De acordo com a Bloomberg, a Kraken adquiriu a Backed Finance, uma plataforma suíça que transforma ativos do mundo real em tokens criptográficos negociáveis.
Essa aquisição dá à Kraken mais controle sobre ações e ETFs tokenizados que já são negociados em sua plataforma e sinaliza seu plano de se aprofundar na negociação de ações 24 horas por dia, 7 dias por semana, impulsionada pela tecnologia blockchain.
A Backed emite tokens criptográficos que espelham ações e ETFs. Eles são lastreados um para um pelos títulos reais, de modo que, quando alguém compra uma ação tokenizada, ela está vinculada ao ativo real mantido sob custódia.
A Kraken não divulgou o valor pago pela aquisição da empresa, mas Arjun Sethi, co-CEO da Kraken, afirmou que o objetivo não é seguir modismos. "Enquanto todos falam sobre ações tokenizadas, nós simplesmente estamos fazendo isso", disse Arjun. "Estamos focados em investimentos de longo prazo, não em modismos."
A plataforma já lista vários dos ativos da Backed, mas uma aquisição completa permite que ela integre esses produtos ao seu sistema principal.
A Backed é a segunda maior plataforma que oferece ações tokenizadas atualmente, com cerca de 23% do mercado, tracmais de 60 ações e ETFs tokenizados sob o nome xStocks.
Essas criptomoedas são estruturadas para serem totalmente lastreadas pelos títulos subjacentes, o que oferece aos investidores versões criptográficas de ações que se comportam como as ações reais, mas, ao contrário das ações tradicionais, podem ser compradas e vendidas a qualquer momento, inclusive nos fins de semana e feriados.
A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, criou um fundo de mercado monetário tokenizado avaliado em mais de US$ 2,3 bilhões. Outras bolsas centralizadas também lançaram suas próprias ofertas de ações e ETFs tokenizados este ano, apostando no apelo do acesso ininterrupto e da flexibilidade de garantia.
A Kraken, que acaba de receber um aporte de capital avaliado em cerca de US$ 20 bilhões, está claramente se preparando para expandir, visando uma oferta pública inicial (IPO) em 2026.
A aquisição da Backed é a quinta da Kraken este ano e está alinhada com sua estratégia de expansão. A Backed foi fundada em 2021, e a Kraken quer ampliar o alcance do seu produto xStocks, integrando-o aos seus próprios sistemas.
Essa aquisição ocorre em um momento em que os IPOs de criptomoedas estão sofrendo um grande revés. Desde que Bitcoin atingiu seu pico em outubro, mais de US$ 1 trilhão desapareceu do mercado total de criptomoedas, o que tornou as condições para a abertura de capital extremamente difíceis, especialmente para empresas que já haviam adiado seus IPOs no início do ano.
Nos EUA, as ofertas públicas iniciais (IPOs) que captaram mais de US$ 50 milhões, excluindo itens como SPACs e fundos fechados, caíram 5,3% em média neste trimestre. Compare isso com o índice S&P 500, que subiu 0,9%.
Analisando mais de perto as cinco empresas relacionadas a criptomoedas que abriram capital este ano, o cenário piora: elas registraram queda média de 31% somente neste trimestre.
A Gemini Space Station Inc., liderada por Tyler e Cameron WinkLevoss, abriu seu capital em setembro a US$ 28 por ação. Ao final do terceiro trimestre, suas ações haviam caído 14%.
As ações da eToro caíram mais de 20% entre maio e setembro. Até mesmo a Bullish, a corretora institucional administrada por Tom Farley, despencou 38% desde outubro.
E isso não foi o pior. Até mesmo ações que tiveramtronestreias sofreram quedas. A Circle Internet Group Inc., que abriu capital em junho, perdeu cerca de metade do valor de suas ações. Mas nem tudo está perdido. Tanto a Circle quanto a Figure Technology Solutions Inc., uma plataforma de crédito baseada em blockchain, ainda estão sendo negociadas acima de seus preços de IPO… por pouco.
Houve um lado positivo na queda: o volume de negociações Bitcoin aumentou. Nos últimos 14 dias, o volume médio atingiu seu ponto mais alto desde março, dando um impulso de curto prazo a corretoras como a Kraken.
Ainda assim, os banqueiros que buscam fechar ofertas públicas iniciais (IPOs) antes do fim do ano estão ficando sem tempo.
Alguns já recuaram. John Foraker, CEO da Once Upon A Farm PBC, afirmou no LinkedIn no último domingo que a empresa não abrirá capital até 2026. Ele atribuiu os atrasos à paralisação do governo, dizendo que isso "atrapalhou tudo".
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