Bancos Centrais passam por caminhos distintos na direção de política neutra
Investing.com – A inflação do período pós-pandemia e o acirramento com a crise em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia levaram autoridades monetárias de todo o mundo a revisar suas políticas monetárias com aumentos sucessivos nos juros. Agora, os Bancos Centrais têm caminhos diferentes para retornar à uma política neutra.
Nos Estados Unidos, o mercado entende que o primeiro passo pode ser dado em setembro, mas ainda há muita incerteza sobre o início do ciclo de cortes, com um mercado de trabalho resiliente e falta de confiança da autoridade monetária de que a inflação esteja convergindo à meta de forma sustentável.
“As projeções para o nível apropriado de longo prazo para a taxa dos fundos federais aumentaram para 3% quando se olha para o ponto médio das projeções de tendência central. Com uma meta de taxa de fundos federais de 5,25% a 5,5%, o caminho para a neutralidade passa por cortes nas taxas”, destaca o grupo suíço Julius Baer em nota enviada ontem ao mercado.
David Kohl, economista-chefe do Julius Baer, entende que a moderação na inflação tende a levar a um corte nos juros pelo Federal Reserve em setembro em 0,25 ponto percentual, e outro em dezembro. Além disso, Kohl espera três reduções no próximo ano.
“Se a economia dos EUA continuar a lidar com este lento relaxamento da política monetária, bem como digeriu o aperto passado, vemos boas chances de que as estimativas de uma política neutra continuem a subir dos atuais 3% para 4%”, completa.
Outros Bancos Centrais caminhando para neutralidade
Enquanto isso, o Banco Nacional Suíço (SNB, na sigla em inglês) parece estar próximo de uma política neutra, completa em nota o Julius Baer, que acredita em um corte na taxa de juros na decisão de quinta, ainda que ressalte incerteza considerável se o patamar atual já seria neutro. Na última decisão, os juros passaram de 1,75% para 1,50%. O consenso indica corte para 1,25%.
“A recente força do CHF em resposta à incerteza política na França após a convocação de eleições antecipadas aumenta a confiança na nossa previsão de um corte nas taxas esta semana, uma vez que o SNB não precisa de se preocupar com a fraqueza prolongada do CHF devido às taxas mais baixas”, avalia Kohl.
Já o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) teria adotado uma postura mais cautelosa e, segundo o Julius Baer, o caminho para a neutralidade incluiria taxas mais elevadas e diminuição das compras de ativos.
“A trajetória do Banco do Japão (BoJ) rumo a uma política neutra é implementada através da anulação da sua política monetária expansionista, o que significa aumentar gradualmente as taxas de juros do nível atual de 0,1% e acabar com as compras de títulos de dívida pública”, avalia o Julius Baer, ao recordar que, na semana passada, a autoridade monetária japonesa manteve os juros inalterados e indicou que um plano para reduzir as compras deve ser anunciado em julho.
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