Opep vive dilema com enfraquecimento da demanda mundial de petróleo

Investing.com – A demanda mundial de petróleo segue em baixa, segundo a Bernstein, o que cria um “dilema” para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em vista do possível excesso de oferta no próximo ano.
As estimativas mais recentes da Agência Internacional de Energia (AIE) revisaram a demanda para baixo em 0,2 milhões de barris por dia, totalizando 102,8 milhões de barris/dia, o que implica um crescimento de apenas 0,8 milhões de barris/dia, de acordo com a Bernstein.
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Essa cifra é equiparada ao crescimento da oferta de países fora da Opep, que se mantém em 0,9 milhões de barris/dia, sem alteração.
A demanda da China tem sido especialmente fraca, com o crescimento sendo continuamente revisado para baixo, de 0,7 milhões de barris/dia no início do ano para os atuais 0,1 milhões de barris/dia.
O grau de queda adicional na demanda dependerá de ações mais contundentes da China em termos de estímulos econômicos, embora os sinais até o momento permaneçam incertos.
"À medida que nos aproximamos de 2025, estamos preocupados com o excesso de oferta de petróleo no próximo ano, que reduziria a demanda por petróleo da Opep em 0,9 milhões de barris/dia", afirmaram analistas da Bernstein em nota de 16 de outubro.
"O dilema da Opep é que, para manter os preços atuais, provavelmente precisarão cortar a produção. Porém, com a capacidade ociosa já em níveis elevados, isso está longe de ser o cenário ideal para a Opep."
Recentemente, membros da Opep discutiram a reversão dos cortes, embora isso possa ser uma estratégia para manter a disciplina entre os membros, segundo a Bernstein.
Neste momento, um aumento na produção da Opep até o final do ano parece improvável, mas essa é provavelmente a principal preocupação de curto prazo para os investidores do setor de petróleo.
"Embora os fundamentos não sejam favoráveis para o Brent, os riscos geopolíticos continuam a ser o principal fator de alta que não pode ser completamente ignorado", acrescentou a Bernstein.
"Com as ações precificando o Brent a US$ 70 por barril, acreditamos que o petróleo negociará entre US$ 60 e US$ 80 por barril no curto prazo. Embora o Brent possa ter média de US$80 por barril em 2024, US$70 por barril parece mais provável no próximo ano com base nos fundamentos", concluiu a Bernstein.
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