Baleia de Bitcoin liquida R$ 52 bilhões após 14 anos e movimenta o mercado

Um dos maiores eventos de realização de lucros da história do Bitcoin movimentou o mercado nesta semana.
Uma baleia da era Satoshi concluiu a venda de 80.202 BTC, arrecadando cerca de US$ 9,53 bilhões (aproximadamente R$ 52 bilhões) após manter os ativos intocados por 14 anos.
O preço médio de venda foi de US$ 118.834 por unidade.
A operação foi rastreada pelo Arkham Intelligence e divulgada pelo EmberCN, revelando que os fundos foram transferidos a partir de um endereço de Bitcoin antigo, terminado em “f4au0”.
Nos últimos três dias, o dono desse endereço executou uma série de transações, esvaziando totalmente sua carteira.
Galaxy Digital foi destino principal dos repasses bilionários
As movimentações começaram em 15 de julho, quando 40 mil BTC — avaliados em US$ 4,75 bilhões — foram transferidos.
Destes, 18.343 BTC (US$ 2,17 bilhões) tiveram como destino a Galaxy Digital, plataforma especializada em serviços institucionais e OTC (mercado de balcão) de Bitcoin.
No dia seguinte, a baleia movimentou mais 40.192 BTC, totalizando US$ 4,83 bilhões. Assim, o endereço liquidou todos os seus mais de 80 mil bitcoins acumulados desde os primórdios da criptomoeda.
De acordo com o Arkham, o montante completo foi transferido para corretoras, sinalizando a intenção clara de venda.
De US$ 132 mil a US$ 9,5 bilhões: um retorno de 72.000x
Esses bitcoins foram adquiridos em 2011, quando a criptomoeda valia cerca de US$ 1,64.
O total investido na época foi de “apenas” US$ 132 mil — o que torna esse movimento uma das maiores histórias de "HODL" (manter posição a longo prazo) já registradas. A valorização representa um retorno aproximado de 72.000%.
Na época, o Bitcoin ainda era pouco conhecido fora de fóruns especializados, como o Bitcointalk, e seu valor mal ultrapassava alguns centavos.
Em fevereiro de 2011, a criptomoeda superou a marca de US$ 1 pela primeira vez. Poucos meses depois, em junho, atingia US$ 29,60.
O comportamento dessa baleia, que segurou seus ativos por mais de uma década, contrasta fortemente com a recente atitude do governo alemão, que foi criticado por vender 54 mil BTC em meio ao atual ciclo de alta.
Como resultado, ele arrecadou cerca de US$ 3,51 bilhões — mas foi acusado de “mãos de alface” (tradução de "paper hands", expressão usada para quem vende cedo demais).
Histórico de preço do Bitcoin (BTC);
Fonte: Investopedia
Ondas de baleias antigas voltam a ocorrer em ciclos de alta
Esse caso não é isolado. Em 2023, outro endereço de Bitcoin inativo desde julho de 2010 — pertencente a um minerador que recebeu 50 BTC como recompensa — também movimentou os ativos para a Binance, registrando lucros superiores a US$ 3 milhões.
O reaparecimento dessas carteiras antigas costuma gerar especulação no mercado, com receio de que grandes liquidações possam afetar o preço da criptomoeda.
A reativação desses endereços geralmente coincide com períodos de forte valorização, como o que vivemos atualmente.
Um relatório da Fortune indica que ainda existem cerca de 1,75 milhão de carteiras de Bitcoin inativas há mais de 10 anos. Juntas, elas somam aproximadamente 1.798.681 BTC — o equivalente a US$ 121 bilhões, segundo os preços atuais.
Fonte: Fortune
Pressão de venda pesa sobre o preço do Bitcoin
A movimentação da baleia da era Satoshi coincide com um momento de leve correção nos preços do Bitcoin. Após atingir o pico histórico de US$ 122.838 na segunda-feira, a criptomoeda tem enfrentado dificuldades para manter o ritmo de alta.
No momento da redação, o BTC está cotado a US$ 118.606 — uma queda de 0,8% nas primeiras horas de negociação desta sexta-feira.
Dados da CoinGlass mostram que muitos traders continuam apostando na queda do ativo, com uma barreira de liquidação significativa em torno dos US$ 121.500.
Esse comportamento indica que há resistência técnica nessa região, e que muitos investidores estão buscando realizar lucros ou proteger posições, o que limita o avanço do preço no curto prazo.
Fonte: CoinGlass
Altseason impulsiona o mercado cripto, mas resistência em US$ 121 mil desafia BTC
Apesar da pressão de venda e do movimento da baleia, analistas seguem otimistas com o desempenho geral do mercado.
A chamada “altseason” — período em que as altcoins superam o Bitcoin em valorização — está em pleno andamento.
Tokens como XRP e Ethereum registraram rompimentos importantes. O XRP superou os US$ 3,70, marcando nova máxima histórica após o fim de sua disputa judicial com a SEC.
Já o Ethereum ultrapassou a barreira dos US$ 3.500 pela primeira vez em seis meses, impulsionado por aportes institucionais e crescimento da rede.
Para o Bitcoin, a análise técnica mostra que, se o ativo conseguir romper com força a resistência dos US$ 121 mil, poderá abrir caminho para um novo alvo em torno de US$ 132 mil.
Esse movimento, se confirmado, representaria mais uma etapa no atual ciclo de alta e poderia atrair ainda mais atenção institucional ao mercado.
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