Fed corta juros e Bitcoin patina, mas Ethereum dispara 7% com baleias comprando US$ 3 bilhões
- Ouro cai com a recuperação do dólar americano após mais de um mês em baixa; queda parece limitada
- Bitcoin (BTC) oscila em US$ 90 mil e Bernstein decreta fim do ciclo de 4 anos; 'Strategy' compra US$ 962 mil
- Com uma oferta submersa inferior a 30%, a movimentação do preço Bitcoin agora se assemelha assustadoramente ao início de 2022.
- Bitcoin (BTC) pausa em US$ 92 mil; Baleias movem BTC para Binance e sinalizam risco de venda
- O ouro amplia a variação enquanto os operadores aguardam a decisão do FOMC para obter impulso direcional
- Ouro sobe em meio a apostas dovish do Fed e riscos geopolíticos; falta convicção otimista

O Federal Reserve confirmou as expectativas majoritárias do mercado nesta quarta-feira ao aprovar um corte de 25 pontos-base na taxa de juros americana. Esta foi a terceira redução realizada neste ano, alinhada com o que a maioria dos investidores já havia precificado nos ativos de risco.
O Bitcoin (BTC) tentou antecipar o movimento com um rali típico pré-FOMC, chegando a superar a marca de US$ 94.000 na segunda-feira. No entanto, a reação pós-decisão enfrenta o risco de um evento do tipo "sobe no boato, cai no fato", dado o tom adotado pelo banco central.
Fonte: CoinMarketCap
A mídia especializada e diversos analistas classificaram o corte como "hawkish" (duro). A votação do comitê, encerrada em um placar dividido de 9 a 3, sinalizou que os membros do Fed permanecem preocupados com a resiliência da inflação nos Estados Unidos.
A divisão interna sugere que o ritmo de crescimento econômico e a velocidade de futuros cortes de juros podem desacelerar significativamente em 2026. Diante desse cenário macroeconômico incerto, o Bitcoin pode permanecer lateralizado até que um novo catalisador de momentum surja.
Bitcoin preso em "faixa frágil" e perdas realizadas
A análise técnica e on-chain aponta para riscos estruturais imediatos para a maior criptomoeda do mercado. Segundo dados da Glassnode, o Bitcoin permanece preso em uma faixa considerada "estruturalmente frágil" abaixo de US$ 100.000.
A ação de preço está atualmente comprimida entre duas métricas críticas: o custo base dos detentores de curto prazo, situado em US$ 102.700, e a "Média Real de Mercado" (True Market Mean), que serve como suporte em US$ 81.300.

Preço realizado e média real de mercado do Bitcoin. Fonte: Glassnode.
As condições da rede mostram sinais de deterioração técnica. A demanda por contratos futuros está diminuindo e há uma pressão de venda persistente que impede o ativo de romper a barreira psicológica dos seis dígitos, frustrando os otimistas.
Um dado alarmante é o volume de perdas realizadas, que saltou para US$ 555 milhões por dia. Esse é o nível mais alto de prejuízo assumido por investidores desde o colapso da corretora FTX em 2022, sinalizando um estresse agudo entre os participantes mais recentes.
Ethereum desperta e recupera média de 50 semanas
Enquanto o Bitcoin luta contra resistências técnicas e divergências nos futuros, o Ethereum (ETH) sinaliza um descolamento positivo importante. O ativo subiu cerca de 7% no último dia, sendo negociado acima de US$ 3.323.

Fonte: CoinMarketCap
O movimento foi tecnicamente decisivo, pois permitiu ao ativo recuperar sua média móvel (MA) de 50 semanas, situada próxima aos US$ 3.300. Esse indicador é observado de perto por analistas técnicos como um divisor de águas entre tendências de baixa e alta.
Dados de plataformas de análise gráfica mostram que o par ETH/USD encontrou um fundo sólido no suporte de US$ 2.800 antes de iniciar essa recuperação de 20%. O rompimento confirma a força compradora na região.
A retomada da média móvel exponencial (EMA) de 50 semanas aumenta estatisticamente a probabilidade de uma subida mais íngreme. Históricos anteriores mostram que o ETH tende a disparar quando fecha consistentemente acima dessa linha no gráfico semanal.
Entre outubro de 2023 e março de 2024, por exemplo, a altcoin valorizou 147% após um movimento técnico similar. No terceiro trimestre de 2025, o ganho foi de 97% sob as mesmas condições, o que anima os investidores para o fim do ano.
Analistas projetam alvos em US$ 4.000 e US$ 5.000
O otimismo tomou conta das análises de curto prazo. Investidores e analistas gráficos apontam que manter essa média é a chave para buscar a área dos US$ 4.000, rompendo a estrutura de baixa que predominou nos últimos meses.
O trader conhecido como StockTrader_Max projetou que, se os touros conseguirem transformar a média de 200 dias (atualmente em US$ 3.500) em suporte, o caminho estaria livre para testar a máxima histórica.
"Uma vez que essa área vire suporte, a máxima histórica (ATH) em US$ 5.000 se torna o próximo alvo", afirmou o analista. Outros observadores notam que o ETH encerrou sua tendência de baixa de cinco meses contra o Bitcoin, projetando ganhos relativos expressivos.
Baleias acumulam US$ 3 bilhões enquanto varejo vende
O otimismo técnico é fortemente respaldado por dados on-chain de fluxo de "dinheiro inteligente". Relatórios da Santiment destacaram que o Ethereum apresenta um padrão de acumulação agressivo por parte de baleias e "tubarões".
Nas últimas três semanas, esses grandes investidores acumularam cerca de 934.240 ETH. Esse montante equivale a aproximadamente US$ 3,15 bilhões nas cotações atuais, retirando uma oferta massiva de circulação.

Baleias de Ethereum detentoras de 100+ ETH. Fonte: Santiment.
Esse movimento contrasta nitidamente com o comportamento dos pequenos detentores (varejo), que venderam suas posições na última semana. O cenário desenha uma clássica transferência de riqueza de "mãos fracas" para investidores de longo prazo.
Dados da CryptoQuant corroboram essa visão, mostrando que carteiras com saldo entre 10 mil e 100 mil ETH atingiram níveis recordes de balanço. O interesse institucional também voltou a aparecer via produtos regulados.
Os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Ethereum registraram entradas líquidas de US$ 177 milhões na terça-feira. Este foi o maior volume de inflows desde 28 de outubro, sinalizando apetite renovado de Wall Street.
Além disso, o "Coinbase Premium Index" — uma métrica que mede a diferença de preço entre a Coinbase e corretoras offshore — voltou a ficar positivo. Isso indica o retorno da demanda direta de investidores americanos, um combustível essencial para sustentar a alta.
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