França pode estar a caminho de “difícil retorno à realidade” – ING
Investing.com – Com déficits fiscais robustos e dívida elevada, o que compromete o potencial de crescimento, o cenário econômico é complicado para a França, que realiza eleições a partir do final deste mês, sendo que partidos com visões opostas pretendem equalizar estes problemas – ou pelo menos mitigá-los. Relatório divulgado pelo ING Economics nesta semana afirma que a França “pode estar caminhando para um difícil retorno à realidade”.
“Não é de surpreender que a Comissão Europeia proponha colocar a França (juntamente com outros quatro países) sob Procedimentos de Défice Excessivo (PDE)”, ressalta o ING, ao acreditar que a situação política do país deve ser complicada e os indicativos não sugerem a nomeação de um primeiro-ministro favorável ao presidente.
“Qualquer desejo de romper com o passado irá provavelmente esbarrar na realidade dos números. E isto poderá acontecer muito rapidamente, uma vez que se espera que o Conselho Europeu confirme a proposta da Comissão de colocar a França sob o PDE até meados de julho, e o país terá de propor uma trajetória de ajuste fiscal até 20 de setembro”, completa o ING.
Eleições na França
As eleições legislativas devem escolher, entre 30 de junho e 7 de julho, os 577 deputados que vão atuar no Parlamento francês. O partido União Nacional, de extrema direita, lidera as pesquisas até o momento.
O União Nacional ainda não publicou um programa orçamentário com detalhes, mas Jordan Bardella avalia ser necessário ter uma postura de racionalidade e realizar uma auditoria nas finanças, incluindo no sistema de segurança social de França, antes de realizar medidas mais robustas.
O bloco do atual primeiro-ministro, Gabriel Attal, tende a indicar no seu programa, que deve ser divulgado na próxima semana, temas voltados à busca de maior equilíbrio nas contas públicas, com medidas para elevar a arrecadação e corte de gastos.
O primeiro-ministro é nomeado pelo presidente da França, mas requer maioria na Assembleia Nacional para governar.
“Se os deputados apresentarem e votarem uma moção de censura contra o governo, o primeiro-ministro é obrigado a demitir-se. O presidente pode “contra-atacar” declarando uma nova dissolução da Assembleia. Mas atenção, isso não pode ser feito no prazo de um ano após o anterior (junho de 2025)”, esclarece o ING.
No início deste mês, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que dissolveria o parlamento da França e convocaria eleições legislativas, depois de derrota nas eleições europeias pelo partido de extrema-direita de Marine Le Pen.
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