“Brasil está de volta ao fundo do pelotão”, lamenta Robin Brooks

Investing.com – Após apontar nesta semana o real como uma das moedas com pior performance do ano na comparação com as de outros mercados emergentes, Robin Brooks afirmou nesta quarta-feira, 24, que o Brasil está “de volta ao fundo do pelotão”. O economista lamentou o fato, pois considera o país como um “grande exportador de commodities e um dos maiores mercados, considerando os mercados emergentes”.
Brooks já foi economista-chefe do Instituto Internacional de Finanças (IIF) e estrategista-chefe do Goldman Sachs (NYSE:GS), conhecido nas redes sociais de “Careca do Goldman”, apesar de não ocupar mais cargo no banco. Brooks defendeu no passado que o valor justo para dólar frente ao real era de R$4,5, e vinha divulgando sua opinião positiva em relação ao país, já tendo afirmado anteriormente que “a década perdida do Brasil acabou”, que esta seria "a terra dos sonhos" e que o país era “a Suíça dos trópicos”. Em suas comparações, Brooks afirmava que os os superávits consistentes em sua balança comercial desde a década 2000 indicavam que o país poderia ser a “nova Suíça”.
“Em 2021 - quando comecei a falar sobre o valor justo de 4,50 para $/BRL - o Real do Brasil foi massivamente derrotado em relação a todas as outras moedas. Estamos de volta a isso agora”, destacou o economista em publicação na rede social X.
Nesta semana, o economista também usou suas redes sociais para avaliar que o desempenho negativo do real neste ano não faria sentido, em seu entendimento. “As três moedas de mercados emergentes com pior desempenho neste ano são Turquia, Argentina e Brasil”, comparou Brooks em outra publicação recente.
“Não há absolutamente nada que possa justificar que o Brasil esteja neste grupo. O Brasil é um grande exportador de commodities com grande vento favorável dos preços elevados das commodities. Uma ferida autoinfligida”, disse Brooks.
Mercado com visão pessimista sobre o real
O mercado vem revisando para pior suas projeções de dólar frente ao real. Economistas consultados pelo Banco Central no Boletim Focus enxergam a moeda americana a R$5,30 ao final do ano, piorando as expectativas, enquanto as de 2025 e 2026 foram revisadas para R$5,23.
De acordo com o gestor do fundo Verde Luis Stuhlberger, o câmbio depreciado deve continuar, conforme apontado em entrevista ao jornal Valor Econômico. De acordo com a publicação, o posicionamento do governo a respeito dos gastos públicos é problemática e a mudança na gestão do Banco Central também uma das fontes de preocupação.
Possíveis ingerências na atuação da autoridade monetária, que é considerado autônomo atualmente, poderiam levar o dólar a R$7, em sua visão, comparando a situação ao período de Alexandre Tombini no BC na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
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