S&P 500 fecha em alta modesta com destaque para ações de construtoras

O mercado de ações dos Estados Unidos apresentou desempenho misto nesta terça-feira (22/07), refletindo a cautela dos investidores diante dos balanços corporativos mais recentes e da expectativa em torno dos resultados das big techs, que serão divulgados a partir de amanhã.
O índice S&P 500 avançou 0,1% e registrou novo recorde de fechamento pelo segundo dia consecutivo. O Dow Jones subiu 0,4%, enquanto o Nasdaq recuou 0,4%, encerrando uma sequência de seis altas seguidas e marcando sua primeira queda em mais de uma semana.
Entre os destaques do pregão, a IQVIA Holdings (IQV) liderou os ganhos do S&P 500, com valorização de 18%. A empresa de soluções em dados e pesquisa clínica superou as expectativas de lucro e receita no segundo trimestre e ainda elevou suas projeções para o ano.
Segundo a companhia, colaborações estratégicas e o avanço no uso de inteligência artificial — com mais de 50 agentes de IA em desenvolvimento para o terceiro trimestre — impulsionaram seu desempenho no setor de ciências da vida.
Já o setor de construção residencial também se destacou positivamente: a D.R. Horton (DHI) e a PulteGroup (PHM) divulgaram resultados trimestrais acima das estimativas e registraram altas de 17% e 12%, respectivamente.
Apesar do bom desempenho, ambas reconheceram que a confiança dos compradores segue abalada por taxas de hipoteca elevadas e tarifas que pressionam a acessibilidade. A Lennar (LEN) também avançou mais de 8%.
Fonte: Google Finance
Lockheed Martin (LMT) lidera perdas após prejuízo bilionário
Na ponta oposta do pregão, a Lockheed Martin (LMT) teve o pior desempenho entre as ações do S&P 500, com queda de quase 11%.
A gigante do setor de defesa revelou perdas de US$ 1,6 bilhão relacionadas a um programa aeronáutico confidencial e a um projeto internacional de helicópteros. A receita trimestral ficou abaixo das expectativas do mercado, e a empresa ainda reduziu sua previsão de lucro para o restante do ano.
Enquanto isso, a Northrop Grumman (NOC), concorrente da Lockheed, subiu 9,4% após divulgar resultados positivos. A demanda crescente por aeronaves militares e sistemas de defesa — impulsionada por tensões geopolíticas — foi o principal fator para o bom desempenho da empresa.
A Northrop também pode ser beneficiada pelo aumento no orçamento militar proposto pelo presidente Donald Trump, com foco em mísseis de alta tecnologia e drones.
Outras empresas enfrentaram dificuldades: a Philip Morris (PM) caiu 8,4% após registrar receita trimestral abaixo do esperado, reflexo da queda contínua na demanda por cigarros.
Apesar de ter elevado sua projeção de lucro ajustado para o ano, a companhia reduziu as expectativas para o volume de remessas de cigarros e produtos sem fumaça.
Já a MSCI (MSCI), provedora de dados financeiros e índices de mercado, mesmo com resultados trimestrais superiores às projeções graças ao crescimento em receitas recorrentes e taxas sobre ativos, viu suas ações recuarem cerca de 9%.
Fonte: Google Finance
Grandes expectativas com Big Techs e política comercial limitam movimentos do mercado
Apesar do avanço tímido do S&P 500, investidores seguem otimistas com os próximos balanços das gigantes de tecnologia. As ações da Tesla e da Alphabet subiram na véspera da divulgação de seus resultados trimestrais, enquanto outras como Meta Platforms e Microsoft encerraram o dia em queda.
A expectativa gira em torno dos investimentos pesados em inteligência artificial, que têm impulsionado a valorização das empresas mais valiosas de Wall Street.
Segundo Ross Mayfield, analista da Baird, o mercado passa por uma fase de consolidação, aguardando catalisadores importantes, como a temporada de balanços das “Magníficas Sete” e o prazo final para tarifas comerciais.
O ambiente macroeconômico também continua a influenciar os mercados. Após dados econômicos mistos na semana anterior, as apostas de que o Federal Reserve cortará os juros na reunião da próxima semana praticamente desapareceram.
No entanto, há cerca de 60% de probabilidade de uma redução em setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.
Outro fator de incerteza é a política comercial do governo Trump. O presidente impôs um prazo até 1º de agosto para que diversos países cheguem a acordos comerciais com os EUA, alimentando temores sobre novas tarifas.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que se reunirá com autoridades chinesas na próxima semana, enquanto negociações com a Índia estão estagnadas e a União Europeia avalia medidas de retaliação.
Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.
Os Contratos por Diferença (CFDs) são produtos alavancados que podem resultar na perda de todo o seu capital. Esses produtos não são adequados para todos os clientes; por favor, invista com rigor. Consulte este arquivo para obter mais informações.