Investing.com - Apesar da desvalorização do dólar em agosto, o JPMorgan (NYSE:JPM) considera prematuro prever um futuro pessimista para a moeda americana.
“Há uma tendência crescente de diversificação fora do dólar”, reconhecem os analistas do banco, em nota de 4 de setembro, “porém, os fatores que fundamentam a supremacia da moeda são sólidos e de natureza estrutural.”
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O papel do dólar na economia global e as implicações de sua estabilidade econômica e financeira são sustentadas por mercados de capitais profundos e líquidos, um sistema jurídico estável e previsível, um compromisso com o regime de flutuação livre, um sistema financeiro eficaz e transparência institucional, adicionou a instituição.
Além disso, a confiança do setor privado no dólar como reserva de valor continua firme, além de ser a moeda mais utilizada globalmente, segundo diversos indicadores.
Contudo, “estamos observando uma maior diversificação e mudanças nas transações internacionais, devido às sanções contra a Rússia, aos esforços da China para promover o uso do iuan e à fragmentação geoeconômica”, informou o JPMorgan.
O risco mais significativo e subestimado, segundo o banco, é o crescente foco na autonomia de pagamentos e o interesse em desenvolver sistemas financeiros e mecanismos de pagamento alternativos que não dependam do dólar.
“Os riscos associados à desdolarização parecem exagerados, embora os fluxos transfronteiriços estejam se transformando significativamente dentro dos blocos comerciais e mercados de commodities, com um aumento na infraestrutura financeira alternativa para pagamentos globais”, comentou o banco.
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Já o Bank of America Securities (NYSE:BAC) antecipa dificuldades para a moeda pela frente.
"A liquidação do dólar no mês passado foi marcante em um contexto histórico", apontam analistas da Bank of America Securities em uma nota de 5 de setembro.
Apesar da estabilização recente, o banco ainda identifica três motivos para manter uma visão pessimista com o Índice Dólar (DXY).
Baseando-se em episódios anteriores de quedas acentuadas do DXY, o índice tendeu a prosseguir em sua tendência de baixa, observa o banco.
Nas últimas três comparações, o índice DXY caiu em média mais 4% antes de atingir um fundo. Estender essa análise para os pares bilaterais USD/G10 indica que a tendência de baixa do dólar é mais provável contra o euro, libra, dólar australiano do que contra o won sul-coreano, coroa norueguesa e franco suíço no G10.
Enquanto o DXY registrou uma nova mínima no ano até a data em agosto, os índices de comércio ponderado do dólar, tanto nominais quanto reais, permaneceram nos níveis do 4º trimestre de 2022, indicando que o USD ainda está sobrevalorizado.
A venda do dólar em 2024 concentrou-se no EUR/USD e outras moedas europeias, resultando na divergência do DXY de outros índices do dólar.
O banco também destacou a tendência de queda do rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos após o primeiro corte do Federal Reserve, enquanto as condições financeiras globais estão previstas para se tornarem mais flexíveis.
"O dólar pode enfrentar mais fraquezas, à medida que outros bancos centrais, especialmente aqueles que reduziram as taxas de juros antes do Fed, agora podem permitir que o Fed faça parte do trabalho pesado e, indiretamente, apoiem as economias globais fora dos EUA", acrescentou o BoA.
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