A Comissão de Valores Mobiliários da Nigéria revelou que os nigerianos perderam mais de US$ 218 milhões (aproximadamente N316 bilhões) em esquemas Ponzi e com gestores de fundos ilegais nos últimos anos. Segundo a agência, a ganância e a ignorância entre os nigerianos são alguns dos fatores que perpetuam essa ameaça.
A informação foi divulgada por Abdul Rasheed Dan-Abu, chefe do Departamento de FinTech e Inovação da Comissão, durante o treinamento organizado pela SEC para jornalistas financeiros em Abuja.
Dan-Abu revelou essa informação como parte de uma apresentação sobre o combate à fraude de investimentos na Nigéria. Em sua apresentação, ele descreveu os esquemas Ponzi como investimentos fraudulentos que pagam retornos a investidores antigos com fundos de novos investidores, em vez de provenientes de qualquer atividade comercial genuína.
Ao abordar o assunto, Dan-Abu mencionou que as pessoas responsáveis por esses investimentos não estão fazendo nada de relevante. “Elas estão apenas arrecadando o dinheiro das pessoas e usando-o para pagar os investidores iniciais.”
Em algum momento, quando não há novos investidores, tudo desmorona e os operadores desaparecem”, disse ele. Em sua apresentação, ele mencionou que o desejo por enriquecimento rápido levou muitos nigerianos a se tornarem vítimas desse tipo de golpe.
“Hoje em dia, todo mundo só quer ficar rico. É exatamente isso que faz as pessoas caírem nessa armadilha”, observou ele. “Até mesmo as pessoas gananciosas de hoje são mais instruídas do que aquelas que vivenciaram o primeiro esquema de Charles Ponzi. A educação não impediu a ganância.”
Dan-Abu relembrou vários esquemas Ponzi que foram desmantelados no passado, observando que um deles oferecia aos nigerianos retornos mensais de cerca de 30%. Ele disse que, mesmo após o colapso, algumas pessoas ainda voltaram a reinvestir. “Mesmo depois do fechamento da MMM, eles voltaram e disseram às pessoas que, se pagassem uma certa quantia, teriam acesso ao dinheiro perdido. As pessoas ainda pagaram. Isso mostra como a ganância cega as pessoas”, disse ele.
Ele também relatou como um esquema fraudulento chamado New Nation, disfarçado de programa de empoderamento apoiado pelo governo, pedia que mulheres em áreas rurais pagassem para enjde benefícios específicos.
Dan-Abu observou que cerca de 155 mil mulheres rurais tiveram seus fundos presos no programa de investimento. "Muitas venderam suas casas e carros para investir porque acreditavam que era legítimo. Isso mostra o quão perigoso é esse esquema quando as pessoas não fazem perguntas", disse ele.
Em sua apresentação, Dan-Abu mencionou que esses operadores empregam táticas agressivas de marketing em grupos de redes sociais. Eles utilizam plataformas como o WhatsApp para criar grupos e atrair investidores desavisados com promessas que parecem boas demais para ser verdade. "Eles prometem altos retornos com pouco ou nenhum risco. Mas não existe negócio no mundo onde se possa ganhar muito dinheiro em pouco tempo sem risco. Isso não é possível", afirmou.
No entanto, ele pediu aos nigerianos que fossem cautelosos e consultassem a Comissão antes de investir. “Sempre que você vir um investimento que pareça novo, a primeira coisa que você deve fazer é perguntar se ele está registrado na SEC. É o seu suor, o seu dinheiro suado.”
“Se não estiver registrado, já é ilegal”, alertou. Ele também pediu aos jornalistas que apoiassem a campanha contra os esquemas Ponzi, observando que, se eles enviassem alertas aos usuários semanalmente, estes se absteriam de investir fundos em plataformas fraudulentas.
Em suas observações, o Dr. Emomotimi Agama, Diretor-Geral da Comissão, afirmou que a Nigéria precisa tomar medidas em relação aos ativos digitais, observando que não pode se dar ao luxo de ser negligente na regulamentação dos mesmos.
Ele mencionou que uma supervisão robusta dos ativos digitais é necessária para proteger os investidores e construir confiança no sistema. "A regulamentação não se trata de restrição; trata-se de construir confiança, garantindo que a inovação sirva ao progresso e não à predação", disse Agama.
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