Wall Street renova máximas com impulso de megacaps e temporada de balanços

Os mercados acionários norte-americanos começaram a semana em ritmo acelerado, com os principais índices registrando novos recordes históricos nesta segunda-feira (21/07).
O apetite por risco foi alimentado pela combinação de resultados corporativos positivos, otimismo com possíveis cortes de juros ainda em 2025 e avanços em negociações comerciais entre Estados Unidos e Europa.
Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq atingiram novas máximas impulsionados por gigantes da tecnologia e comunicações, ações específicas de setores como siderurgia, telecomunicações e energia também chamaram atenção com fortes movimentos.
Em contrapartida, empresas dos setores de biotecnologia e serviços médicos figuraram entre as principais quedas do dia.
A seguir, você confere um resumo completo dos movimentos do mercado americano nesta segunda-feira, com análise dos índices, destaques de ações, contexto macroeconômico e implicações para traders.
Índices renovam máximas com apoio de megacaps
O índice S&P 500 avançou 0,56% para 6.331,90 pontos, atingindo um novo pico histórico, apoiado pelo bom desempenho de empresas de grande capitalização e pela resiliência das expectativas de lucros no segundo trimestre.
Já o Nasdaq Composite subiu 0,71% e encerrou o dia em 21.042,87 pontos, também renovando máxima histórica.
O Dow Jones Industrial Average teve desempenho positivo, com alta de cerca de 0,5% (ganho de mais de 250 pontos), embora ainda abaixo de sua máxima de todos os tempos.
O movimento foi puxado principalmente por papéis de empresas como Nike, Verizon, Apple, Visa, Sherwin-Williams, Amazon e Home Depot, que subiram entre 1% e 3%.
Fonte: Google Finance
Gigantes e novas estrelas lideram o pregão
Entre os maiores destaques do dia esteve a Block Inc., ex-Square, que disparou cerca de 8% após o anúncio de que suas ações passarão a compor o índice S&P 500, substituindo a Hess.
Esse tipo de inclusão normalmente atrai fluxos de fundos passivos, o que contribui para a valorização acelerada do ativo.
Outro destaque foi a Verizon (VZ), que subiu 4,7% após divulgar um lucro trimestral acima das expectativas e elevar suas projeções para o ano.
O desempenho da gigante das telecomunicações ajudou a impulsionar o setor como um todo, reforçando a leitura de que o consumo e a demanda por serviços continuam resilientes.
Na indústria, a Cleveland-Cliffs (CLF) avançou impressionantes 14% após divulgar lucros robustos e se beneficiar da possibilidade de novas tarifas de importação para produtos siderúrgicos concorrentes.
O cenário de proteção comercial impulsionou a ação, que já vinha em tendência de alta desde o início da temporada de balanços.
Fonte: Google Finance
Quedas pontuais afetam biotechs e consumo
Apesar do tom positivo geral, algumas ações registraram quedas significativas.
A Sarepta Therapeutics (SRPT) caiu cerca de 4% após a FDA suspender temporariamente testes clínicos relacionados à sua terapia genética para distrofia muscular, batizada de Elevidys.
A notícia gerou cautela entre investidores e pressionou o setor de biotecnologia como um todo.
Outro destaque negativo foi a Bruker Corp., que recuou aproximadamente 12% após divulgar um resultado abaixo das expectativas, principalmente no segmento de equipamentos científicos.
O papel liderou as perdas no índice S&P 500 nesta segunda-feira.
A rede de pizzarias Domino’s Pizza também registrou leve queda, mesmo após reportar crescimento nas vendas. O mercado reagiu mal ao lucro líquido abaixo das projeções, demonstrando sensibilidade elevada durante a temporada de resultados.
Fonte: Google Finance
Contexto macro: juros, tarifas e balanços no centro das atenções
No campo macroeconômico, o dia foi marcado por maior confiança dos investidores na possibilidade de o Federal Reserve iniciar o ciclo de corte de juros já em setembro.
As probabilidades implícitas nos mercados futuros apontam para uma chance de cerca de 60%, reforçada por dados recentes de inflação mais branda e comentários de membros do banco central.
Por outro lado, o noticiário geopolítico voltou a pressionar os mercados, ainda que de forma moderada.
Reportagens sugerem que os EUA estudam impor novas tarifas de até 30% sobre importações da União Europeia e México, como parte de um movimento mais amplo de proteção à indústria doméstica. A Comissão Europeia já sinalizou que pode adotar medidas retaliatórias, elevando os riscos de uma nova rodada de tensões comerciais.
Apesar disso, o otimismo em torno da temporada de balanços corporativos tem prevalecido.
Até agora, mais de 85% das empresas do S&P 500 que divulgaram resultados superaram as estimativas de lucro, segundo dados da FactSet.
Esse desempenho acima da média tem ajudado a sustentar a valorização dos índices, especialmente o Nasdaq, liderado pelas chamadas "Magnificent Seven".
O que esperar nos próximos dias
A semana segue movimentada, com diversos eventos no radar dos investidores:
Temporada de balanços: nomes de peso como Alphabet (Google), Tesla, Intel, Coca-Cola, IBM, Visa e Meta Platforms divulgarão seus resultados nos próximos dias. A performance dessas empresas pode definir o tom do mercado no curto prazo.
Dados econômicos: o mercado acompanha indicadores de atividade industrial, novas solicitações de seguro-desemprego e PMI de serviços.
Desenvolvimentos geopolíticos: qualquer nova sinalização sobre tarifas comerciais, especialmente se envolverem China, UE ou México, pode gerar volatilidade imediata.
Para os traders: onde estão as oportunidades?
O cenário atual oferece múltiplas oportunidades para traders atentos ao momento técnico e ao fluxo de notícias:
Setups de rompimento: ações como Block e Cleveland-Cliffs mostram padrão claro de continuação de alta, com bom volume e momentum.
Volatilidade em biotechs: nomes como Sarepta devem continuar voláteis diante da incerteza regulatória. Podem gerar oportunidades para operações de curto prazo, desde que bem protegidas por stops.
Rotações setoriais: a força relativa de setores como telecomunicações, tecnologia e consumo pode indicar preferência institucional nesses segmentos.
Cautela com small caps: embora o índice Russell 2000 tenha acompanhado o movimento geral, seu desempenho segue inferior ao do S&P e Nasdaq, indicando menor convicção.
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