda operação bem-sucedida da Operação Kraken, após a apreensão de US$ 1,4 milhão em criptomoedas e diversas propriedades ligadas a Jung e seus associados.
O aplicativo Ghost permitiu a atuação de organizações criminosas globais, facilitando o tráfico de drogas, assassinatos portrace lavagem de dinheiro em diversas jurisdições. A Polícia Federal Australiana (AFP) já se infiltrou no aplicativo, infectando seu código, o que lhe permite monitorar as comunicações edentos criminosos.
As estatísticas do mês passado revelaram que 700 agentes cumpriram 93 mandados de busca e apreensão, resultando em 46 prisões e na prevenção de 50 ameaças de morte. Apreenderam também 30 armas de fogo ilegais e 200 kg de drogas ilícitas.
Especialistas em segurança de blockchain descreveram a decifração da frase mnemônica por Barrett como improvável, visto que a agência quebrou o código criptográfico diretamente.
Deddy Lavid, CEO da empresa de segurança blockchain Cyvers, observou que a polícia extraiu apenas trac ou chaves privadas de um dispositivo digital comprometido vinculado à carteira. Ele acrescentou que a complexidade de decifrar uma frase mnemônica precisa é improvável; eles recuperaram a frase do armazenamento ou dos metadados. Lavid afirmou que o monitoramento em tempo real das carteiras poderia ajudar a impedir que criminosos ocultem fundos e permitir intervenções policiais mais rápidas.
O caso australiano segue outros casos importantes no cenário global que visam crimes relacionados a criptomoedas. Nos últimos seis meses, autoridades na Suécia, nos EUA e na Alemanha fecharam corretoras não licenciadas e apreenderam milhões de dólares em ativos digitais ilícitos. Por exemplo, o Departamento de Justiça dos EUA confiscou três plataformas de criptomoedas ligadas à Rússia, acusadas de lavagem de US$ 800 milhões por meio de mercados da dark web.
Segundo uma reportagem , o Departamento de Justiça dos EUA também busca o confisco da BTC-e e a apreensão de seus lucros. A BTC-e era uma corretora ligada à Rússia, suspeita de processar fundos provenientes de diversas atividades criminosas.
A polícia sueca também classificou diversas corretoras nacionais como lavadoras de dinheiro profissionais, e os reguladores alemães fecharam 47 corretoras por violações das normas de combate à lavagem de dinheiro.
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