Preços do petróleo devem permanecer pressionados até 2025, prevê Wells Fargo

Autor: Investing.com
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Investing.com -- Os preços do petróleo devem continuar pressionados até 2025, devido ao risco de excesso de oferta mundial, segundo análise do Wells Fargo (NYSE:WFC) em nota divulgada na última terça-feira.

Uma combinação de desaceleração da demanda em economias-chave, especialmente na China, e o crescimento contínuo da produção de “shale oil” nos EUA contribuem para uma perspectiva pessimista em relação aos preços do petróleo.

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Apesar dos estoques atualmente apertados, a expectativa de que a aliança de países produtores Opep+ alivie os cortes de produção até o final de 2024 reforça a probabilidade de um superávit de oferta no próximo ano.

O Wells Fargo aponta que o mercado de petróleo está em um ponto de inflexão, passando de um cenário de restrição de oferta em 2024 para um potencial excesso de oferta em 2025.

A análise também destaca que tanto os EUA quanto a China, tradicionalmente grandes motores da demanda global de petróleo, estão mostrando sinais de desaceleração. Nos EUA, a produção de “shale oil” atingiu um estágio de maturidade, com o ritmo de crescimento desacelerando, apesar da contínua produção na prolífica Bacia do Permiano.

No lado da demanda, o crescimento econômico da China perdeu força, reduzindo sua demanda por petróleo, um fator chave na dinâmica global de preços da commodity.

Em 2025, espera-se que a oferta global de petróleo supere a demanda em cerca de 1 milhão de barris por dia (bpd) nos meses de pico de produção.

Esse cenário é em parte resultado do aumento previsto na produção da Opep+, que vinha sendo contida para estabilizar os preços.

O Wells Fargo projeta que a oferta total de petróleo aumentará de 102,8 milhões de bpd em 2024 para 104,8 milhões de bpd em 2025, impulsionada por produtores fora da Opep, como os EUA e o Brasil, juntamente com os aumentos planejados pela Opep.

Em resposta a essas mudanças, o banco revisou para baixo suas previsões de preços do petróleo no curto e médio prazo. A estimativa para o Brent foi ajustada para uma média de US$ 70 por barril em 2025, abaixo das previsões anteriores. Da mesma forma, o West Texas Intermediate (WTI) deve alcançar uma média de US$ 65 por barril em 2025.

Isso representa uma queda em relação à média de US$ 80 por barril para o Brent e US$ 75,25 para o WTI no segundo trimestre de 2024.

Embora esses níveis de preços sejam menores do que os picos observados em 2022, quando o Brent chegou a quase US$ 100 por barril, ainda estão acima dos níveis experimentados durante períodos históricos de baixa demanda.

Um dos fatores que evitam quedas maiores nos preços é a preferência da Arábia Saudita por manter o barril acima de US$ 70, já que o reino busca equilibrar a geração de receita com a manutenção de sua fatia de mercado.

O Wells Fargo faz uma comparação entre o cenário atual do mercado de petróleo e as condições de 1998, quando uma combinação de desaceleração econômica global e aumento da oferta levou a uma queda acentuada nos preços.

"Não estamos prevendo uma repetição de 1998 em 2025, mas entendemos a apreensão dos investidores diante das incertezas econômicas na China e do desejo declarado da Opep+ de reverter os cortes de produção", afirmaram os analistas.

O sentimento dos investidores reflete essa incerteza. O interesse especulativo em futuros de petróleo tornou-se negativo, indicando que os participantes do mercado esperam mais fraqueza nos preços a curto prazo.

A produção de “shale oil” nos EUA, que tem sido um dos principais motores do crescimento da oferta global na última década, mostra sinais de maturidade. Embora a Bacia do Permiano permaneça produtiva, o crescimento geral da produção de petróleo nos EUA está desacelerando.

No terceiro trimestre de 2024, a produção de petróleo nos EUA aumentou apenas 0,1 milhão de bpd, em comparação com uma média de 0,6 milhão de bpd nos anos anteriores de crescimento.

Essa desaceleração se deve tanto à maturidade dos recursos quanto a uma mudança estratégica dos produtores norte-americanos em direção à disciplina de capital, com foco em retornos em vez de volume de produção.

Apesar da desaceleração no crescimento do petróleo, a produção de gás natural liquefeito (GNL) continua em alta. A produção de GNL tem crescido anualmente desde 2009 e, até 2024, representava 56% do crescimento da produção líquida dos EUA.

Essa mudança em direção ao GNL, que são amplamente usados na produção petroquímica e em outras indústrias, indica uma transformação mais ampla no cenário energético dos EUA, com potenciais implicações de longo prazo para a oferta global e a estabilidade dos preços.

Diversos fatores podem alterar a trajetória atual dos preços do petróleo. Uma recuperação mais rápida que o esperado na demanda global, especialmente na China e nos países da OCDE, pode apertar o mercado e elevar os preços.

Além disso, riscos geopolíticos em regiões produtoras de petróleo, como o Oriente Médio ou a Rússia, poderiam interromper a oferta e causar picos nos preços.

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