Na quinta-feira, a Casa Branca anunciou novos acordos-quadro com a Argentina, Guatemala, El Salvador e Equador para reduzir as tarifas sobre uma série de itens importados que os EUA não conseguem produzir internamente em quantidades suficientes.
Autoridades americanas afirmaram que a medida visa reduzir os preços do café, do chocolate e das bananas. Vale ressaltar que as autoridades não forneceram uma data nem uma estimativa do valor do alívio que os consumidores receberiam.
O Índice de Preços ao Consumidor de setembro de 2025 mostra que, durante o ano anterior, os preços do café aumentaram 18,9%, os da banana 6,9% e os da carne bovina 14,7%.
A Associação Nacional do Café relata que 99% do café consumido nos EUA é importado, grande parte proveniente do Brasil. Trump impôs uma alta taxa de 50% sobre o Brasil durante o verão, citando o processo criminal contra o ex-dent Jair Bolsonaro. A Colômbia, uma grande exportadora de café, está sujeita a uma taxa de 10%.
Segundo o portal de notícias USA Today, Trump e seus associados atribuíram o aumento de preços aos gastos do governo Biden.
Segundo um documento informativo da Casa Branca, os acordos preveem que Washington elimine as tarifas recíprocas sobre vestuário e produtos têxteis de El Salvador e da Guatemala, originárias do Tratado de Livre Comércio entre a República Dominicana e a América Central (DR-CAFTA). O documento afirma que a eliminação das tarifas recíprocas impulsionará o crescimento das cadeias de suprimentos têxteis e de vestuário.
Além disso, os EUA se beneficiarão da indústria têxtil, bem como da prosperidade econômica de El Salvador e da Guatemala.
No âmbito da declaração conjunta sobre o quadro do acordo EUA-El Salvador sobre comércio e investimento recíprocos, El Salvador reforçou seu compromisso com a defesa dos direitos trabalhistas reconhecidos internacionalmente. El Salvador proibirá a importação de produtos fabricados com trabalho forçado ou coagido.
De acordo com o acordo, a Argentina deixará de estar sujeita à tarifa recíproca sobre recursos naturais específicos indisponíveis e artigos não patenteados para uso em aplicações farmacêuticas.
A ficha informativa da Casa Branca afirmou que agricultores, pecuaristas, pescadores, pequenas empresas e fabricantes nos EUA se beneficiarão dos acordos, aumentando suas exportações para esses parceiros comerciais e expandindo suas opções comerciais.
Vale destacar que o alto funcionário do governo comentou que a tarifa recíproca de 10% imposta no "Dia da Libertação" de abril continuará a ser aplicada à Guatemala, El Salvador e Equador. A tarifa recíproca de 15% do Equador não sofreu alterações.
O comunicado de imprensa da Casa Branca afirmou que os acordos de comércio recíproco para "a maioria desses países" serão assinados e divulgados nas próximas duas semanas. O Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, confirmou que a Guatemala e El Salvador já concedem tratamento substancial de isenção de tarifas aos EUA.
O acordo-quadro anunciado na quinta-feira surge após a Casa Branca ter anunciado acordos-quadro semelhantes durante a viagem de Trump à Ásia. Além disso, países como o Vietname e a Tailândia publicaram acordos abrangentes sobre comércio recíproco com a Malásia e o Camboja.
A Suíça está em negociações comerciais com o governo Trump. As negociações ocorrem após a imposição de uma tarifa de 39% sobre produtos suíços em agosto. O Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que representantes suíços se reuniram com o governo na Casa Branca na quinta-feira.
Greer afirmou que as autoridades suíças delinearam um plano para reduzir e eliminar o superávit comercial com os Estados Unidos. Ele acrescentou que as autoridades americanas previam reduções significativas tanto nas barreiras não tarifárias quanto nas tarifas suíças sobre produtos americanos.
Segundo dados do Departamento do Censo dos EUA, a Suíça registrou um superávit comercial de US$ 38,3 bilhões com os EUA em 2024. Esse superávit aumentou para US$ 55,7 bilhões em 2025, até julho. O aumento do superávit resultou da antecipação das exportações suíças para os EUA no primeiro trimestre, antes da aplicação das tarifas "recíprocas" de Trump no início de abril.
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