Ações americanas renovam recordes apesar de tensões comerciais; Netflix e Talen roubam os holofotes

O mercado de ações dos Estados Unidos encerrou esta sexta-feira (18/07) com mais uma rodada de máximas históricas, mesmo diante de novos riscos geopolíticos
Os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam em alta impulsionados por dados econômicos positivos, apostas em cortes de juros e uma enxurrada de resultados corporativos melhores do que o esperado.
No radar dos investidores, estiveram empresas como Netflix, Charles Schwab, Talen Energy, American Express, Norfolk Southern e Chevron, que movimentaram o mercado com balanços fortes, aquisições bilionárias e rumores de fusões estratégicas.
Já o índice Dow Jones destoou do restante do mercado, pressionado por notícias de possíveis novas tarifas comerciais contra a Europa.
A seguir, você confere os principais destaques que movimentaram o pregão e o que traders devem observar nos próximos dias.
Fonte: Google Finance
Netflix supera expectativas, mas ação recua
A Netflix (NFLX) registrou um lucro líquido 46% maior do que no mesmo trimestre do ano passado, com destaque para o crescimento de assinantes e a força de franquias como Squid Game.
A receita anualizada deve atingir US$ 45,2 bilhões, segundo as projeções atualizadas da empresa.
Apesar do desempenho robusto, os papéis da companhia caíram mais de 5% no pregão, com parte do mercado realizando lucros e ponderando o valuation elevado da ação após meses de forte valorização
O recuo também refletiu o nível de expectativa que já estava precificado.
Para traders, a volatilidade pós-earnings abre espaço para operações de curto prazo, especialmente se o papel encontrar suporte técnico em torno das mínimas recentes.
Fonte: Google Finance
Charles Schwab impressiona com captação e ativos sob gestão
O banco e corretora Charles Schwab (SCHW) também divulgou resultados acima do esperado.
O lucro por ação ficou em US$ 1,14 (vs. US$ 1,10 esperados), com receitas de US$ 5,9 bilhões.
O número de novos clientes subiu 11%, totalizando 37,5 milhões, e os ativos sob gestão bateram novo recorde em US$ 10,76 bilhões.
As ações da empresa subiram cerca de 3% no dia, refletindo a confiança dos investidores no crescimento contínuo da base de clientes, sobretudo em um cenário de juros possivelmente mais baixos nos próximos trimestres.
Fonte: Google Finance
American Express mostra força, mas ações recuam
A American Express (AXP) reportou um crescimento de 20% nas receitas com cartões de crédito e superou as expectativas de lucro.
Ainda assim, os papéis fecharam em leve queda, refletindo cautela do mercado com a possível deterioração do crédito ao consumidor nos próximos meses.
A performance da AXP mostra que o consumo americano continua resiliente, mas o setor financeiro permanece sensível ao comportamento dos juros e à inadimplência.
Talen Energy dispara com aquisição bilionária em infraestrutura de IA
As ações da Talen Energy (TLN) subiram 25% após a empresa anunciar a compra de duas usinas termelétricas a gás natural por US$ 3,5 bilhões.
O movimento faz parte da estratégia da companhia de reforçar sua atuação em infraestrutura energética para data centers e projetos de inteligência artificial — um dos setores mais aquecidos de 2025.
Com essa aquisição, a Talen se posiciona como fornecedora estratégica de energia para empresas de tecnologia que necessitam de alta disponibilidade e estabilidade elétrica.
O movimento também coloca o papel no radar de investidores que buscam exposição indireta ao boom da IA.
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Rumores de fusão impulsionam Norfolk Southern
O setor ferroviário voltou aos holofotes depois que circularam rumores de uma possível fusão entre a Norfolk Southern (NSC) e a Union Pacific, o que poderia resultar na criação da maior operadora ferroviária dos Estados Unidos.
Os papéis da Norfolk subiram até 5% com a notícia, embora o negócio ainda esteja em estágios iniciais e sem confirmação oficial.
Para o mercado, esse tipo de operação sinaliza uma tendência de consolidação em setores tradicionais, com potencial de ganho de eficiência e sinergias.
Chevron avança em aquisição da Hess, mas ação recua
A gigante petrolífera Chevron (CVX) recebeu autorização de um painel de arbitragem para seguir com a aquisição da Hess Corporation, avaliada em US$ 53 bilhões.
A operação vinha sendo contestada por parceiros da Hess em projetos internacionais, mas a decisão abre caminho para a conclusão do negócio.
Apesar do avanço estratégico, os papéis da Chevron recuaram levemente no pregão, o que pode indicar preocupação com o impacto financeiro da transação no curto prazo.
Tensão comercial retorna ao radar com ameaça de tarifas
Um dos poucos fatores negativos do dia veio da política.
De acordo com reportagens da imprensa americana, o presidente Donald Trump estaria cogitando impor novas tarifas de 15% a 20% sobre importações da União Europeia caso volte à Casa Branca em 2025.
A notícia afetou principalmente o índice Dow Jones, que caiu cerca de 250 pontos no momento da divulgação.
Esse tipo de sinalização reacende temores de guerra comercial e pode trazer mais volatilidade ao mercado nos próximos meses.
Expectativas de corte de juros sustentam apetite por risco
Apesar das tensões comerciais, o sentimento predominante entre os investidores ainda é de otimismo.
O índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan surpreendeu positivamente, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro americano recuaram, indicando aposta em cortes de juros ainda neste ano.
O diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, reforçou essa expectativa ao afirmar que um corte já em setembro está "claramente sobre a mesa", desde que os dados de inflação continuem cooperando.
O que observar nos próximos dias
Temporada de balanços: continuam os resultados de grandes bancos e empresas de tecnologia. Fique atento a Amazon, Tesla, e Intel.
Indicadores macro: PMI industrial e de serviços, dados de desemprego e inflação PCE nos EUA.
Política monetária: discursos de membros do Fed e novas projeções sobre o corte de juros em setembro.
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